Toda cidade interiorana tem suas figuras emblemáticas. O bêbado, o político, a moça velha... com suas histórias contadas à boca miúda. Quando Esperança era pequenina – no dizer olaviano – havia por aqui um policial que era muito frouxo, nunca prendera ou dera um tiro sequer; por ser amigo das autoridades, ganhou a farda e vivia por ali em conversas de botequim e visitas à gente graúda. Certa feita, chegou na comarca um juiz que se pôs a fazer correição nos mandados de prisão e não conhecia aquele soldado. Vendo-o pelos corredores do fórum, chamou-o ao gabinete: - Você conhece este dito cujo? Perguntou o juiz. - Conheço voss’ência! Respondeu o soldado. - Pois bem. Observei aqui que ele é procurado da justiça, aguardando cumprimento de pena. Quero que você prenda ele e traga a minha presença, pois quero ainda hoje recambiá-lo para Campina Grande. Concluiu o magistrado. Estava feito o dilema, pois aquele cabra era o valentão da cidade, que ninguém ousava por a mão, nem os ma...
Cidade. Esperança. Parahyba. Brasil.