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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

Evolução do catolicismo, de Epaminondas Câmara

  Depois do livro de Boulanger Uchôa (Subsídios para a História Eclesiástica de Campina Grande), o que mais se aproxima acerca do registro histórico da religião campinense é o livro de Epaminondas Câmara: “ Evolução do catolicismo na Paraíba-aos 500 anos da descoberta do Brasil ” Moacir Germano, em suas notas introdutórias, destaca a destreza do autor, que ao mesmo tempo se apresenta como “historiador e artista”, comparando-o a Tolstói em seu clássico “Guerra e Paz”: “ E Epaminondas Câmara, ao que nos parece, tinha também essa consciência e guardava em si, intrinsicamente ligados, os espíritos do historiador e do artista ao mesmo tempo ” (CÂMARA: 2000). Foi imbuído nesse espírito que o escritor esperancense começou a escrever, para o órgão católico “A Imprensa”, artigos que foram publicados entre 9 de abril a 12 de agosto de 1950, totalizando sessenta textos que compuseram este livro sobre o catolicismo na Paraíba. O jornal “A Imprensa Catholica” foi criado em 1893 pela Diocese

Cantador - Estrela da Poesia (poema de Rau Ferreira)

  Cantador de viola Tem que ser bom de prosa Sujeito de improvisação; Se não fizer verso na hora A rima sai desastrosa.   Conheci um cantador De rima orgulhosa Cantava feito menino Cantador de verso fino Já está na fé gloriosa.   Esperança é terra De grandes repentistas Prosadores da multidão Voz do povo nordestista Que noticia ocasião.   Cantador prá ser bão Deve trazer no gibão Uma porção de alegria; E a estela da poesia Como suma vocação.   Banabuyé, 26 de janeiro de 2019.   Rau Ferreira

Os irmãos cantadores da Mulatinha

  Toinhoho e Dedé foram grandes cantadores, ambos começaram com a embolada de coco, um gênero do cancioneiro popular. Têm sua origem no Sítio Mulatinha, propriedade de sua avó Maria. Toinhoho assim declama em versos o nome do lugar, atribuindo-lhe a suposta gênese:   “ Daí vem a sua história que nos versos se encaminha sua avó era mulata chamavam de mulatinha seu nome cresceu demais [...]”. (Toinho e sua biografia: 200--).   Eram ao todo onze filhos de dona Severina Maria da Conceição e Manoel Patrício de Souza. Ela fazia utensílios de barro para vender nas feiras. Ele era agricultor. O primogênito José “Dedé” Patrício (1914-1994) foi quem iniciou na cantoria, com doze anos de idade; e ensinou Antônio “Toinho” Patrício (1927-2016) na arte do coco, já aos dez anos. O pai repreendia Dedé, pois considerava aquilo “coisa de preguiçoso”, mas esse justificava que as pessoas admiravam a sua inteligência e lhe pediam para cantar algo:   “[...] não papai, é porque quando

O Centenário de Cysnes

  Este ano (2024) se comemora o centenário da publicação de “Cysnes”, primeira obra poética de Silvino Olavo da Costa. O maior representante do Simbolismo paraibano, nasceu em Esperança em 27 de julho de 1897. Era filho do Coronel Manoel Joaquim Cândido e dona Josefa Martins Costa. Na juventude, Silvino sofrera um grande golpe do destino: se apaixonou por uma bela moça, filha de um comerciante esperancense. O romance não fora bem aceito pela mãe do poeta, e por outro lado, o seu pai queria que o rapaz seguisse seus passos. A conjugação dessas duas vontades não poderia resultar noutra coisa senão a fuga do lar. Ex Libris do autor, o compêndio poético abre com uma frase de Alves de Souza (1884/1922): “ O sofrimento é a grande serenidade ...” e uma citação de Georges Rodenbach (1855/1898): “ Guilandes de la glrie, ah! vaines, toujours vaines! Mais c’est triste pourtant quando n avait rêvé, De ne pas trop perir et d’etre um peu sauvé Et de laisser de soi dans les barques humain