Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2022

Velhos costumes

  Muita gente ao se referir ao modo grosso de algumas pessoas, dizem que “fulano é como papel de embrulhar prego”, não olvidando conhecer que tempos atrás o papel de embrulho era “pau pra toda obra”. Na verdade, ainda alcancei esse tempo em que ele era embalagem para tudo que se comprava nas vendas e bodegas de nossa cidade, sem qualquer escrúpulo ou ojeriza de hoje, quando as sacolas biodegradáveis dominam o mercado. Pois bem. Lendo o jornal “Correio de Esperança”, periódico que circulou em nossa cidade nos anos ’30 do Século passado, deparei-me com uma matéria que me chamou a atenção nesse aspecto, cujo título era “Velhos Costumes”. De interesse histórico, resolvi então reproduzi-lo nesse semanário: “ Dos velhos costumes de nossa terra, um dos que merecem a nossa reprovação é o de embrulhar em papel de jornal o pão, como a bolacha ou qualquer outro alimento dos quais nos servimos sem lavá-los previamente, ou sofre decocção. Referimo-nos ao pão, porque é o que mais comumente vem

Rua Epaminondas Câmara

  A homenagem partiu do Prefeito campinense Elpídio Josué de Almeida em seu segundo mandato (1955/1959), através de mensagem ao legislativo mirim de 22 de julho de 1959. Epaminondas nasceu em Esperança-PB, no dia 04 de junho de 1900, onde viveu até os dez anos de idade, até que sua família se mudou para Taperoá-PB. Veio residir em Campina Grande-PB após o falecimento de seu pai, ocorrido em 14 de fevereiro de 1921. Em Campina, com algumas noções de contabilidade, passou a trabalhar no Banco Auxiliar, fazendo carreira por 21 anos. Casou-se com sua prima Isaura, mas não teve filhos. Era católico fervoroso e ajudou a fundar algumas paróquias e associação de moços. Na mensagem Elpídio acentuou o caráter e formação do esperancense: “ Fez por merecer esta modesta homenagem à sua memória. Não disputou cargos eletivos, não exerceu nenhum lugar na pública administração, não pertenceu a facções partidárias, mas prestou a Campina grande um relevante serviço, que exigiu anos seguidos de pers

Esperança em 1985

  Em nossa “máquina do tempo” seguiremos viagem ao longínquo ano de 1985, trazendo o aspecto da nossa cidade, o “lyrio verde da Borborema”. O município era administrado pela terceira vez pelo Sr. Luiz Martins de Oliveira, coletor público estadual, que enveredou pela política desde os idos de 1963. Para uma melhor compreensão, vamos categorizar os dados, de acordo com as fontes escritas daquele ano (1985), já que algumas classificações geográficas mudaram ao longo do tempo: 1. Aspectos históricos Os primeiros habitantes foram os índios Bultrins, da tribo Banabuyé. Não se sabe ao certo em que ano ou época os silvícolas ali levantaram aldeamento. A aproximação de colonos para servirem-se de água potável então existente em um reservatório no local, obrigou os indígenas a abandonarem o seu habitat rumando para o interior. O depósito de água recebeu o nome de Tanque do Araçá. Próximo a ele, o português Marinheiro Barbosa construiu uma casa que foi a primeira que se tem notícia. O mu

João Benedito, por Orlando Tejo

  O texto a seguir foi transcrito de dois trabalhos do escritor Orlando Tejo, uma reportagem publicada no Correio Braziliense e uma passagem do seu antológico livro “Zé Limeira – poeta do absurdo”, que retrata o cantador esperancense João Viana dos Santos, ou João Benedito Viana. Eis o registro: “João Benedito Viana, outro iluminado, nasceu em Esperança, ali nos arredores de Campina Grande. Mulato franzino, retraído e grandioso. O coronel Eufrásio Câmara, numa venda de Alagoa Nova, entrega-lhe um copo de cachaça e ordena, de rebenque em riste: “É pra glosar de quinze a um”. E o poeta: É quinze, é quatorze, é treze, Doze, onde, dez e nove, Só faz lama quando chove, Corre água no Gramum, Pássaro preto é anum Que no bico traz um vinco, Oito, sete, seis e cinco, Quatro três e dois e um”.   O próprio Orlando Tejo registra o ressentimento de Zé Limeira porquanto já “botaro João Benedito” nos livros, enquanto que o “poeta do absurdo” era praticamente desconhecido: “ Ap