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Mostrando postagens de outubro, 2023

Dr. Sebastião Araújo

  O Dr. Sebastião Araújo nasceu neste Município de Esperança na Paraíba. Era filho de José Pereira de Araújo e Maria Virgínia de Araújo. Cursou medicina na Bahia, juntamente com o Dr. Heleno Henriques (1927), concluindo os estudos em 1930. Casou-se com Elvira Lima, filha de Francisco Jesuíno de Lima, de cujo consórcio nasceram os filhos: Maria Elvira (1933) e Raimundo (1937). Residia na rua Senador Epitácio nº 332 (hoje Avenida Manoel Rodrigues de Oliveira). Porém o seu consultório estava estabelecido na rua Solon de Lucena nº 26. Também possuía um imóvel na Praça Quintino Bocaiúva nº 22, registrada no Cartório de Imóveis às fls. 105/106 do Livro nº 72. Era metódico em sua profissão. Mantinha pouco contato com os clientes, segundo se comenta, pois temia ser acometido de alguma doença. Todavia, prestava muita assistência social e pouco se importava com a remuneração. Consta do Anuário da Paraíba (1934) que o Dr. Sebastião Araújo era clínico geral, com especialidade nas “ Molesti

Monte do retorno na Lagoa de Pedra

  Markgraf: 1643 A Província da Paraíba esteve sob o domínio holandês, sob os cuidados de Elias Herckmans (1596-1644). A sua biografia traçou-lhe Alfredo de Carvalho: na Holanda, durante o verão, era um marinheiro de barcos que comercializava com os russos; no inverno voltava-se às letras, tendo escrito contos, tragédias e poemas épicos. Para nós, é de suma importância o seu relato no livro “Descrição Geral da Capitania da Paraíba” (1639), um registro etnográfico, econômico e geográfico da “Pará-ayba” (água má, rio ruim, na língua geral). No governo desta capitania, organizou uma expedição, composta por cem homens, com o objetivo de desbravar o “Sertão da Cupaoba”, para nós o Planalto da Borborema. Percorreram um longo caminho, passando pela aldeia Guirarembuca (atual cidade de Pilões) – onde os indígenas que acompanharam os viajantes reconheceram como sendo a sua habitação em tempos antigos, relatando que foram atraídos pelos portugueses para o litoral –, até chegarem a uma anti

Eclipse solar em Esperança

  O ano era 1940. O fenômeno o “eclipse”, um evento astronômico de transição dos corpos celestes visível a olho nú. Neste caso, o sol sendo encoberto pela lua, o que dura alguns minutos. Porém, uma eternidade para quem vivenciou naquele tempo, de pouco conhecimento sobre os fatos. Há muito relatos, pois a Paraíba, pelo que parece, sempre foi um local de boa visualização. A minha avó materna, por exemplo, conta que as galinhas começaram a cacarejar e de pronto se recolheram ao poleiro; as vacas mugiam, admiradas com o anoitecer breve. O misticismo envolta daquele escurecer parecia apocalíptico. Muitas pessoas ao ter aquela visão imaginaram ser o “fim do mundo”, e confessaram seus pecados temendo a condenação eterna. Foi um grande desespero naquelas terras do Algodão, onde os meus avós possuíam propriedade. As comunicações ainda não tinham chegado e o pouco que se sabia era transmitido pelos cordéis da feira. Evaldo Brasil, de igual modo, nos informa os seus registros familiares. C

A invasão dos flagelados em '53

  A seca é um fenômeno que sempre tem castigado o Nordeste brasileiro. A estiagem de 1953 do Século passado foi um dos maiores flagelos já existentes, causando inúmeros danos a população. O alimento ficou escasso. Homens migraram de sua terra natal em busca de socorro. Muitos deles aportaram em Esperança, causando um alvoroço e deixando o comércio local bastante preocupado como se vê das notas de jornais a seguir. O prefeito Francisco Bezerra da Silva telegrafou ao governo do Estado explicando a situação: “ESPERANÇA, 2/3/53 – Comunico vossência cidade invdida 400 flagelados. Comércio fechado temendo saque. Estou providenciando transporte referidos flagelados serviço estrada Lagoa Roça-Campina. Atenciosas saudações – Francisco Bezerra – Prefeito”. As principais autoridades da cidade também externavam a aflição, por ver o pequeno município ganhar em pouco tempo inúmeros trabalhadores, sem ter condições de ofertar emprego a todos: “ESPERANÇA, Comunico a Vossência que estacionara