Pular para o conteúdo principal

Padre Zé: cidadão pessoense

 

O Monsenhor José da Silva Coutinho – Padre Zé – nasceu em Esperança, nesse Estado da Paraíba, tendo dedicado a sua vida em benefício de seus semelhantes da capital paraibana, em que pese o seu campo social não se limite aquela cidade, pois há notícias de sua atuação de Cabedelo a Cajazeiras, nos confins do sertão tabajara.

Nasceu na rua do Sertão, hoje Solon de Lucena, aos 18 de março de 1897, quando o município era uma povoação. Filho do casal Júlio da Silva Coutinho e Eusébia de Carvalho Coutinho.

Iniciou os estudos primários no Colégio Diocesano Pio X na capital, quando aquele educandário funcionava como anexo ao Seminário Arquidiocesano, depois matriculou-se no Colégio N. S. das Neves, naquela mesma cidade, quando ainda havia uma seção para estudantes do sexo masculino; depois retornou para o Pio X para fazer o curso secundário.

Os tios Dom Santino e Monsenhor Odilon Coutinho foram muito importantes neste início de sua educação.

Prosseguiu seus estudos superiores no Seminário, recebendo Ordem aos 23 de maio de 1920. A sua ordenação sacerdotal foi pelas mãos do primeiro Bispo da Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda Henriques. A partir de quando passou a pastorear as almas da circunscrição da Arquidiocese da Paraíba.

No dia 02 de abril de 1930, foi nomeado Cônego Honorário do Cabido Metropolitano da Paraíba e, em 1º de novembro de 1954, Camareiro Secreto de S. S. o Papa.

Em 02 de dezembro de 1953, foi homenageado com a “Medalha de Honra” da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sob o patrocínio da “Esso Standard do Brasil”.

Atuou como gerente do órgão católico “A Imprensa” de 1920 a 193. Lecionou como professor das cadeiras de Aritmética, Álgebra, Trigonometria e Música tanto do Seminário quanto do Pio X, entre os anos 1913 a 1928.

Exerceu as funções de Vigário Geral da Catedral (1929-1937), fundou o Instituto São José, do qual também foi diretor (1935), é sócio benemérito do Centro Proletário “Alberto Brito” da Capital e da Sociedade Beneficente de Mandacarú.

No campo social, foi o primeiro diretor do Departamento do Serviço Social do Estado, criado pelo Decreto-Lei nº 882 de 22 de dezembro de 1937, além de trabalhar como assistente técnico do Serviço Social da Paraíba (1957). Foi também membro do Plenário da COAP, como representante do prefeito da Capital.

O título de cidadão pessoense foi concedido pela Resolução nº 132, nos seguintes termos:

O Presidente da Câmara Municipal de João Pessoa. Faz saber que o Poder Legislativo Decreta e Promulga a seguinte resolução:

Art. 1º. Fica concedido ao Monsenhor José da Silva Coutinho, pelos relevantes serviços prestados à coletividade, o título de Cidadão Benemérito da Cidade de João Pessoa.

Art. 2º. A presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando a Comissão Executiva autorizada às providências necessárias à entrega do referido Título em sessão especial para tal fim, revogadas as disposições em contrário. Paço da Câmara Municipal de João Pessoa, em 14 de Junho de 1956. Severino Patrício da Silva – Presidente.

A Resolução foi publicada na secretaria da Câmara Municipal em 14 de junho de 1959, subscrevendo-a o Sr. João Cabral Batista, secretário.

 

Rau Ferreira

 

Fonte:

- O NORTE, Jornal. Edição de 15 de julho. João Pessoa/PB: 1957.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Ruas tradicionais de Esperança-PB

Silvino Olavo escreveu que Esperança tinha um “ beiral de casas brancas e baixinhas ” (Retorno: Cysne, 1924). Naquela época, a cidade se resumia a poucas ruas em torno do “ largo da matriz ”. Algumas delas, por tradição, ainda conservam seus nomes populares que o tempo não consegue apagar , saiba quais. A sabedoria popular batizou algumas ruas da nossa cidade e muitos dos nomes tem uma razão de ser. A título de curiosidade citemos: Rua do Sertão : rua Dr. Solon de Lucena, era o caminho para o Sertão. Rua Nova: rua Presidente João Pessoa, porque era mais nova que a Solon de Lucena. Rua do Boi: rua Senador Epitácio Pessoa, por ela passavam as boiadas para o brejo. Rua de Areia: rua Antenor Navarro, era caminho para a cidade de Areia. Rua Chã da Bala : Avenida Manuel Rodrigues de Oliveira, ali se registrou um grande tiroteio. Rua de Baixo : rua Silvino Olavo da Costa, por ter casas baixas, onde a residência de nº 60 ainda resiste ao tempo. Rua da Lagoa : rua Joaquim Santigao, devido ao...

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

História de Massabielle

Capela de Massabiele Massabielle fica a cerca de 12 Km do centro de Esperança, sendo uma das comunidades mais afastadas da nossa zona urbana. Na sua história há duas pessoas de suma importância: José Vieira e Padre Palmeira. José Vieira foi um dos primeiros moradores a residir na localidade e durante muitos anos constituiu a força política da região. Vereador por seis legislaturas (1963, 1968, 1972, 1976, 1982 e 1988) e duas suplências, foi ele quem cedeu um terreno para a construção da Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Padre Palmeira dispensa qualquer apresentação. Foi o vigário que administrou por mais tempo a nossa paróquia (1951-1980), sendo responsável pela construção de escolas, capelas, conclusão dos trabalhos do Ginásio Diocesano e fundação da Maternidade, além de diversas obras sociais. Conta a tradição que Monsenhor Palmeira celebrou uma missa campal no Sítio Benefício, com a colaboração de seu Zé Vieira, que era Irmão do Santíssimo. O encontro religioso reuniu muitas...