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Esperança: Almanak Laemmert (1910/1912)

O Almanak Laemmert - editado no Rio de Janeiro pelos irmãos Eduard e Heinrich Laemmert entre os anos 1844 e 1889 – é um dos mais antigos no gênero, constituindo um marco do mercado tipográfico nacional. O seu conteúdo abrangia dados censitários, informações sobre a corte, os ministérios e os estados brasileiros.
Os volumes de número 67 e 68, publicados em 1910 e 1912, nos fornecem alguns elementos para compreendermos melhor a nossa povoação no início do Século XX.
Neste livro a nossa cidade aparece como distrito de Alagoa Nova, com o nome de BOA ESPERANÇA. O Termo Judiciário de Esperança, pertencente ao 2º Distrito da Comarca de Areia (Lei Provincial Nº. 10, de 05 de setembro de 1851), era constituído pelos seguintes Juízes de Paz: Thomaz Rodrigues de Oliveira, Eneas Valdevim, José Irineu Diniz e José Joaquim Cavalcanti.
Theotônio Tertuliano da Costa – que foi nosso segundo prefeito, nomeado depois de Manoel Rodrigues de Oliveira – era 2º suplente de Juiz Municipal.
A sub-delegacia de Esperança era comandada por Salpino Agripino de Souza, sendo suplente Antonio Luiz de S. Maribondo.
Na instrução pública, tínhamos os seguintes professores: José Pereira Brandão e Maria Luiza Avila Luiz de Vasconcellos.
A Paróquia do Bom Conselho era administrada pelo Padre Francisco d’Almeida, sendo sacristão Lindolpho d’Araujo Sobreira. É importante ressaltar que o nosso paroquiato foi erigido em 30 de maio de 1908.
Havia dois engenhos, embora estes fossem sediados na divisa do Município sede: Riachão, de João Trigueiro; e Caldeirão, de Francisco de Araújo Souto.
Estabelecidos nesta povoação, haviam os seguintes comerciantes: José de Christo P. da Costa, José Cunha Netto, Sebastião Batista Júnior (Yoyo de Ginú) e José Virgolino Sobrinho.

Rau Ferreira

Referência:
- HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil: sua história. São Paulo: T.A. Queiroz/Edusp, 1985.
- LAEMMERT, Almanak. Almanaque Administrativo e Mercantil. Ed. 67. Rio de Janeiro: 1910.
- LAEMMERT, Almanak. Almanaque Administrativo e Mercantil. Ed. 68. Rio de Janeiro: 1912.

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