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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

As eleições de '63

Trecho da Carta do Deputado Chico Souto Uma dos pleitos mais disputados em nosso Município foram as eleições de 1963. Luiz Martins de Oliveira, recém chegado a esta cidade, para trabalhar na coletoria, caiu nas graças de Chico Souto, então deputado estadual, que na época era uma das forças políticas locais. O prefeito Joaquim Virgolino da Silva há pouco havia sido derrotado por Arlindo Delgado (PSD), administrando a cidade de 1959/63. Mesmo assim, ainda era um líder político, com bastante prestígio. Afastando-se Arlindo para ocupar um lugar na Ordem dos Advogados da Paraíba – OAB/PB, e mudando-se para a Capital do Estado, restava poucos candidatos que pudessem enfrentar Joaquim naquela eleição vindoura. Chico Souto decidiu apoiar Luiz Martins, para se contrapor a Joaquim Virgolino, numa das maiores disputas de votos de Esperança. E fez circular na cidade, uma carta demonstrando a sua preferência, cujos principais tópicos transcrevo a seguir: “ Quando se aponta um candid

Sextilhas

A sextilha (ou verso de seis pés) são rimas simples no esquema "xaxaxa",  “xaaxxa”, “axbxcx” e outras combinações . O “x” representa o verso branco (sem rima), o “a” o verso rimado. Por ser o gênero mais simples, tornou-se o preferido entre os cantadores. Ela teria surgido entre os anos 1890 e 1900, antes o que predominava era a “quadra” (xaxa). Joseph Maria Luyten assegura que “ no final do século passado [1] até o início deste [2] , velhos cantadores ainda se conservaram fiéis à quadra. João Benedito, que morreu aos 83 anos em 1943, assegurava que ainda alcançou o tempo em que não se cantava em sextilha " (A Literatura de Cordel em São Paulo. Edições Loyola: 1981). Benedito era especialista em provérbios, dele nos dá notícia Vicente Salles [3] , quando em uma de suas cantorias improvisou a seguinte sextilha: O homem pensa que veio Pr' aqui gozar regalias Mas ele está enganado Veio só pra passar uns dias Quando chegou, nada trouxe Volta com as

Cantador José Mergulhão

O Cantador negro José Virgulino de Souza, ficou mais conhecido com o nome de José Mergulhão. Dizia ter nascido em “Boa Esperança”, na Paraíba, no ano de 1908; e faleceu no Ceará vítima de tuberculose, nos idos de 1939. De fato, a antiga Banabuyé ficou assim conhecida (Boa Esperança) a partir de 1872, até que um padre, resolveu batizá-la apenas de Esperança, nascendo assim a freguesia de mesmo nome. Esta tem sido uma grande descoberta, reafirmando a tese de que Esperança é um berço de cantadores, sendo o mais antigo o poeta Campo Alegre. Orlando Tejo coloca Mergulhão entre os maiorais do repente, ao lado do também esperancense João Benedito, e dos poetas Romano Elias da Paz, João Siqueira de Amorim e Canhotinho. Conta-se que, apesar de muito doente, José Mergulhão ainda fazia versos, alegrando as noitadas, abrindo a sua cantoria da seguinte forma: “Quem já ouviu mergulhão, Vendo hoje não conhece, Cada palavra que surge É uma dor que aparece, Cada repente que faz É

Salathiel, O cordel e a Tupi

Salathiel em seu mesa de sonoplastia Salathiel Coelho ganhou fama após introduzir na dramaturgia brasileira as trilhas sonoras de novelas, pois antes não havia qualquer som que acompanhasse atores e coadjuvantes. A brilhante ideia lhe deu fama na TV, mas ele também escreveu peças, trabalhou como locutor e produziu dublagens. O seu pai - Antônio Bastos - possuía uma pequena lanchonete neste Município de Esperança, onde também vendia caldo de cana. Começou a sua carreira no antigo Cine S. Francisco, de Titico Celestino; até que um dia foi descoberto em Campina Grande por Assis Chateaubriand, quando ainda fazia locução. Na ocasião, o magnata das comunicações havia perdido um documento e pediu-lhe que anunciasse o fato nos auto-falantes. Satisfeito com a sua apresentação, o velho Chatô percebeu logo o grande potencial do jovem. A partir daí, foi trabalhar nas rádios: “Salathiel Coelho foi ser locutor oficial nos comícios do PSD, na Paraíba. Depois de escapar de vários ate

Histórias de feira... A cruz

A feira livre é um ambiente onde se tem de tudo e muito propício às histórias vividas e inventadas pelos feirantes. Hoje, uma delas, me chamou a atenção; este conto bem que poderia ser uma daquelas de Pedro Pichaco, mas não vamos atribuir o que não lhe pertence. Pois bem. Ouvi dizer que uma certa senhora encomendou uma cruz, de tão pobre que era dispensou a inscrição. O encarregado andou pelas matas até encontrar um pedaço que desse para fazer o cruzeiro para o finado, traçando dois pedaços, seguro por um pedaço de couro, foi entregar a viúva desconsolada. No caminho foi “ataiado” por uma matilha de cachorros. Pega não pega, vai não vai... prá se livrar bateu com a cruz sobre os animais. Não deu outra, a cruz empenou! Quando ao seu destino, a mulher foi logo percebendo o mal feito. Que é isso, disse a senhora. Ora, vosmercê encomendou uma cruz sem inscrição e prá não desmerecer o finado moldei em foram de “x”, porque o nome dele era Chico. Piadas a parte, a viúva botou pra co

Meu passado, poema de Rau Ferreira

Na retina bem marcada Um livro – Sombra Iluminada – E a pesquisa que o garoto fez Na biblioteca, hoje abandonada. Era um ponto de parada Da escola à balaustrada Tantas vezes por mês Na viva voz da garotada. Era uma noite encantada À meia-luz da bancada Eu-garoto; amigos, dois ou três No caminhar dessa estrada. Cada qual, a vida passada Nos seus destinos – a amada – Vivíamos a procurar nossa vez E de vez em quando, separada. Foi um tempo e não foi nada Hoje são tudo águas passadas Tolices, futilidades, insensatez Sonhei demais, acordei ressacado. Banabuyé, 14 de fevereiro de 2019. Rau Ferreira

Creche Santo Antônio

Antiga instalação da Creche Santo Antônio A “Creche Santo Antônio” foi a primeira instituição oficial de assistência às crianças pobres de Esperança. Ela foi fundada em 1972, sob os auspícios da LBV – Legião da Boa Vontade, pela Sra. Emília Guimarães Rodrigues (Vovó Emília). Após viver por muitos anos na Capital do Estado, atuando em diversas creches e casas de apoio, desde o Governo de Pedro Moreno Gondim, Vovó Emília retornou à Esperança, onde se dedicou exclusivamente a trabalhar com os infantes. A instituição possuía sede própria na Rua Joaquim Virgolino da Silva e era dotada de monitoria, pré-escola e berçário. Entre as funcionárias, destacava-se a assistente social Lourdinha Bastos. A sua clientela eram crianças desamparadas, pobres e sem um lar, contudo atendia ainda os filhos de pessoas que se empregavam no comércio e em casas de família. Os menores ganhavam fardamento (blusa e short), participavam das atividades, aprendiam as primeiras letras e saboreavam uma ref

Maria de Lourdes Lopes (Lourdes Parteira)

Maria de Lourdes Lopes A Sra. Maria de Lourdes Lopes nasceu no Sítio São Tomé do Município de Alagoa Nova, no dia 22 de junho de 1922. Filha do casal Antônio Joaquim de Oliveira e Maria Francisca do Carmo. Casou-se aos 28 anos com José Felix Lopes, com quem teve seis filhos: Ivanildo, Ivanilde, Ibrailde, Merivânia, Íris e Expedito. Nessa época, foi morar no Sítio Camucá de   Alagoa Nova e trabalhou como professora. Algum tempo depois, veio residir em Esperança, já atuando como parteira, profissão que abraçou durante 36 anos, trazendo em seus braços muitos esperancenses. Iniciou na política em 1963, ingressando nas fileiras do PSB – Partido Social Brasileiro. Contudo, não obteve êxito nesta eleição. Concorreu ao cargo de vereadora na eleição de 1976, obtendo a quarta colocação em votos, elegendo-se pela ARENA – Aliança Renovadora Nacional. Tornou-se, então, a primeira mulher a assumir uma cadeira na “Casa de Francisco Bezerra”. Foi reeleita em 1982, desta feita pelo PDS –

Casamento no Sítio Logradouro, por Ismaell Filipe

Memórias de uma senhora de 91 anos*             O casamento é um sacramento para os cristãos católicos, um dos mais importantes, pois é dele que nasce uma nova família, nossa primeira instituição social. Várias sociedades possuem seus ritos matrimoniais, de acordo com seus aspectos religiosos e culturais, uma prática que atravessa gerações e são manifestadas de diversas formas.             Na cidade de Esperança, onde o catolicismo sempre foi dominante e influente, o casamento era algo especial e que merecia ser bastante comemorado. Na zona rural de nossa cidade, especificamente no sítio Logradouro, uma festa de casamento foi realizada com tamanho explendor que ficou na memória de dona Leonila Gomes Freire, atualmente com 91 anos de idade, nascida no sítio Logradouro onde se criou.             O casamento ocorreu na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Concelho, na presença do cônego João Honório de Melo, no dia 25 de fevereiro de 1945. Nesse dia uniam-se em matrimônio Eustá

A Casa de Pedras do Cabeço

Mamãe sempre nos contou da velha casa sede do Cabeço, fazenda onde ela cresceu e que fica nos limites de Esperança. Era uma morada muito antiga, construída de pedras e madeira de lei, com dois quartos, sala e cozinha e um sótão onde supostamente ficavam os escravos. A escadaria era de madeira, assim como o teto, grandes toras recobertas de telhas. Havia ao lado um curral também de pedras. Diziam que pertenciam a duas “moças velhas” (senhoras solteiras), antigas proprietárias do lugar, riquíssimas à época e que conviviam pacificamente com os Índios Cariris, denominados Banabuyés na melhor lição de José Elias Borges. O povo do lugar não gostava de passar por perto, pois aparecia “mal assombro”. Mamãe foi testemunha de um fato: Certa feita, brincando nos arredores com minha tia Marizé, ouviu-se um cavalgar de um cavalo montado por um vaqueiro, que partiu forte para cima daquelas crianças; correram para não serem “pegas”, mas quando olharam para trás não viram nem o cavaleiro, ne

Presidentes da Câmara Municipal de Esperança*

Vereador Adílio Maia - Presidente 2019/2020 1947 / 1950 - FRANCISCO BEZERRA DA SILVA 1951 / 1955 - SEVERINO PEREIRA DA COSTA 1955 / 1958 - FERNANDO CABRAL DE ANDRADE 1958 / 1959 - ANTÔNIO VERÍSSIMO DE SOUZA 1959 / 1960 - ANTÔNIO NOGUEIRA DOS SANTOS 1961 / 1962 - ANTÔNIO JOSÉ DO NASCIMENTO 1962 / 1963 - ANTÔNIO VERÍSSIMO DE SOUZA 1963 / 1963 - CLÓVIS PEREIRA BRANDÃO 1963 / 1969 - DORGIVAL BELARMINO COSTA 1969 / 1970 - JOÃO EUDES TAVEIRA 1970 / 1971 - JOAQUIM JOSÉ DE LIMA 1971 / 1972 - ANTÔNIO GOMES DA ROCHA 1973 / 1975 - EVANDRO PASSOS DE LUCENA 1975 / 1976 - NILTON PEREIRA 1976 / 1977 - JOSÉ MOREIRA DE MENEZES 1977 / 1977 - WILSON TAVEIRA ROCHA 1977 / 1978 - ANTÔNIA MARIÉ DINIZ TEOTÔNIO 1978 / 1979 - WILSON TAVEIRA ROCHA 1979 / 1981 - ANTÔNIO DIAS DO NASCIMENTO 1981 / 1983 - JOSÉ MOREIRA DE MENEZES 1983 / 1985 - ANTÔNIO DIAS DO NASCIMENTO 1985 / 1987 - JOSÉ MOREIRA DE MENEZES 1987 / 1988 - ANTÔNIO DIAS DO NASCIMENTO 1989 / 1991 - JOSÉ

70 Anos da Câmara Municipal de Esperança*

Embora Esperança tenha se emancipado politicamente em 1º de Dezembro de 1925 (desmembrando-se do Município de Alagoa Nova), a instalação da Câmara só aconteceu em 05 de Dezembro de 1947. Atualmente a Casa encontra-se na 17ª Legislatura. Seu primeiro Presidente foi o Vereador Francisco Bezerra da Silva, e em sua homenagem a Casa Legislativa leva o seu nome. As Sessões Ordinárias ocorrem anualmente em dois Períodos Ordinários, independentemente de convocação, duas vezes por semana, as terças e quintas, cujas Sessões realizar-se-ão da primeira terça-feira do mês de Fevereiro até a última quinta-feira do mês de Maio, e da primeira terça-feira do mês de Julho até a última quinta-feira do mês de Novembro, conforme estabelece a Resolução 64, de 26 de Maio de 1994 - Regimento Interno. Este não permite a reeleição dos membros da Mesa para o mesmo cargo na mesma Legislatura, bem como que sejam votadas matérias através de votação secreta. A composição da Câmara variou ao longo dos anos.