Irineu Jóffily, de quem não desconhecemos a sua origem
– que o diga o seu neto Geraldo, que afirma a sua naturalidade esperancense,
inclusive indicando-lhe o local de nascimento – tinha um apreço especial por
essa terra.
Ele sempre vinha a Esperança, pois aqui residia o seu
cunhado, Bento Olímpio Torres, chegando a pernoitar algumas vezes naquele casarão,
o qual em seu frontispício tinha o brasão da família “Brasil”.
O certo é que a sua família costumava passar “os
invernos em um pequeno sítio à sombra de imensa rocha, que guarda um pouco de
umidade para os terrenos do nascente. O local era conhecido por Banabuié”.
É o próprio Jóffily, historiador responsável pelos
contornos da Parahyba, que nos informa que “Esperança [...] era simplesmente
uma fazenda de criação, [...]” onde “As gameleiras que a rua principal estava
arborizada foram estacas dos currais da fazenda” (Notas sobre a Parahyba: 1892,
p. 10).
De fato, a boa localização fez com que essa paragem fosse
escolhida para o estabelecimento de uma feira de gêneros alimentícios, a qual “era
bastante frequentada” (Notas sobre a Parahyba: 1892, p. 208), sendo que “a
feira de Esperança (era) quase igual a da vila (Alagoa Nova), no seu movimento
mercantil” (A Parahyba: 1909).
Mas nem só de bons frutos sobrevive uma feira. Há momentos
de declínio, sujeita à sazonalidade e às crises econômicas, como pode ser
observado pelo próprio Irineu, ao escrever para o Jornal do Comércio:
“A
feira desta cidade (Campina Grande), que é a maior de todo o Estado e que é
considerada o celeiro do sertão, está reduzida à metade. Entretanto, os
consumidores aumentam, mas poucos são os que podem comprar. Eis uma nota
frisante da falta de gêneros alimentícios. Na feira de Banabuyé, importante
povoação que daqui dista 6 léguas, vende-se farinha de macambira a 2$500 a
medida de dez litros e aparas de xique-xique a 1$000” (Jornal do Comércio: 1899).
A feira deu origem à florescente cidade, pois esta
povoação “criada [...] pela concorrência e estabelecimento de pequenos
criadores, agricultores e comerciantes” tem progredido e o seu aumento, com as “vantagens
do comércio trazido”, hoje se apresenta com ares de “prosperidade” a ponto de
provocar a crescente povoação, exigindo melhoramentos e anseio (Riachão de
Banabuyé, citado por Jailson Andrade).
Rau Ferreira
Referências:
-
COMMERCIO, Jornal (do). Ano 79, N. 38. Rio de Janeiro/RJ: 1899.
-
JOFFILY, Irineu. Notas sobre a Parahyba, Editora Typographia do Jornal
do Commercio: 1892.
-
MEDEIROS, Coriolando (de). Dictionário Corográfico do Estado da Paraíba.
Imprensa Nacional: 1950.
-
MEDEIROS, Tarcízio Dinoá. Freguesia do Cariri de Fora, Tarcízio Gráfica
Editora Camargo Soares. São Paulo: 1990.
-
TAVARES, João de Lyra. A Parahyba. Vol. 2. Imprensa Official. Parahyba
do Norte: 1909.
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