Trago aos leitores a homenagem que foi lida pela poetisa Magna Celi no dia quatro de novembro de 2008, por ocasião da missa de sétimo dia de falecimento da Professora Donatila Lemos:
A mãe de Donatila, Dona Finfa, ensinou-me as orações
necessárias para realizar a primeira comunhão, pois éramos católicos.
Também havia Inah, irmão adotiva da professora, que,
ajudava os alunos nas matérias de Geografia e História do Brasil, copiando para
os alunos as lições em seus cadernos, suprindo assim a falta de livros.
Nossa mestra Donatila era uma pessoa de personalidade
forte, muito estudiosa e realmente sábia, que dedicou a sua vida inteira ao
magistério. Sempre tive muita admiração por sua perseverança nos caminhos do
saber.
De mente sábia e altruísta, prodigalizou nos seus
discentes muitos programas educacionais que pregavam a moral vigente e os bons
costumes.
Sempre susteve suas bases de ensino nas vigas fortes da
Religião cristã, unindo ao vigor de instrutora da pedagogia conservadora os
gestos de bondade, atenção, prestimosidade e amizade companheira.
De caráter imaculado e coragem constante, estendeu seus
braços maternais de Mestra a muitos viventes de minha terra natal, Esperança;
bem como doou a uma infinidade de alunos de João Pessoa o legado do saber,
quando, durante muitos anos, dirigiu e coordenou o Curso Primário do Colégio
Arquidiocesano Pio XII, nos saudosos tempos do professor Afonso de Liguori.
Atuou como folclorista na Igreja Católica, não se
furtando a ajudar a difundir o Movimento cristão aos diversos pontos de seu
alcance.
Mente privilegiada pela memória, estava sempre atualizada
com os assuntos do país, além de questionar sobre parentes e amigos nossos, sem
jamais perder o fio da razão.
Privar de sua amizade foi um fator de grande valor na
minha vida, porque considero seus ensinamentos primeiros como um pedestal
sólido e rico que me ajudou a crescer também como educadora.
A consternação que sofrem familiares e amigos por sua
ausência, deverá ser preenchida pela alegria de sabermos que o rico cabedal de
cultura que dela recebemos continua incólume em nossas mentes, e que a afeição
preservada pela convivência é e será uma chama acesa permanente em nossos
corações.
Concluindo, preparei um soneto dedicado à grande Mestra
que consolidou a formação de tantos advogados, mestres médicos, engenheiros e
outros profissionais de nossa terra.
MAIS UMA ESTRELA NO FIRMAMENTO
Foste em
vida um baluarte vivo
A clarear
mentes principiantes
Com este
porte incansável e altivo,
Enriquecido
por lições edificantes.
Tendo a
Moral e a Ética como crivo
Na
jornada do educar entusiasmante,
A energia
e o porte cativo
Foram
traços da missão perseverante.
Convicta
da leveza espiritual,
Portando
as flores da rota educativa,
Voou ao
céu com um sorriso lirial.
E os
anjos a receberam em seu portal,
Pelo
mérito da serva escolhida
Entre os
planos do mundo divinal.
Magna Celi"
Donatila Lemos Pereira de Melo nasceu no
Engenho Olho d’Água de Areia-PB, no dia 30 de julho de 1912. Era filha de
Manoel Felix Pereira de Melo e Toinha Lemos (Dona Finfa). Querelas políticas
fizeram com que seus pais deixassem a terra natal, vindo residir em Esperança
em janeiro de 1939, quando passou a lecionar na Escola “Irineu Jóffily”.
Faleceu em novembro de 2008.
Referências:
- BRASIL, Evaldo. Histórico de Esperança (Hope
City). Manuscrito. Esperança/PB: s/d.
- CELI, Magna. Saudade, um lugar dentro de mim
(memórias). Mídia Gráfica e Editora. João Pessoa/PB: 2018.
Pois bem! Foi no final dos anos 90 do século passado, quando nas produções da Revista da Esperança (1996-1997) estivemos eu, Mércio Araújo e Odaildo Taveira em casa da mestra, em João Pessoa. A única coisa que indicava os efeitos da idade era a dificuldade auditiva. De resto, consciente e bem-humorada, nos narrou da dedicação ao teatro na formação cristã, dos alunos que marcaram sua passagem por Esperança e do amor que guardava consigo por nossa terra. Parabéns, mais uma vez, meu confrade.
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