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A morte e a ressurreição de Padre Antônio

 


O romance é um gênero literário narrativo atemporal com ambientes e personagens que contam uma estória; em geral tratam de fatos grandiosos de um herói ou de seu povo e a sua origem remota às epopeias.

Nós não temos muitos romancistas em nossa terra, por isso a notícia do livro dos irmãos Thomas Clementino Sales de Lima e Lucas Clementino Sales de Lima nos chama a atenção pelo seu ineditismo. Lançado pela Editora Arribaçã, a obra possui 369 páginas no formato 14 x 21 cm.

Diz Evaldo Brasil que a obra é “envolta em situações de muito humor, mistério, suspense e drama, a narrativa consegue prender nossa atenção a cada página, a cada capítulo, no que poderia retratar a realidade de qualquer pequena e pacata cidade entre os anos 70 e 80 do século passado”.

Thomas, um de seus autores, é filho de Esperança, graduado em direito pela Unesc (2018), especialista em Direito Penal e Segurança Pública com Pós-Graduação pela FIP. Atua em todo o território paraibano e é sócio do escritório “Dias e Sales” neste município.

De acordo com o site da editora: “Um homem apaixonado por sua família e grande amante, por uma forte influência dos pais, da música, pintura, escultura, teatro, literatura, cinema, histórias em quadrinhos, pela prática de esportes, por conhecer lugares novos e suas respectivas culturas”.

Lucas, seu irmão, também é bacharel em Direito pela Unesc (2020) e atua na área criminal; por influência da família tornou-se entusiasta das artes da vida e da filosofia.

O livro “A morte e a ressurreição de Padre Antônio” (2024), pode ser adquirido no formato eBook no site da Amazon, com o ISBN: 978-65-6036-284-0.

Em seu prólogo já inicia com a morte do padre:

- O padre morreu!

Disse uma senhora gorda que estava de lenço amarrado na cabeça. Ela apontou assustada nos degraus da igreja e, quase sem expressões no rosto arregalou os olhos para poder anunciar essa inquietante declaração para a multidão que se aglomerava lá fora.

Já na página 11 trás uma ilustração, um desenho muito bem arquitetado com versos do escritor baiano Gregório de Mattos.

A narrativa se passa em Pedra Bonita e possui diversos desenhos que igualmente ilustram a obra, com menção ao Cabaré de dona Lia e à mulher mascarada:

“Desde menina, dona Lia já sentia um pouco de amargor que o mundo lhe reservara. Mesmo assim, foi na infância que ela saboreou os seus momentos mais felizes, porque tinha tudo que uma criança mais pequena precisa na vida: amor, carinho, família.

[...]

Depois de intempéries do clima da região, tirar o sustento da terra não era tarefa fácil. A chuva era escassa e, para manter uma família, seu Pedro, pai de Lidiane, passou a trabalhar em uma fazenda próxima, ajudando a cuidar da terra e do gado daquela fazenda. Era assim que ele conseguia complementar o sustento”.

Destacam-se, ainda, os seguintes capítulos: Surge o Salazar, Despertar de uma paixão, Cárcere privado, Segredo Revelado, Profecia, Morte e Redenção que para mim são os pontos principais da estória. O epílogo termina com a “ressureição” do padre, talvez esse desfecho seja o mais esperado, pois o livro em si parece nos conduzir a este evento, como nos aponta o próprio título.

Essa, podemos dizer, é uma boa dica de leitura para os apreciadores do gênero, que desperta muita curiosidade pelos temas abordados.

 

Rau Ferreira

 

Fonte:

- REDAÇÃO do JCPB, @belinha_jornalista; e sites Amazon/Arribaçã, com acesso em 21/03/2024.

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