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Escola Profissional de Esperança

  A Sociedade Beneficente de Artistas, por meio de seu Departamento de Ensino, criou nos anos 40 do Século passado a “Escola Profissional de Esperança”. Esta unidade funcionava sob a direção da Professora Lília Neves. O jornal “O Rebate”, na sua segunda seção, fez a cobertura da entrega dos diplomas dos cursos de Datilografia e Corte, enaltecendo as qualidades de educadora da Sra. Lilia Neves. A solenidade aconteceu no dia 13 de agosto de 1944 sob a presidência do Dr. Adelmar Lafaiete, Juiz de Direito da Comarca, com a presença do Professor Luiz Gil de Figueiredo, diretor do jornal, professoras datilógrafas Guiomar Gil e Lília Neves e da Sra. Josina Borges, convidada especial. O prefeito Sebastião Duarte se fez representar pelo Professor Eliomar Barreto Rocha, paraninfo da turma. Feita a chamada, prestaram os datilógrafos o termo de compromisso, fazendo-se em seguida a entrega dos diplomas. Foi oradora das turmas a Srta. Elizabete Silva Santos, que disse ser: “ tarefa muito
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A Casa de Pedras do Cabeço

  Havia no Sítio Cabeço, nos limites de Esperança, uma antiga construção de pedras. Dizia-se que a casa era “mal-assombrada”. As crianças – e alguns adultos – passavam por longe, pois costumavam “ouvir coisas”. Não era pra menos, a casa era muito antiga, de um tempo em que se edificava com pedras. Ela era assim: pedra sobre pedra, com portas e janelas. Existia um assoalho de madeira, que de tão liso dava para escorregar. Era um desafio para os mais corajosos. A casa ainda existia quando a propriedade pertencera a meu avô Antônio Ferreira. Mamãe costumava passar por lá, apesar dos perigos que esta representava. Segundo dizem, pertencera a uma senhora que criava gados e que era riquíssima. Falava-se que os escravos dormiam no sótão. Esse era o costume daquele tempo. Revisitando suas memórias, escreveu meu tio Ferreirinha o seguinte comentário: “[...]. a Fazenda Cabeço que pertenceu ao meu saudoso pai – Antônio Ferreira de Melo -, tinha como limite de suas terras a Furna do Cabo

O Mistério dos Caldeirões

  O Sítio Caldeirão, há aproximadamente 12 km da sede do Município de Esperança, seguindo pela estrada de Camará , esconde um mistério pouco explorado. Trata-se de uma importante Itacoatiara com gravuras produzidas sob a técnica da meia-cana que muito se assemelham as da Pedra do Ingá. Os petrogrifos, segundo dizem, foram “ feitos por um povo misterioso que habitou a Paraíba e que deixou sua história gravada em pedras espalhadas por vários municípios ”. Segundo levantamento procedido pelo historiador Vanderley de Brito e estudos da Sociedade Paraibana de Arqueologia – SPA, transcritos no livro “Paraíba – meu passado, meu presente”, este lajedo é formado: “(...) por plataformas em sete degraus, no leito do riacho Doce. Na primeira queda d’água formou-se um belíssimo caldeirão na meia encosta e há um lago, abaixo, que recepta as águas que excedem do caldeirão. Muitas gravuras rupestres entalhadas nesse painel já foram desgastadas pela cascata que é praticamente constante nessa área

Quem foi Padre Zé?

  Padre Zé Coutinho nasceu em 18 de novembro de 1897, numa quinta-feira, às três horas da tarde, no povoado de Esperança. A sua casa ficava na esquina entre as ruas Manuel Rodrigues e Solon de Lucena. Essa residência foi derrubada nos anos 90 e hoje abriga uma loja de peças de automóveis. O seu pai era Conselheiro Imperial, cargo que exerceu até o início do Século passado, atuando em diversas cidades do Brejo paraibano, inclusive Esperança, onde o futuro padre nasceu. O seu tio, Monsenhor Odilon Coutinho, se destacou como educador e político; foi deputado estadual nos anos 20, e Cônego Honorário do Cabido Metropolitano, além de Monsenhor Camareiro Papal e membro do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba. Seus padrinhos deixaram tudo o que possuíam para o afilhado, sendo o principal bem a propriedade “Maris Preto” em Montadas, que foi vendida pelo vigário em 1927, quando este se dedicou à causa da pobreza, peço preço de sete contos de réis. Costumava confessar os pobres, nã

Banho de açude

  Thomas Bruno publicou n’A União um conto sobre o mito da cobra-preta muito conhecido na Parahyba. Quem nos dá conta é Câmara Cascudo. Segundo a lenda, a cobra procura as mães que estão a amamentar. Coloca a ponta da causa na boca da criança para acalentá-la, enquanto suga o leite materno. Isso nos era contado, antigamente, para entre outras coisas, se evitar banho de açude. Imagine só como eram as proibições naquele tempo, elas se davam por estórias! Mamãe também não nos deixava tomar banho de açude. Mas nem por isso, deixava de me aventurar na época das cheias, com os colegas de escola. Certa feita a professora de ciência/biologia nos mandou coletar folhas de todo o tipo. Foi a desculpa para irmos aos sítios. Na Timbaúba no inverno nas cercanias de Cícero Romana descia uma cachoeira. Fomos à nascente... a água corria fina, translúcida. A renovo da natureza é para nós um encanto. Que maravilha! No caminho jogamos pedras ao léu. No mato os passarinhos revoavam. Tudo era nature

Theotônio Costa: o prefeito de sangue azul (por Ismaell Bento)

  Theotônio Tertuliano da Costa, segundo prefeito de Esperança-PB, nasceu no dia 09 de setembro de 1886, na cidade de Areia-PB, além dele, seus pais tiveram mais 12 filhos, sendo Theotônio o 7º filho do casal. Filho de Bento Jardelino da Costa, nascido em Areia no dia 14 de outubro de 1838 e de Guilhermina Etelvina de Oliveira Azevedo, sua prima legítima, natural do município de Jardim do Seridó-RN. O Brejo paraibano foi fortemente ligado ao Seridó Riograndense, que muitos na época chamavam de “cariris” ou até mesmo “sertão”. Há grande indícios de famílias que possuíam propriedades em ambas as regiões, e transitavam entre si durante os períodos de secas que acometiam o Nordeste. Os pais de Theotônio eram proprietários do Engenho Jardim, em Areia, onde criaram seus filhos. Os bisavós paternos do prefeito eram Pedro Dias da Costa, nascido no Brasil por volta de 1880, filho de Estevão Dias da Costa, brasileiro, nascido em 1770 e de Joana Maria Soares Cardoso Costa, brasileira, nascida e

Sol na Selet/UFCG

  A Unidade Acadêmica de Letras do Campus I da Universidade Federal de Campina Grande realizou dos dias 21 a 24 último a SELET - Semana de Letras: língua, literatura e ensino aberto ao público interno e externo da comunidade. O evento é promovido pelo Centro Acadêmico de Letras “Álvaro Luiz”, em parceria com a Unidade Acadêmica de Letras (UAL) e o apoio do PET-Letras e da Revista “15 de Outubro” A Semana Literária contempla temas relacionados à formação inicial e continuada dos profissionais de Letras com vistas ao debate e a ampliação do letramento acadêmico dos graduandos através de diversas atividades, tais como minicursos, oficinas e grupos de trabalhos. Na oportunidade, os Professores Weslley Barbosa e José Mário da Silva Branco ministraram um minicurso intitulado “Poesia e Crônica na Literatura Paraibana”, ocasião em que o Prof. Weslley fez uma abordagem oral do o poema “Cysnes Flutuantes”: À Adalberto T. de Mello   Deitado sobre a relva verde-cana, aspirando o perf

Clube CAOBE

O Centro Artístico Operário Beneficente de Esperança – CAOBE foi fundado em 16 de março de 1954. Ao longo de mais de meio século proporcionou lazer e descontração a toda sociedade esperancense. A sua primeira sede social foi em uma garagem alugada na antiga Praça da Bandeira (Praça José Pessoa Filho) onde hoje se situa o Batalhão da Polícia Militar. O sodalício foi idealizado por comerciantes, na sua maioria sapateiros, liderados por Antônio Roque dos Santos (Michelo). Escreve o Dr. João Batista Bastos, ex-Procurador Jurídico Municipal, que: “ o CAOBE nasceu com o objetivo de ser um centro de acolhimento, de lazer, com cunho educativo, onde os filhos e as famílias dos operários, sapateiros, pudessem ter um ambiente, de encontro e de vida social ” (Revivendo Esperança). No local funcionava uma escola para os filhos dos operários, sendo professoras as Sra. Noca e Dilma; com a mudança para a nova sede, a escola foi transferida. A professora Glória Ferreira ensinou para jovens e ad

Pai Neco e o Cangaceiro

  Pai Neco morava no Sítio Cabeço (ou Cabeça de Boi). Era um pequeno criador e bodegueiro. Praticava a agricultura de subsistência para criar a família. A esposa dona Santa cuidava da casa, das galinhas e dos porcos. Era uma vida simples no campo, com a mulher e os filhos. O Sítio Cabeço era uma vasta propriedade no Cariri, na extrema com o município de Esperança. O imóvel passou por algumas mãos, sendo os mais antigos que se conhece uma senhora que era pecuarista e, que ao negar as “missangas” do gado aos índios, provocou uma revolta que culminou com a morte dos silvícolas na famosa “Pedra do Caboclo”. Também o Padre José Antunes Brandão foi um importante pecuarista e um de seus proprietários; e Manoel Gomes Sobreira, Mestre-escola em Banabuyé, avô do Coronel Elysio Sobreira. Os Decretos-Lei nºs 1.164/38 e 520/43, citados por Reinaldo de Oliveira, colocavam o Cabeço nos seus limites: “ ESPERANÇA: Começa na foz do Riacho do Boi, no Riachão [...] prossegue pelo referido caminho

Terça, segunda e primeira; o João Benedito bateria no Limeira?

  Evaldo Brasil, ativista cultural do nosso município, em um comentário sobre a publicação “Zé Limeira em Esperança”, imaginou o confronto entre o “poeta do absurdo” e o “poeta do tempo” (João Benedito). Disse o adido cultural: “Terça, segunda e primeira; o João bateria no Limeira?”. Passemos a conjecturar este encontro. Zé Limeira ficou muito famoso com a publicação de Orlando Tejo, livro esse já na sua 11ª edição; a quem conhecera nos anos 40 do Século passado, registrando-lhe os versos. João Benedito – por mim biografado – não é menos conhecido; dele já dei conta uma centena de vezes, também de sua capacidade de versejar, poeta que era, considerado “o professor dos cantadores”. Se até as pedras se cruzam, imaginem dois peregrinos como estes! Enfim, Nêumanne Pinto, escrevendo para o Jornal do Brasil, sobre o conterrâneo poeta, nos informa: “Zé Limeira houve um, o que deu origem ao mito todo, e Zé Alves o conheceu, teve até oportunidade de duelar com ele. Da mesma forma, Ota