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Mostrando postagens de março, 2024

A morte e a ressurreição de Padre Antônio

  O romance é um gênero literário narrativo atemporal com ambientes e personagens que contam uma estória; em geral tratam de fatos grandiosos de um herói ou de seu povo e a sua origem remota às epopeias. Nós não temos muitos romancistas em nossa terra, por isso a notícia do livro dos irmãos Thomas Clementino Sales de Lima e Lucas Clementino Sales de Lima nos chama a atenção pelo seu ineditismo. Lançado pela Editora Arribaçã, a obra possui 369 páginas no formato 14 x 21 cm. Diz Evaldo Brasil que a obra é “ envolta em situações de muito humor, mistério, suspense e drama, a narrativa consegue prender nossa atenção a cada página, a cada capítulo, no que poderia retratar a realidade de qualquer pequena e pacata cidade entre os anos 70 e 80 do século passado ”. Thomas, um de seus autores, é filho de Esperança, graduado em direito pela Unesc (2018), especialista em Direito Penal e Segurança Pública com Pós-Graduação pela FIP. Atua em todo o território paraibano e é sócio do escritório “

Donatila Lemos, por Magna Celi

Trago aos leitores a homenagem que foi lida pela poetisa Magna Celi no dia quatro de novembro de 2008, por ocasião da missa de sétimo dia de falecimento da Professora Donatila Lemos: “[...] meu pai me matriculou no Externato São José, cuja diretora e proprietária era a professora renomada Donatila Melo, de didática rígida, usando a palmatória para que os alunos apresentassem sempre os deveres feitos, além de aprenderem a obedecer aos mais velhos e a respeitá-los. A mãe de Donatila, Dona Finfa, ensinou-me as orações necessárias para realizar a primeira comunhão, pois éramos católicos. Também havia Inah, irmão adotiva da professora, que, ajudava os alunos nas matérias de Geografia e História do Brasil, copiando para os alunos as lições em seus cadernos, suprindo assim a falta de livros. Nossa mestra Donatila era uma pessoa de personalidade forte, muito estudiosa e realmente sábia, que dedicou a sua vida inteira ao magistério. Sempre tive muita admiração por sua perseverança nos

As produções da Tamarineira

  Silvino Olavo começou a apresentar sintomas de sua doença em julho de 1929. Na época, não havia qualquer inclinação à loucura, sendo tais casos tratados como “crise de nervos”. Dizia-se “atacado de ligeiro incômodo”, reservando-se no Pilar, onde residia a sua noiva. Em carta a Epitacinho, João Pessoa que ele foi em vésperas de São João para o Engenho Recreio daquela cidade. O seu estado se agravara em dezembro do mesmo ano, quando ao desembarcar do “Flândia”, um navio holandês, que partira do Recife com destino ao Rio, apresentou um gesto inusitado. O seu biógrafo João de Deus Maurício comenta o seguinte: “ Quando o navio atracou no porto e foi lançada a escada para o desembarque dos passageiros, o Presidente João Pessoa foi o primeiro a descer, e ficou à beira do cais, esperando pelo seu auxiliar. De repente, apareceu Silvino, conduzindo a maleta na cabeça. Este seu comportamento causou certa estranheza ao Presidente e observada por vários amigos que se encontravam no local.

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Zé-Revolução” Ainda me

Uma carta do Padre Zé

  A carta a seguir foi extraída da reportagem de André Aguiar publicada no Portal S1, com o seguinte título: “Em defesa do Padre Zé Coutinho”, em data de 02 de novembro de 2023. O colunista nos informa que mesmo sem procuração exerce a defesa do sacerdote que muitas vezes foi criticado por suas ações, a exemplo de quando celebrava missa para os detentos na Cadeia Pública de João Pessoa (1947) concedendo-lhe a eucaristia. Os seus críticos diziam que os presos não seriam dignos de receber a comunhão, ao que respondeu o religioso lembrando-lhes a passagem de Mateus 2:17. O texto ainda cita um fato acontecido numa cidade brejeira, em que Padre Zé foi até ao prefeito pedir-lhe uma ajuda para os pobres daquele município que residiam no seu abrigo, negando o gestor sob o pretexto de que desconhecia o seu número, replicando-lhe o sacerdote:   - O senhor que é prefeito não sabe imagine eu que sou apenas o portador do pedido! Segundo consta, a autoridade deu-lhe uma pequena contribuição, mas