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Mostrando postagens de julho, 2011

1963: O Telestar

Jornal "O Telestar" O Telestar Jornal de festa editado em Esperança na década de 60. Acervo do Sr. Antonio Barbosa, gentilmente cedido para esta publicação. Rau Ferreira

SOL comenta Religião, poema de Eudes Barros

O poeta Eudes Barros lançou em março de 1928 o seu título mais conhecido: Cânticos da Terra Jovem , que valeu inúmeros comentários da imprensa nacional, especialmente as referidas ao seu poema “ Jesus Brasileiro ”, divulgado no Rio pela voz de Maria Sabina em festejada conferência. Em artigo para o jornal A UNIÃO, o nosso poeta Silvino Olavo faz uma síntese crítica da obra, ressaltando o poema “ Religião ”, que para ele, é a melhor produção do livro. Eis o cotejo do vate esperancense: “Religião” é para mim a melhor produção do livro: “ - Ah! Se não fosse lavandeira! E o garoto põe na cintura a baleeira e cruza os braços O passarinho de asas negras e peito alvo, Escolhe um grão de areia à beira d’água e voa... Ninguém te mata lavandeira! Lavastes os paninhos de Nosso Senhor...” Há nesse poema de sete versos apenas mais poesia do que em todas aquelas páginas de fôlego que passam em revista a epopéia do Continente. Nada mais nosso, mais característico e ao mesmo tempo de mais ternura poé

1927: Júri em Esperança

Encerrava-se na Quarta-feira, dia 30 de novembro de 1927, a 4ª Sessão do Tribunal do Júri de Esperança, no qual foram submetidos a julgamento dois réus. O primeiro, incurso nas penas do art. 294, §1º do Código Penal vigente à época, foi defendido pelo Sr. Severino Irineu Diniz. Enquanto que o Sr. João Serrão da cidade de Areia assistiu ao segundo, capitulado no art. 330 daquele estatuto punitivo. A acusação ficou a cargo do Adjunto de Promotor Theotônio Cerqueira Rocha. O termo judiciário de Esperança, pertencente à Comarca de Areia, havia sido instalado em 31 de dezembro de 1925. João Marinho da Silva foi o primeiro Juiz Municipal nomeado. Por esse tempo, integravam o judiciário local: Thomaz Rodrigues de Oliveira, Juiz de Paz; José Irineu Diniz, Partidor e Distribuidor; Antonio Francisco Diniz, Contador do Juízo; João Clementino de Farias, Tabelião; João Gonçalves de Lima, Oficial de Justiça e Delegado o Sr. Inácio Rodrigues de Oliveira. Naquela reunião do júri esperancense, foram os

1930: Interventor Federal em Esperança

Visita de Antenor Navarro à cidade de Esperança Reportagem Especial Vários fatos se sucederam até que fosse nomeado interventor na Paraíba o dr. Antenor de França Navarro , pelo então presidente revolucionário Getúlio Vargas, no período de 1930 a 1932. Na mesma época, o fenômeno das secas assolava a nossa região. Assim é que, “no intuito de atender a situação grave que atravessam as populações das zonas atingidas pela seca”, o sr. Interventor Federal viajou ao interior do Estado, visitando as cidades de Bananeiras, Esperança e Arara, percorrendo as zonas do Curimataú e Agreste paraibano. Em Esperança, foi recepcionado pelo sr. Manuel Rodrigues de Oliveir a, que ofereceu aos viajantes um lanche. Após um breve descanso, o chefe do Estado percorreu a cidade, ouvindo os reclames locais. Na oportunidade, o sr. Prefeito Inácio Rodrigues , escreveu um telegrama datado de 27 de dezembro de 1930, em que externava a sua satisfação por receber o sr. Governador do Estado. A visita rendeu a execuçã

Cordel dos Cysnes e Gansos (Evaldo Brasil)

Evaldo Brasil CORDEL 49.155: O ataque rasante dos gansos de Zé Belo (Para professor Dinha, Adailton Santos) Revendo memórias de criança Parei, pensei... A pouco me dava Conta de que nossa lembrança Só com estímulos se mostrava. Dinha, que um dia fora menino, Vem aguçando o humor ferino E numa tirada me provocava: II ―Silvino Olavo devia estar doidão Falando de Cysne, de Sombra Iluminada... Aqui tem é ganso. E eu nem sei qual era a lomba. ―Adriano Véi ficava chorando Quando, comigo, pelejando o Velho poeta, detonado tomba. III Por trás de casa campo incerto A esquina de hoje era curvada Garagens, esgoto a céu aberto Óleo cru, fezes, terra molhada E a gurizada brincando ao sol O barro secando no mocotó Carreira na hora da revoada. IV Relembro terreiros onde criança Cacei, pesquei... tanto brincava Rua da Lagoa, Ladeira do Cabaré Onde, em venturas, eu sonhava. Lula, a marretada, o sapo voando Notas de cigarro e eu enricando E um rasante que amedrontava. V Os gansos, primos dos cisnes Saia

1927: Impostos da feira, arrematação

O imposto do chão da feira é muito antigo e sempre gerou algumas discordâncias da comunidade. Em Campina Grande, por exemplo, houve inclusive um movimento de revolta denominado o “Ronco da Abelha” (1852). Essa tributação era arrematada em praça pública e o adquirente tinha o direito de explorar a atividade durante certo tempo. A povoação de Esperança sempre teve uma feira bastante concorrida e seu imposto, muitas vezes, superava a da própria vila a que fazia parte. Veja o quadro exemplificativo a seguir: Produto do imposto da feira de Alagoa Nova - 631$000 Produto do imposto da feira de Esperança - 641$000 Produto do imposto da feira de S. Sebastião - 101$000 Antes da emancipação esta taxa pertencia a Alagoa Nova, que fazia o leilão. Mas com a nossa independência política havida em dezembro de 25, esta ficou a cargo do prefeito municipal. Em nota o jornal “A União” esclarecia que os impostos da feira de Esperança haviam sido arrematados por mais de 15 contos de réis. Aliás, o valor pre

A tradição da batatinha em Esperança

Por duas oportunidades escrevemos sobre o ciclo da batatinha , monocultura que foi importantíssima para o município em seu passado. Agora, trazemos aos leitores um cotejo da importância desta tradição que se encontra nos Anais da Câmara dos Deputados. Segundo aquele informativo, o município de Esperança já foi o segundo produtor de batatinha do Nordeste com o plantio de 2.000 hectares que envolviam 1.200 famílias na tecnologia da produção. As batatas eram armazenadas em um moderno frigorífico, construído especificamente para este fim e administrado pela CONAB, com capacidade para 1.000 toneladas. Contudo, com o advento da seca e a má qualidade das sementes devido a escassez d’água a cultura foi praticamente dizimada. Em 1999 o mercado deste produto passou por uma forte crise que elevara o preço do produto para uma cotação superior a US$ 100 a saca, abrindo assim novas possibilidades. O boletim chamava a atenção para o manejo do produto e a busca de soluções viáveis para a manutenção da

O homem que tapeou Antonio Silvino

Por Grijalva Maracajá Henriques Historiador Era uma vez... Dois primos, Inácio e Severino, brejeiros dos bons, que viajavam semanas a fio, de vinte a trinta quilômetros por dias com os burros carregados, só parando para alimentação frugal e à noite para o cochilo mal acomodado, sempre debaixo de árvores que dessem uma boa sombra, e os protegessem do sereno da noite, como os Juazeiros, Mulungus, Trapiazeiros, Umbuzeiros e Craibeiras pelo Agreste Nordestino: Brejo, Curimataú, Seridó, Cariri e Sertão com uma tropa de burros: dois de sela e doze animais de carga, com seus arreios aonde dependurados iam à malotagem, bruacas ou os sacos com as mercadorias, sempre cobertas com lonas, fora a burra madrinha, velha e sabida que encabeçava e escolhia os caminhos melhores, sempre enfeitada com fitas e um sininho característico ou mesmo um chocalho com um som bem peculiar, onde os outros animais a seguiam quer de dia ou à noite; desses burros, dois eram animais com a troçada do dia a dia: comida, r

Welves, um ano de saudades!

Homenagem Especial O jovem Welves Alexandre Diniz era um rapaz com os olhos no futuro e pés no chão. Simpatia e carisma não lhe faltavam, sentimento que lhe era contagiante e por isto estava sempre cheio de amigos. A simplicidade nos pequenos gestos e a beleza corporal fazia de Welves a representação da juventude esperancense. Nascido em 10 de maio de 1989, estudante dos cursos de Física e Estatística, músico, professor dedicado e filho amoroso do casal Washington e Claudecir, irmão caçúla de Júnior. Enfim, uma família feliz como poucas! Surgiu assim no cenário model com uma carreira meteórica, fazendo vários eventos e emprestando as suas qualidades para marcas famosas. Estes predicados lhe valeram o título unânime de Mister Esperança . Mas o brilho dos flashs e o título de beleza não lhe envaideciam, talvez por isto não percebíamos a sua grandeza. Os nobres são assim, nos ensinam pelo exemplo e Welves nos deixou uma bela lição de vida: que o jovem precisa amar e foi o amor e a dedi

Resposta do enigma

Dois de nossos leitores assíduos responderam ao enigma proposto neste blog de autoria do professor Joviniano Sobreira. A charada que data de 1889, contando portanto 122 anos, foi decifrada pelo nosso amigo Ivanildo Xavier , funcionário público federal, e o prestimoso Evaldo Brasil , jornalista, poeta e ativista cultural de nossa cidade. Foto: wikiaves.com.br O “Turu-turu” é uma ave Gruiforme da família Rallidae cientificamente denominada Neocrex erythrops. Conhecido também como pai-luiz e sanã-de-bico-vermelho   ( http://www.wikiaves.com.br/turu-turu ). O canto deste pássaro é na verdade a reprodução do próprio nome. Na época bastante comum nas matas que preenchiam a nossa Banabuyé. Rau Ferreira Confira mais uma vez o poema do velho professor publicada nas páginas do jornal Gazeta do Sertão: Enigma Oito letras tem meu todo, E todas elas iguais; Quatro letras consoantes, E quatro letras vogais. As vogais, é uma só, As consoantes, dois pares; Presta atenção ao conceito, Para enigma decif

Festa de N. S. do Carmo em Esperança

Comunidade N. S. do Carmo - Esperança/PB Festa da Padroeira de 14 a 17 de Julho de 2011 Foto: pt.wikipedia.org " Maria, mãe do carmelo " Dia 14/07 - Noite dedicada à família 18h30 - Abertura, procissão com a imagem de N. S. do Carmo saindo da Igreja Matriz até a comunidade 19h30 - Celebração da Santa Missa na Capela N. S. do Carmo - tema "Maria, mãe da igreja modelo de evangelização para as famílias Celebrante; Padre Nelson 15/07 - Noite dedicada à juventude 19h30 - Celebração da Santa Missa - tema "Maria, desperta o coração dos jovens para a missão" Celebrante: Pe. João de Deus Lira, vigário paroquial 16/07 - Noite dedicada as comunidades 19h30 - Celebração da Santa Missa - tema "Comunidades unidas a Maria a serviço do Reino de Deus" Celebrante: Pe. Joselito 17/07 - Encerramento das festividades 16h00 - Celebração da Santa Missa - ação de graça com os catequisandos da 1a. Eucaristia Celebrante: Pe. Romualdo Vieira de Lima, pároco Todos os dias após a

Enigma, de Joviniano Sobreira

ENIGMA, DE JOVINIANO SOBREIRA O Blog HISTÓRIA ESPERANCENSE está em contínuo descobrimento pelas coisas da nossa terra, especialmente aquelas que remontam ao Século XVIII, como esta que está na Gazeta do Sertão: Enigma Oito letras tem meu todo, E todas elas iguais; Quatro letras consoantes, E quatro letras vogais. As vogais, é uma só, As consoantes, dois pares; Presta atenção ao conceito, Para enigma decifrares. O conceito do enigma, Que te posso apresentar. É uma ave do Brasil, Podes agora estudar. Banabuyé, 15 de Abril de 1889 Juviniano Augusto de Araújo Sobreira A Gazeta era editada por Irineo Joffily, que era cunhado do Capitão Bento Olímpio Torres, e vinha sempre a Banabuyé (Esperança)  beber desta água e saborear da sua vasta cultura. Joviniano Sobreira possuía um internato nesta povoação e ensinou tanto a seu filho - o Capitão Elysio Sobreira, patrono da PMPB - quanto ao poeta Silvino Olavo. Sua esposa lecionava a cadeira pública do sexo feminino. Bento Torres foi um dos benfeito

Casa de Apoio Nosso Lar

A Casa de Apoio à Criança Desamparada “ Nosso Lar ” foi fundada em 03 de maio de 2000. Sociedade civil sem fins lucrativos, abriga e ampara crianças e adolescentes promovendo-lhes o bem estar e a integração social na cidade de Esperança/PB. O “ Nosso Lar ” sobrevive de doações da própria comunidade e funciona numa casa alugada na Travessa José Andrade, nesta cidade, sob a responsabilidade da Srta. Andréa da Costa Nascimento , cujo empenho pela instituição é louvável. A maioria das crianças frequentam o ensino regular e participam de atividades que desenvolvem o seu caráter e auto-estima. As que necessitam de cuidados especiais são encaminhadas a centros especializados e seguem acompanhadas por profissionais da saúde. O trabalho realizado pelo “ Nosso Lar ” dignifica a instituição e recebe inúmeros elogios por parte da sociedade organizada e dos poderes constituídos. E recentemente tem recebido a visita de artistas de renome nacional. Nesses 11 anos de existência a casa de apoio tem enf

João [Benedito] Viana dos Santos

João Viana dos Santos, conhecido por “ João Benedito ”, nasceu em Esperança no ano de 1860 e faleceu na cidade de Remígio em 1943. Cantador e repentista, residiu na Rua do Boi (Av. Senador Epitácio) e se apresentava nas feiras livres da região sempre acompanhado de sua viola que trazia dentro de um saco. Era um moreno muito respeitado pela sua habilidade de criar versos e seu jeito irreverente. Mesmo em idade avançada fazia suas rimas. Diziam ainda ter boa memória e “ peito fino ” e que cantava e glosava abertamente. O historiador, folclorista e antropólogo Luiz da Câmara Cascudo, cita-o em seu livro e reproduz um desafio que o poeta popular manteve com Antonio Correia Bastos. O repentista Antônio Ferreira da Cruz chegou a colocar João Benedito em pé de igualdade com Joaquim Sem Fim, considerando-o um dos temíveis cantadores da sua época. E Coutinho Filho relata, em “Repentistas e Glosadores”, que “ em palestras com Josué da Cruz a respeito dos melhores poetas populares da atualidade,

O ciclo da batatinha em Esperança

Esperança foi um dos grandes produtores de batatinha inglesa [ Solanum Tuberosum ] do país. Esta leguminosa enriqueceu muitos agricultores no passado e foi, por assim dizer, o carro chefe da nossa exportação agrícola. O seu ciclo na região começou em 1906, quando Delfino Gonçalves de Almeida trouxe algumas sementes de São Paulo para o Engenho Pedra D’água em Alagoa Nova. E que depois foram semeadas em Esperança por Inácio Barbosa em 1910, nas proximidades de Areial. Contudo, a SUDENE nos dá outra versão. Segundo o órgão: “ Essa cultura foi introduzida na cidade de Esperança em 1916, por Plácido Santiago, em uma localidade chamada Sítio Pintado, onde hoje se ergue o Ginásio local, dali se irradiando para as cidades vizinhas ” (Boletim de Pesquisa: 1967, p. 221). O maior atrativo desta cultura foram os preços alcançados, que expressavam enorme lucratividade e encontraram nestas terras solo, umidade e temperatura propícias ao seu cultivo. A maioria dos agricultores passou a plantar esta e

Sesmaria de Areial

Para efeito de registro trazemos a uma data das terras de Areial. Esta compunha toda a extensão da antiga vila de Esperança e até 1961, o atual município de Areial pertencia a Esperança na qualidade de distrito. Sendo assim, pela importância histórica que une as duas cidades achamos por bem transcrever esta sesmaria, vizinha da nossa antiga Banabuyé. A Sesmaria do Areial, tombada sob Nº 250, foi requerida por Sebastião Gomes Correia em 17 de maio de 1736, e concedida no governo de Pedro Monteiro de Macedo. Anos mais tarde a sua filha Barbara Maria da Pobreza , “ viúva do tenente Dionísio Gomes Pereira , senhora da metade do sítio Oriá do sertão do Cariri, onde nas testadas há um olho d'água chamado Brabo ”, tomava posse das terras que compunham os Sítios Camucá, São Tomé e Gravatá, “ além de uma gleba de terras com alguns currais, onde iria surgir o povoado de Pocinhos” (1764). E requeria para si a Sesmaria Nº 620, do Sítio Oriá , cujos limites eram: “ contestando da parte do sul