A modernidade faz desaparecer fatos,
coisas, transforma atividades informais e apaga certas imagens que vivemos no
passado, não existem mais como fato concreto, nem na nossa lembrança.
As fotos resgatam esses fatos, nos levam
ao passado, mas é preciso preservar como documentos, não apenas como
lembranças. A foto acima é uma das milhares escondidas nos baús de muita gente.
Era a década de 60, ainda não havia chegado à nossa sociedade salões de beleza,
requintados, movidos à internet, aos utensílios eletrônicos, ao ar condicionado
e às ornamentações exóticas que são chamadas de modernas.
A imagem que vemos retrata a época
romântica do uso de barbearia, em que só os homens frequentavam para fazer a
barba, cortar o cabelo e ajeitar o bigode. O barbeiro não recebia o nome de
cabeleireiro. Usava-se a espuma de barba, a loção pós-barba, a tesoura
apropriada para barbeiro, a navalha era importada, de preferência da marca
alemã. O barbeiro era bem vestido, usava roupa esporte fino, gravata e, ele,
também, era perfumado, bem penteado, sem esquecer que se usava brilhantina,
enquanto que, hoje, usa-se creme de pentear das mais diversas marcas e
finalidades.
Havia, nessa época, em Esperança, várias
barbearias e nenhum salão de beleza feminino. Havia os barbeiros mais
conhecidos e mais famosos em que elite frequentava. Entre esses mais famosos
posso citar alguns: Zé Costa (o da foto), Josias, Luiz Barbeiro, Severino de
dona "Chiu".
Cada pessoa tinha o seu barbeiro
preferido. Chico Braga era cliente de Zé Costa, como vemos na foto. Um fato
interessante é que o barbeiro já sabia que tipo de corte de cabelo cada cliente
gostava.
O barbeiro Zé Costa tinha um cliente
especialíssimo. Ia cortar o cabelo do padre na casa paroquial. O padre daquela
época era Manoel Palmeira da Rocha. Que privilégio! Outros cortavam o cabelo do
Juiz de Direito, a exemplo de Josias barbeiro. Esse é um dos fatos ou um dos
detalhes da história de Esperança que poucas pessoas podem contar.
João Batista Bastos
Referências:
- REVIVENDO ESPERANÇA, Blog. Editor
João Batista Bastos (João de Patrício). Disponível em: http://revivendoesperancapb.blogspot.com/, publicado em 14 de outubro de 2015.
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