Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro |
Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais.
Como
grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões
meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para
atender os mais pobres de nossa terra.
Dono
de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante
fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz
ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo
I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse.
Nascido
aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o
padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951,
em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de
1980.
A
sua administração paroquial foi marcada por uma intensa atividade, com especial
enfoque para a educação e a saúde.
Construiu
as capelas de São Sebastião, no povoado de São Tomé; Nossa Senhora de Lourdes,
no distrito de Massabielle; São Francisco de Assis, no Sítio Umbu; Nossa
Senhora de Lourdes, na fazenda Julião1; Nossa Senhora da Conceição, no atual
distrito do Pintado; Nossa Senhora das Graças, no Sítio Velho; São Sebastião,
no Riachão e Nossa Senhora da Conceição, no Sítio Boa Vista.
Edificou
ainda a Capela Santo Antônio, anexo à Maternidade São Francisco de Assis, nesta
Cidade, e as capelas das comunidades Santa Clara e Nossa Senhora Aparecida.
Instituiu
duas congregações religiosas as “Irmãs Paroquiais” e a “Mariana”, o
pré-seminário, com o nome de Nossa Senhora das Graças, e o Centro do Apostolado
da Oração.
Instalou
o serviço de som paroquial e adquiriu um Jeep, veículo que servia para encurtar
as distâncias dos serviços religiosos.
Deu
continuidade à construção do Colégio Diocesano de Esperança, iniciado em 1945
pelo Mons. João Honório, onde também lecionou Religião. Já no Colégio de
Esperança2, foi professor de Educação Moral e
Cívica.
Foram
iniciativas suas a criação da Escola Doméstica de Pintura, Bordado e
Arte-culinária, e do Jardim de Infância Paroquial, que funcionou no
pré-seminário3. E ainda, da Escola de Aprendizes Alfaiates e de Corte e
Costura, além dos Clubes de Mães4 e da Biblioteca Paroquial.
Ao
lado de Sebastião Firmino dos Santos e outros sócios, fundou o Sindicato Rural
de Esperança, inaugurado no dia 02 de maio de 1963.
No
campo da saúde, criou os Ambulatórios de Esperança, São Tomé, Massabielle e
Areial, e a Casa de Saúde e Maternidade São Francisco de Assis, oficialmente
aberta em 17 de janeiro de 1965.
Em
30 de novembro de 1963, recebeu o título de “Cidadão Esperancense”.
Durante
todo esse tempo a sua administração foi interrompida uma única vez, entre 1975
e 1976, quando participou de um curso de atualização teológica em Roma.
Na
minha opinião o Monsenhor Manuel Palmeira da Rocha foi o maior benfeitor de
Esperança.
Rau
Ferreira
Notas:
1 Esta,
embora pertencente a Pocinhos, cabia ao Padre Palmeira a assistência religiosa.
2 Atual
Escola Estadual “Mons. José da Silva Coutinho”.
3 Sito à Rua
Monsenhor Severiano, ao lado da Casa Paroquial.4 Dois em Esperança e um em
Areal.
Referências:
- “Livro do
Município de Esperança”, Ed. Unigraf, 1985, p. 70/71;
- Revista “Esperança 82 Anos”, Ed. Jacinto
Barbosa, novembro de 2007.
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