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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Sol e sua vida judiciária

  Transcrevo a seguir a coluna “Vida Judiciária” que se publicava no Jornal “A União”, órgão oficial do Estado da Paraíba, nos anos 20 do Século passado. O destaque fica por conta da participação de Silvino Olavo no Conselho Penitenciário. Este órgão era composto por intelectuais e representantes dos governos estadual e municipal. Conforme destacou o Presidente João Suassuna, em mensagem à Assembleia Legislativa para o ano de 1926, eram membros: “[...] os srs. Drs. José Américo de Almeida, consultor jurídico do Estado; Adhemar Vidal, procurador da República; Silvino Olavo, 1º Promotor da capital, ora substituindo o dr. Manuel Paiva, procurador geral do Estado; Irineu Jóffily, advogado; Newton Lacerda e Joaquim de Sá e Benevides. O Dr. Arthur Urano, diretor da Cadeia, funciona como secretário” (MSAL: 1926, pp. 58/59). A Dra. Fátima Saionara Leandro de Brito, em sua tese de doutorado para a Universidade Federal de Minas Gerais, ao tratar das “Vidas errantes entre a loucura e a crimin

Jóffily e a feira de Banabuyé

  Irineu Jóffily, de quem não desconhecemos a sua origem – que o diga o seu neto Geraldo, que afirma a sua naturalidade esperancense, inclusive indicando-lhe o local de nascimento – tinha um apreço especial por essa terra. Ele sempre vinha a Esperança, pois aqui residia o seu cunhado, Bento Olímpio Torres, chegando a pernoitar algumas vezes naquele casarão, o qual em seu frontispício tinha o brasão da família “Brasil”. O certo é que a sua família costumava passar “os invernos em um pequeno sítio à sombra de imensa rocha, que guarda um pouco de umidade para os terrenos do nascente. O local era conhecido por Banabuié”. É o próprio Jóffily, historiador responsável pelos contornos da Parahyba, que nos informa que “Esperança [...] era simplesmente uma fazenda de criação, [...]” onde “As gameleiras que a rua principal estava arborizada foram estacas dos currais da fazenda” (Notas sobre a Parahyba: 1892, p. 10). De fato, a boa localização fez com que essa paragem fosse escolhida para

Sol: a rosa da minha vida

  Silvino Olavo – o poeta dos Cysnes –, publicava em muitas revistas e jornais, encontrando-se, em alguns versos, algumas diferenças, não se sabe ao certo se em razão da transcrição ou mesmo do esmero do próprio autor, em face de eventual revisão de seus escritos. Assim é que encontramos “vivenda” ao invés de “casinha” no poema Retorno, e algumas poucas mudanças, tal qual a que nos deparamos ao ler a “Revista da Cidade”, que se publicava no Recife dos anos 20 do Século passado. Nela há o magistral poema “A rosa da minha vida” escrita para aquela revista, como se registra no mesmo periódico: “Silvino Olavo é um dos expoentes do modernismo paraibano. Artista de emoção rara, fina, foi para a Revista da Cidade que ele escreveu estes lindos versos” (Revista da Cidade, Ano II, Nº 53). A dúvida seria se o poeta teria escrito, de forma exclusiva, o poema em questão para a revista ou, como era de seu costume, o teria enviado para que se publicasse. Prefiro a segunda hipótese, por conhec

Ilusória beleza, poema de Pedro Dias do Nascimento

  Serenamente a desfilar sozinha Num galanteio esnobe de princesa, Durante um tempo andaste tu, mocinha, Envaidecida com tua beleza.   E nesse tempo eu convivi na minha Ilusória visão da tua nobreza, Vi sim, também, da tua ação mesquinha Nascer velado o drama da incerteza...   Confesso lamentar essa conduta À época em que foste absoluta Na ilusória beleza que passou.   O tempo já se foi a toda a brida E hoje és mais uma nesta vida A exibir da face o que restou.   João Pessoa-PB, maio de 2005.   Pedro Dias do Nascimento