O poeta Eudes Barros lançou em março de 1928 o seu título mais conhecido: Cânticos da Terra Jovem, que valeu inúmeros comentários da imprensa nacional, especialmente as referidas ao seu poema “Jesus Brasileiro”, divulgado no Rio pela voz de Maria Sabina em festejada conferência.
Em artigo para o jornal A UNIÃO, o nosso poeta Silvino Olavo faz uma síntese crítica da obra, ressaltando o poema “Religião”, que para ele, é a melhor produção do livro. Eis o cotejo do vate esperancense:
“Religião” é para mim a melhor produção do livro:
“- Ah! Se não fosse lavandeira!
E o garoto põe na cintura a baleeira e cruza os braços
O passarinho de asas negras e peito alvo,
Escolhe um grão de areia à beira d’água e voa...
Ninguém te mata lavandeira!
Lavastes os paninhos de Nosso Senhor...”
Há nesse poema de sete versos apenas mais poesia do que em todas aquelas páginas de fôlego que passam em revista a epopéia do Continente.
Nada mais nosso, mais característico e ao mesmo tempo de mais ternura poética!
A doce paz da minha infância, o meu sentimento religioso, meu badoque e meu bisaco de balas, tudo isso este poema teve na sua simplicidade encantadora a força de evocar.
Isto sim! Isto é poesia verdadeira!”
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Rau Ferreira
Fonte:
- A UNIÃO, Jornal, Órgão oficial do Governo do Estado. Edições de março e abril. João Pessoa/PB: 1926.
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