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Você conhece a "Praça Dogival Costa"?

Quem passa na frente da Escola “Irineu Joffily” nem imagina que aquele espaço entre o educandário e a calçada é na verdade uma praça municipal. Bem antes de sua edificação existia uma parede divisória que na época foi derrubada para dar lugar ao adro, surgindo assim a praça alusiva aquele que foi Vereador, Presidente da Câmara e vice-prefeito de Esperança. Na época Seu Luiz Martins pretendeu homenagem a político denominando uma praça de Dorgival Costa. Uma placa foi mandada insculpir e colocada na parede da escola, quando de sua inauguração, à espera de um processo legislativo, que desse respaldo ao ato político. A iniciativa foi logo após o falecimento de seu Dorgival Costa (1979), e por essa razão não houve tempo de se criar a legislação municipal. Porém, os circunvizinhos sempre a tem com aquela denominação, ratificando o desejo popular. Nesse sentido, destaco o depoimento de seu neto Dogival Costa Curvelo: “(...) na época foi colocada uma placa com o nome Praça Dogival Co...

Cachoeira do Caldeirão, por Juvandi de Souza

O sítio arqueológico Cachoeira do Caldeirão aproximadamente 12 km do centro da cidade de Esperança, no Brejo Paraibano. A estrada que dá acesso ao citado sítio é conhecida como estrada de Camará, em razão da mesma ter o seu ponto final na barragem do mesmo nome, na divisa dos municípios de Esperança, Alagoa Nova e Alagoa Grande, também no Brejo Paraibano. Nos meses em que as chuvas não são tão abundantes a estrada é perfeitamente transitável, no entanto, com as chuvas, ela rapidamente se transforma em um local de difícil locomoção, devido à lama e aos inúmeros buracos formados pela própria circulação de automóveis e pessoas. Uma vez superadas as dificuldades de acesso chegasse a casa da proprietária do local onde estão dispostas as gravuras, a senhora Jacinta Maria dos Santos, herdeira de José Adelino dos Santos, segundo a mesma um antigo morador do local. O local do sítio pertencente à senhora Jacinta Maria e tem aproximadamente 18 hectares de extensão, que englobam parte do riacho ...

A influência de Carlos Dias Fernandes nas letras paraibanas

Denota-se a influência de Carlos Dias Fernandes nas letras paraibanas a partir de uma correspondência trocada com o escritor e sociólogo Gilberto Freyre no final de 1916. O autor de "Casa Grande & Senzala" (1933) havia sido convidado por Carlos para proferir uma palestra na Parahyba, porém o seu pai Alfredo Freyre não contemplava aquela ideia, por considerar a vida boêmia de Fernandes. Autorizado por sua genitora, Freyre chega à capital do Estado e “ lê no Cine-Teatro Pathé a sua primeira conferência pública, dissertando sobre Spencer e o problema da educação no Brasil ”. A conferência foi realizada no dia 17 de janeiro de 1917, e na época Gilberto era um simples professor do Colégio Americano Batista, ainda sem os auspícios das letras que o fizeram reconhecido a nível nacional. Carlos Dias teceu elogios ao conferencista, que debutava na Paraíba os seus dotes de orador. Inútil tentar tecer quaisquer comentários sobre Gilberto Freyre. A sua obra fala por si. Qu...

Esperança: topônimo e registros documentais

O vocábulo “Topônimo” designa o nome próprio ou geográfico de uma região, é seu nome de origem na geografia territorial. Irineu Jóffily em seu livro “Notas sobre a Parahyba” (1892) nos informa que Banabuyé sempre foi o nome deste Município, e acrescenta que este era mais auspicioso do que a sua atual denominação. A história registra que o povoado se desenvolveu no entorno do açude de mesmo nome, nas proximidades do Tanque do Araçá. A palavra indígena sofreu mudanças: Boa Esperança (1872) e, finalmente Esperança (1908). Porém, quais seriam essas fontes? Debrucei-me e, em vista de alguns elementos coletados, me propus a fazer um breve estudo sobre os termos empregados desde a sua origem em relação ao Município de Esperança. Assim, consultei não apenas as leis provinciais, como também livros, revistas, cartas, notas em jornais pois, não podemos dispensar a documentação existente à época, que igualmente menciona este topônimo e que nos dá uma ideia de sua evolução ao longo dos anos. ...

A tragédia do Sítio Velho, por José Américo de Almeida

O texto a seguir é de autoria do escritor José Américo de Almeida, cuja obra-prima é “A Bagaceira” (1928), que inaugurou um regionalismo paraibano nunca antes visto, cidadão de Areia que chegou a ocupar a cadeira de governante da Paraíba:   “A igreja não se reduzia a um lugar de devoção e de festas. Servia de depósito de defunto. Chegava a rede e era largada no chão com o corpo dentro. A tragédia do Sítio Velho avermelhou esse ambiente. Foi o seguinte: tornaram-se inimigos membros de uma mesma família que moravam em sítios vizinhos. Sobreveio uma questão de limites, responsável em todo o interior por violentos conflitos. Como protesto, pelo dano sofrido em sua lavoura, um cortou a cauda de uma ovelha do outro. Foi o bastante. Utilizando as armas e todo o material agrícola, passaram a matar-se e o resultado da luta estava exposto neste lugar sagrado. Deixaram-me ir ver aquele horror. Era nove, se bem me lembro, entre mortos e feridos. Um quadro que para sempre se gravou n...

Projeto de Lei nº 13 - Criação do Município de Esperança

Reuniu-se a Assembleia Legislativa do Estado para discutir e votar proposta dos deputados no dia 23 de novembro de 1925. Constava do expediente um abaixo-assinado dos habitantes de Esperança solicitando a sua emancipação política. De fato, desde que o governador houvera comparecido a essa localidade em maio daquele ano, a pretexto de inaugurar o sistema de luz elétrica, havia sido eleita uma comissão que tinha a frente Manuel Rodrigues, Teotônio Costa e Elísio Sobreira, sendo porta-vozes Silvino Olavo e Severino Irineu Diniz que, com inflamados discursos, arrebataram para essa localidade os anseios emancipatórios de João Suassuna. Naquela sessão legislativa, ocorrida seis meses depois do levante, propôs o deputado Antônio Guedes o Projeto de Lei nº 13, que criava o Município de Esperança, e que tinha o seguinte teor: “ A Assembleia Legislativa da Parahyba RESOLVE: Art. 1º.   – Fica constituído o município de Esperança tendo por sede a atual povoação do mesmo nome. Art. ...

Campo Santo de Esperança

Até meados do Século XIX, a povoação de Esperança não tinha onde sepultar os seus mortos. Era preciso se deslocar às cidades mais próximas: Areia e Alagoa Nova. Esta última tinha o percurso de 12 Km em linha reta, mas poderia distar cerca de 18 Km de veículo. Os defuntos eram carregados em padiolas ou redes, não haviam estradas situação que dificultava o translado, de maneira que muitos deles eram enterrados nos sítios, a exemplo de um antigo cemitério que existia no Distrito de São Miguel. Os mais abastados entretanto, eram enterrados nas igrejas mediante vultosas doações à paróquia. Segundo a tradição, foi o Padre José Antônio de Maria Ibiapina o construtor do cemitério público de Esperança, motivado pelo surto de “ Cholera Morbidus ”. A obra teria sido empreendida em 1862, sob a denominação de “Campo Santo”, na mesma época em que foi erguida a “Casa de Caridade” de Alagoa Nova (R.IHGP: 1974). O Padre Ibiapina ao chegar numa localidade pregava a palavra de Deus e, em seguida, f...

Dois Ibiapinas, uma só Esperança

Matheus de Oliveira, ao escrever sobre a nossa antiga denominação (1918), nos informa que o nome Banabuyé foi alterado para o de Esperança pelo Padre José Antônio de Maria Ibiapina, reforçando assim o estudo de Coriolano de Medeiros (1950) a seguir transcrita: “ Há uns oitenta anos passados, o local da cidade era ocupado pelos currais de uma fazenda chamada Banabuié. Um agrupamento de vivendas ali se ergueu, sendo o ponto escolhido para uma feira semanal. Mais tarde o missionário Ibiapina substituiu o antigo nome pelo de Esperança ” (MEDEIROS: 1950, P. 91).   Uma versão atribui a mudança do topônimo de Banabuyé a Frei Herculano, que celebrou a primeira missa em nossas terras, em terras da antiga fazenda, nas proximidades do Tanque do Araçá. Enquanto outros historiadores apontam como responsável o Frei Venâncio, que fundou e erigiu a Capela do Bom Conselho (1860). A tradição, porém, nos informa que o cemitério público de Esperança – construído em 1862 sob a denominação de “C...

Esperança em 1936

Há muito iniciamos a nossa série, descrevendo o município durante os anos, a exemplos dos anos 1889, 1899, 1909, 1914, 1915 e 1933. Assim, dando continuidade, iremos abordar o ano de 1936, do Século passado. Era administrador o Sr. Theotonio Tertuliano da Costa, que na primeira gestão, havia sido vice-prefeito de Esperança e, anteriormente, já havia assumido a prefeitura de Alagoa Nova, portanto denotava-se a sua experiência no cargo. A Constituição vigente à época (1934) exigia que o candidato se exonerasse do cargo seis meses antes (art. 101), assim afastou-se o Sr. Theotonio das funções de prefeito, no dia 08 de agosto de 1935, assumindo o Sr. Manuel Simplício Firmeza, que era secretário/tesoureiro. Eram funcionários, além do secretário no exercício de prefeito, Pedro de Alcântara Torres (coletor geral), que havia assumido a secretaria geral interinamente; Inácio Cabral de Oliveira (fiscal geral), Epitácio Donato (fiscal de rendas da povoação de Areial); José Tonel de Albuquer...