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Mostrando postagens de maio, 2023

Padre Zé e suas esmolas

  Como não lembrar do Padre Zé? Benemérito da ação social na Paraíba, fundou um instituto e um hospital que leva seu nome, ambas as instituições de ajuda aos mais necessitados. Também era músico, escritor e professor. Devoto incondicional de Nossa Senhora do Carmo, participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres junto ao Seminário da Parahyba. Apesar de radicado na Capital paraibana, nunca esqueceu o seu torrão: “ Nasci no dia 18 de novembro de 1897, num dia de quinta-feira, às três horas da tarde, no povoado de Esperança ”. Caridoso, nunca se descuidou de seu rebanho e fazia de um tudo para angariar fundos para as suas obras assistenciais. Quem é que não se lembra de suas investidas pelas ruas de João Pessoa em sua cadeira de rodas cutucando um e outro transeunte por uma contribuição? Conta-se que certa feita estava o Padre Zé na entrada do cinema junto às catracas, e batendo de le

Voto de divergência

  Situação e oposição vivem em acirrada briga, cada um querendo defender as cores do seu partido. Nas ruas, nas praças e nos “mourões” o termômetro da política pode ser sentido, mas o palco onde essas experiências se notabilizam é o legislativo-mirim. Esperança (PB) como em todo lugar há sempre aquele político que fica “em cima do muro”. Essa é mais uma história sobre um daqueles que não querem “se comprometer”. Nos anos 60, um liturgo esperancense enviou para a Câmara um projeto de lei instituindo o “voto-misto”. A justificativa dizia o edil, muitas vezes o vereador se vê numa posição melindrosa. É que em certos casos – justifica-se – o prefeito envia para a Câmara um projeto que em princípio pode beneficiar a população, mas as circunstâncias também favorecerem o pretenso candidato numa campanha próxima. Neste caso, “ a consciência parlamentar não quer votar contra, por reconhecer virtudes, nem quer votar a favor, pela existência dos defeitos. E sempre há matéria em que as cir

Frei Caneca pernoitou em Esperança-PB ?

  Frei Caneca (1779-1825) em seu “Itinerário do Ceará” descreve com maestria os dias que se seguiram à sua prisão, até bem pouco antes da sua execução. Em seu diário, narra a passagem por Campina Grande-PB e a impressão que ficou daquele 12 de dezembro de 1824. No seu trajeto, o clérigo antes de aportar à “Rainha da Borborema”, passou por “Bonaboiú”, onde pernoitou próximo à cachoeira de João Saraiva, como o próprio frade descreve: “ Despois de passarmos ao través do rio das Piranhas, tomamos a travessa para o riacho dos Porcos, e passando pelas fazendas Lagoa Rachaça e Poço do Cruz, viemos dormir à cachoeira de João Saraiva, morador em Bonaboiú . Pouco antes de aqui chegarmos, um soldado, desacauteladamente batendo com o coice da granadeira no chão, e esta disparando-se, feriu um dos camaradas, passando-o de parte a parte e matou o cavalo de José da Cruz Gouveia, conselheiro do governo temporário da Paraíba. Neste dia vencemos cinco léguas de caminho. Na manhã do dia 5 saímos do acamp