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A posse do Conselho Municipal (1928)

Recém criado, o Município de Esperança precisava ganhar forma. A sua institucionalização, passava, não apenas pelo executivo municipal, mas também pelo legislativo, órgão fiscalizador daquele. Os primeiros conselheiros haviam sido eleitos em 22 de agosto de 1926. Agora, deviam tomar posse, para assim iniciarem o seu exercício. Era uma grande solenidade para a nova comuna, a qual não poderia faltar o governante estadual, que tornou a nossa emancipação política em realidade. O Presidente João Suassuna (1924-1928), em excursão pelo Estado, chegou a Esperança por volta das 16 horas. Antes passara por Serraria e Remígio, onde fez breve parada. Aqui, foi recepcionado por Theotônio Cerqueira Rocha que expressou “ as saudações da villa de Esperança, transbordante de alegria por todas as suas classes sociaes, pela honra de hospedar o sr. presidente do Estado ” (A União: 19/10/1926). Com efeito, João Suassuna ficara alojado na residência do prefeito nomeado, comerciante Manoel Rodrigues de O...
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Salathiel, a TV e a Sonoplastia

  Salathiel Coelho (1931-2015) ficou muito conhecido na teledramaturgia por ter iniciado as trilhas sonoras de novela. O primeiro disco foi lançado em 1965, somando ao todo 750 álbuns no Brasil, com sucessos nacionais e internacionais. Conta-se que trabalhava em uma rádio no bairro de Bodocongó, na cidade de Campina Grande (PB), quando foi descoberto pelo jornalista Assis Chateaubriand (Chatô) que o levou para trabalhar na Rádio Tupi, no Rio de Janeiro: “Eu trabalhava na rádio, em Bodocongó, que é um bairro de Campina Grande (PB) e ele perdeu o documento durante uma visita na cidade e me pediu para anunciar nos alto-falantes de uma maneira que insinuava que eu tinha obrigação de conhecê-lo. Mas, foi neste encontro que ele ouviu minha voz e achou que eu tinha potencial para trabalhar com ele” Antes de deixar a Paraíba, havia sido atingido por um tiro na mão esquerda em um palanque, projetil esse que era direcionado a um candidato político, e chegando na “cidade maravilhosa”, f...

As festas de S. João (1933)

  Jornal “A União”   Constituíram um verdadeiro acontecimento as festas sanjoanescas nessa florescente vila serrana. O programa das mesmas, que foram realizadas em benefício da Caixa Escolar “Joviniano Sobreira”, ficou a cargo de 3 comissões, assim distribuídas: Comissão Central: Drs. Sebastião Araújo, Samuel Duarte, Heleno Henriques, Luiz de Gonzaga Nobrega, Manuel Cabral, Srs. Júlio Ribeiro, Theotônio Costa, Manuel Rodrigues, José Souto, Severino Diniz, Theotônio Rocha e Pedro Torres, Sras. Esther Fernandes, Firmina Coelho Nobrega, Virgínia Cunha, Elvira Lima, professora Lydia Fernandes e Severina Sobreira; comissão de organização – Srs. José Carolino Delgado, José Brandão, Sebastião Rocha, José Rocha, Antônio Coêlho, Fausto Bastos, José Passos Pimentel, Miguel Felix, João Santiago Ulisses Coelho, Francisco Bezerra, Claudino Rogério, Francisco Soares; comissão de ornamentação – senhoritas Noemia Rodrigues, Marieta Coelho, Dulce Paiva, Hilda Rocha, Oneide de Luna Freire...

Padre Zé e o Cinquentenário da Escola das Neves

Quando a Escola das Neves, que funcionava na Capital paraibana, completou cinquenta anos, o Padre Zé Coutinho escreveu uma emocionada carta que foi publicada no Jornal O Norte em 13 de novembro de 1956. O fundador do Instituto São José iniciou os estudos primários no Colégio Diocesano Pio X, quando aquele educandário funcionava como anexo ao Seminário Arquidiocesano da Parahyba. Depois matriculou-se no Colégio N. S. das Neves, naquela mesma cidade, pois ainda havia uma seção para estudantes do sexo masculino. Retornou, depois, para o Pio X para fazer o curso secundário. A missiva – endereçada a Benedito Souto – trazia o seu depoimento sobre aquele tradicional educandário: “Também, fui aluno do Curso Masculino, de Julho de 1906 a Novembro de 1907, ao lado de Alceu, Antenor e Mirocem Navarro, Mário Pena, Paulo de Magalhães, João Dubeux Moreira, Ademar e Francisco Vidal, Otacílio Paira, Mário Gomes, Gasi de Sá e tantos outros” – escreveu o Padre Zé. Era professora a Irmã Maria Anísi...

A Exposição de Helle Bessa

  Por Ângelo Emílio da Silva Pessoa*   Nessa Quinta-feira (12/06/25), na Galeria Lavandeira (CCTA-UFPB), tive a honra e o prazer de comparecer à abertura da Exposição "Impressões Contra o Fim", da artista plástica Helle Henriques Bessa (1926-2013), natural de Esperança (PB) e que tornou-se Freira Franciscana de Dillingen, com o nome de Irmã Margarida. Durante anos foi professora de artes nos Colégios Santa Rita (Areia) e João XXIII (João Pessoa). Helle Bessa era prima da minha mãe Violeta Pessoa e por décadas convivemos com aquela prima dotada de uma simpatia contagiante. Todos sabiam de seu talento e que ela havia participado de exposições internacionais, mas sua discrição e modéstia talvez tenham feito com que sua arte não tenha ganho todo o reconhecimento que merecia em vida. Anos após seu falecimento, as Freiras Franciscanas doaram seu acervo para a UFPB e foi possível avaliar melhor a dimensão de seu talento. As falas na abertura destacaram seu talento, versatilida...

Sitio Banaboé (1764)

  Um dos manuscritos mais antigos de que disponho é um recibo que data de 1º de abril do ano de 1764. A escrita já gasta pelo tempo foi decifrada pelo historiador Ismaell Bento, que utilizando-se do seu conhecimento em paleografia, concluiu que se trata do de pagamento realizado em uma partilha de inventário. Refere-se a quantia de 92 mil réis, advinda do inventário de Pedro Inácio de Alcantara, sendo inventariante Francisca Maria de Jesus. A devedora, Sra. Rosa Maria da Cunha, quita o débito com o genro João da Rocha Pinto, tendo sido escrito por Francisco Ribeiro de Melo. As razões eram claras: “por eu não poder escrever”. O instrumento tem por testemunhas Alexo Gonçalves da Cunha, Leandro Soares da Conceição e Mathias Cardoso de Melo. Nos autos consta que “A parte de terras no sítio Banabuiê foi herdade do seu avô [...], avaliado em 37$735” é dito ainda que “João da Rocha Pinto assumiu a tutoria dos menores”. Registra-se, ainda, a presença de alguns escravizados que vi...

Dica de Leitura: Badiva, por José Mário da Silva Branco

  Por José Mário da Silva Branco   A nossa dica de leitura de hoje vai para este livro, Badiva, voltado para a poesia deste grande nome, Silvino Olavo. Silvino Olavo, um mais ilustre, representante da intelectualidade, particularmente da poesia da cidade de Esperança, que ele, num rasgo de muita sensibilidade, classificou como o Lírio Verde da Borborema. Silvino Olavo, sendo da cidade de esperança, produziu uma poesia que transcendeu os limites da sua cidade, do seu Estado, da região e se tornou um poeta com ressonância nacional, o mais autêntico representante da poética simbolista entre nós. Forças Eternas, poema de Silvino Olavo. Quando, pelas ruas da cidade, aprendi a flor das águas e a leve, a imponderável canção branca de neve, o teu nome nasceu sem nenhuma maldade, uma imensa montanha de saudade e uma rasgada nuvem muito breve desfez em meus versos que ninguém escreve com a vontade escrava em plena liberdade. Silvino Olavo foi um poeta em cuja travessia textual...

Padre Zé: cidadão pessoense

  O Monsenhor José da Silva Coutinho – Padre Zé – nasceu em Esperança, nesse Estado da Paraíba, tendo dedicado a sua vida em benefício de seus semelhantes da capital paraibana, em que pese o seu campo social não se limite aquela cidade, pois há notícias de sua atuação de Cabedelo a Cajazeiras, nos confins do sertão tabajara. Nasceu na rua do Sertão, hoje Solon de Lucena, aos 18 de março de 1897, quando o município era uma povoação. Filho do casal Júlio da Silva Coutinho e Eusébia de Carvalho Coutinho. Iniciou os estudos primários no Colégio Diocesano Pio X na capital, quando aquele educandário funcionava como anexo ao Seminário Arquidiocesano, depois matriculou-se no Colégio N. S. das Neves, naquela mesma cidade, quando ainda havia uma seção para estudantes do sexo masculino; depois retornou para o Pio X para fazer o curso secundário. Os tios Dom Santino e Monsenhor Odilon Coutinho foram muito importantes neste início de sua educação. Prosseguiu seus estudos superiores no S...

Renato Rocha: um grande artista

  Foto: União 05/12/2001 “A presença de autoridades, políticos e convidados marcou a abertura da exposição do artista plástico Renato Rocha, ocorrida no último final de semana, na Biblioteca Pública Dr. Silvino Olavo, na cidade de Esperança, Brejo paraibano. A primeira exposição de Renato Ribeiro marca o início da carreira do artista plástico de apenas 15 anos. Foram expostas 14 telas em óleo sobre tela, que também serão mostradas no shopping Iguatemi, CEF e Teatro Municipal de Campina Grande já agendadas para os próximos dias. A exposição individual teve o apoio da Prefeitura Municipal de Esperança através da Secretaria de Educação e Cultura, bem como da escritora Aparecida Pinto que projetou Renato Rocha no cenário artístico do Estado. Durante a abertura da Exposição em Esperança, o artista falou de sua emoção em ver os seus trabalhos sendo divulgados, já que desenha desde os nove anos de idade (...). A partir deste (...) Renato Ribeiro espera dar novos rumos aos seus projeto...

Epaminondas Câmara, por Hortênsio Ribeiro

  NO HISTORIADOR IRINEU JÓFFILY SE RESUMEM AS QUALIDADES CULMINANTES DA NOSSA APTIDÃO Hortênsio de Souza Ribeiro (Discurso pronunciado na Academia Paraibana de Letras, por ocasião da posse do Acadêmico Epaminondas Câmara no dia 21 de julho de 1945).   “Epaminondas Câmara nasceu na cidade de Esperança, a antiga vila de Banabuié, que tão belos espíritos, tem dado à Paraíba: um Silvino Olavo, um Samuel Duarte, por exemplo. Descendente da velha copa paraibana, foram seus pais: Horácio de Arruda Câmara e D. Idalgina Sobreira Câmara. A sua infância viveu Epaminondas em Esperança, donde se ausentou aos 10 anos para Batalhão ou Taperoá, permanecendo nesta cidade sertaneja dois lustros, quando se transladou definitivamente para Campina Grande em 1920. Nunca frequentou escolas nem colégios. Aprendeu noções de primeiras letras em Esperança com a professora D. Maria Sobreira, viúva de Juviniano Sobreira, e em Batalhão com o professor Minervino Lúcio de Vasconcelos Cavalcanti. Em...