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Mostrando postagens de junho, 2014

Esperança: Revolução de '30

A intentona de 1930 não passou despercebida em nosso município. Por aqui, comerciantes e políticos manifestavam apoio às candidaturas de João Pessoa e Getúlio Vargas. Dos arquivos de José Américo de Almeida selecionamos três telegramas enviados em apoio ao movimento: “De Esperança-PB N. 6 Pls. 15 Data 5 Hora 8,10 Povo solidário movimento. Reina calma. Saudações. Theotonio Costa” “De Esperança-PB N. 8 Pls. 26 Data 5 Hora 8,50 Instante alma nacional vibra orgulhosa movimento reivindicação ofereço meus serviços causa gloriosa Paraíba. Sds. Ignácio Rodrigues”. “De Esperança-PB N. 12 Pls. 21 Data 5 Hora 17 Solidário V. Excia. Governo renovadora ação dignificante invicto João Pessoa. Cordiais Saudações. Manoel Rodrigues”. Theotônio Tertuliano da Costa havia assumido a prefeitura em 1929, em sucessão ao ex-prefeito Manuel Rodrigues. Rau Ferreira Referências: - ESPERANÇA, Livro do Município de. Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985. - ANDRADE, Ana Isabel de Souza

Sol: por ele mesmo!

Silvino Olavo Cotejei algumas passagens sobre o poeta SILVINO OLAVO em textos publicados na imprensa paraibana. Estes imprimem além do sentimento que lhe é peculiar, a autobiografia de si mesmo. Que o leitor tire suas próprias conclusões: 1) " Por mais indiferentes que parecessem à política as minhas tendências espirituais no Rio de Janeiro, onde tive a ventura de vos conhecer, enquanto, por uma  dolência amarga do subconsciente, as caravelas do Sonho singravam-me os plácidos  mares do pensamento, eu não podia deixar de ser, como fui, arrebatado pela visão miraculosa de um mundo novo, como a que serenou, há mais de quinhentos anos, a  angústia e o desprezo no espírito dos tripulantes de Colombo, ao avistarem terras de  América, vendo, como vi, descerrarem-se os velários e abrir, radiosamente, no cenário  político de minha terra, o sorriso límpido de uma esperança nova, a aurora  resplandecente de novas perspectivas amplamente libertas aos olhos já meios  apreensiv

Padre Zé: Candidato a santo!

Monsenhor José Coutinho - Padre Zé Monsenhor José da Silva Coutinho – o Padre Zé – pode se tornar o primeiro paraibano a ser consagrado santo. Nascido em Esperança, aos 18 dias do mês de novembro de 1897, filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de Eusébia de Carvalho Coutinho; sobrinho do Arcebispo de Alagoas D. Santino Maia, era também afilhado do Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba, Monsenhor Odilon. Benemérito da ação social em nosso Estado, fundou o Instituto São José e um hospital que leva seu nome, ambas as instituições de ajuda aos mais necessitados. Também era músico, escritor e professor. Devoto incondicional de Nossa Senhora do Carmo, participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres junto ao Seminário da Parahyba. Em carta dirigida ao Monsenhor Palmeira, vigário de sua terra natal, relata a sua condição de pobreza: “ Não fossem meus males físicos e principalm

Dona Regina: um centenário de vida e história

A história que vamos contar teve início em 1912... Dona Regina Alguns acontecimentos importantes marcaram aquele ano: o mundo ficou chocado com o acidente envolvendo o navio Titanic; o Brasil passava por uma guerra civil comandada pelo Presidente Hermes da Fonseca; nasceu o escritor Jorge Amado; o Santos Futebol Clube foi fundado; e a Paraíba tinha como governador Castro Pinto. No mesmo ano, no dia 12 de dezembro, no sítio Meia Pataca, que na época pertencia ao município de Areia, nascia a menina Regina Monteiro de Melo, a primogênita de um total de oito filhos do casal de agricultores Virgínio Monteiro de Melo e Aurora Monteiro de Melo. Depois dela nasceram Benjamim, Joca, Severino, Pedro, Tota – já falecidos - Maria, hoje com 94 anos e Sebastião, com 93. Após a morte de sua mãe e o novo casamento de seu pai, a família de Regina ganhou mais quatro irmãos: Marliene, Marliete, Juscelino e Roberto, que era o caçula dos irmãos e já faleceu. Durante a adolescência, Regina, n

Biblioteca "Dr. Silvino Olavo" (E seu rico acervo)

Fachada da Biblioteca Municipal "Dr. Silvino Olavo" A Biblioteca Municipal de Esperança “ Dr. Silvino Olavo ” possui um valioso acervo. Trata-se da coleção dos jornais da “A União” da Paraíba, que teve seu início na gestão do prefeito Manoel Rodrigues de Oliveira nos idos de 1925. Órgão oficial do governo da Paraíba, o jornal foi fundado pelo Presidente da Província Álvaro Machado em 1893. Este importante veículo de comunicação era na época “ o principal jornal da Paraíba ” (ALMEIDA, p. 189). Aliás, o periódico servia a uma série de coisas: publicavam atos oficiais, notícias, reclames, enfim faziam a interligação da Capital com o interior. E o seu suplemento de arte e literatura trazia além da moda parisiense os escritos dos mais importantes autores paraibanos, a exemplo de José Américo de Almeida. Os volumes desta coleção encontram-se encadernados e em bom estado de conservação, servindo a acadêmicos e historiadores. Suas páginas contam muito de nossa história. Al

Pedro: Jogando a pedra pra cima

Este é mais um dos "causos" populares de Pedro Pichaco. Dizem que o velho mandrião, a troco de alguns tostões, garantira ao seu público, constituída de simples agricultores, jogar uma pedra de paralelepípedo para o alto e em seguida segurar no dente, fazendo inclusive um gesto labial trincando os incisivos. A multidão apreensiva aguardava o feito. Depois de passar o chapéu o malandro finalmente atirou a pedra que caiu longe e em seguida segurou com o indicador e o polegar em seu dente, exclamando: - Não fiz?! Após sucessivas risadas a aglomeração se dispersou, sem fazer questão dos trocados que havia despendido por aquela apresentação. Pedro sempre que vinha a Esperança contava as suas peripécias pelo mundo. Muita gente parava no calçadão para ouvir o Pichaco narrar suas aventuras. Sempre muito bem vestido, com seu terno branco e sapatos pelegrini, era figura de destaque nas festas de fim de ano, quando comparecia com todo garbo e requinte. Rau Ferreira

Esperança: Almanak Laemmert (1910/1912)

O Almanak Laemmert - editado no Rio de Janeiro pelos irmãos Eduard e Heinrich Laemmert entre os anos 1844 e 1889 – é um dos mais antigos no gênero, constituindo um marco do mercado tipográfico nacional. O seu conteúdo abrangia dados censitários, informações sobre a corte, os ministérios e os estados brasileiros. Os volumes de número 67 e 68, publicados em 1910 e 1912, nos fornecem alguns elementos para compreendermos melhor a nossa povoação no início do Século XX. Neste livro a nossa cidade aparece como distrito de Alagoa Nova, com o nome de BOA ESPERANÇA. O Termo Judiciário de Esperança, pertencente ao 2º Distrito da Comarca de Areia (Lei Provincial Nº. 10, de 05 de setembro de 1851), era constituído pelos seguintes Juízes de Paz: Thomaz Rodrigues de Oliveira, Eneas Valdevim, José Irineu Diniz e José Joaquim Cavalcanti. Theotônio Tertuliano da Costa – que foi nosso segundo prefeito, nomeado depois de Manoel Rodrigues de Oliveira – era 2º suplente de Juiz Municipal. A sub-dele

São João de Esperança: Ontem & hoje

Antigamente quadrilhas e casamentos matutos aconteciam no pátio do “ Irineu Jóffily ” e em outros locais elas eram animadas por Benício Nóbrega, Antonio Coelho, Teotônio Rocha, Matias Virgolino e Ascendino Portela. Haviam rodas de cocos organizadas por Zé Luiz e os irmãos Pichaco Adauto e Honório, enquanto João Benedito fazia versos de improviso com a sua irreverência. No Cine São Francisco, de Titico Celestino, apresentavam-se artistas renomados como Marinêz e sua gente. E o CAOBE foi palco igualmente de grandes shows, assim como as Amigas do Lar, que costumeiramente neste período faz exposição de artesanato. Os anos 80 ficaram marcados pelo sincretismo que uniu aspectos do passado com as novas tendências do São João. Assim surgiu em 1989 o “ Arraial da Esperança”, contando com barracas, ilhas de forró e a participação de quadrilhas de outras cidades, caracterizado por um portal de entrada principal na festa. Destacaram-se neste cenário os locutores Ednaldo Sales e Gera Som; e as

Coisas do passado: S. João do Irineu

Por: P. S. de Dória S. João do Irineu, década de 50/60.   Há, nesta efêmera existência, episódios que a gente nunca esquece! Como se fôssemos anjos do tempo, voamos em busca do passado e quando lá aportamos, nos deparamos com uma gama de lembranças com as quais nos alimentamos, fortalecendo-nos para podermos suportar o trajeto de volta rumo ao presente. Refiro-me a um período entre a minha infância e adolescência, num intervalo de tempo mediando o término da década de 50 e o limiar dos anos 60.  Berço esplêndido de festejos mil, privilegiada pela via de fácil acesso, preferida pelos visitantes de cidades circunvizinhas e pela sua descrição hospitaleira, Esperança-PB, sempre realizou com sucesso inquestionável os seus eventos festivos. Uma das memórias mais redundantes que carrego pela vida afora, foi numa das noites de São João, não me recordo precisamente se no dia 23 ou 24 de junho do ano de 1957.   Os festejos juninos eram a grande atração e as quadrilhas da sociedade

Ginásio Diocesano de Esperança

Ginásio Diocesano de Esperança (PB) O Ginásio Diocesano de Esperança, pertencente à Paróquia, teve sua pedra inaugural lançada em 1945 na administração do Padre João Honório, mas somente foi concluído em 1953 pelo então pároco Manuel Palmeira da Rocha. As aulas iniciaram no ano letivo de 1958, com os Cursos Primário e Ginasial.  E a primeira turma, com 52 alunos, formou-se no dia dia 10 de dezembro de 1961 . Os estatutos da nova escola que funcionaria no sistema de semi-internato, foram publicados no Diário Oficial de junho de 1952, passando a funcionar efetivamente em 1957. O curso ginasial seria de quatro classes e o ensino particular. Padre Palmeira dirigiu a escola paroquial ao longo de duas décadas, auxiliado por João de Deus Melo, José Nivaldo e o professor Manuel Vieira, que foram vice-diretores. A austera professora Hosana Lopes também participou da direção e ministrou aulas naquela unidade durante muito tempo. A Escola Dom Palmeira é um patrimônio histórico. No passado