Em solenidade realizada em 27 de julho de 1984, foi homenageado, no
Fórum Samuel Duarte, o inesquecível poeta esperancense Silvino Olavo da Costa.
O evento foi promovido pela Biblioteca Pública Municipal, tendo a frente
a bibliotecária Ednalva Sales e o conferencista, o universitário esperancense
Roberto Cardoso, que enfocou sobre a vida e a obra do saudoso poeta. Entre as
autoridades e convidados estava a irmã do homenageado, a senhora Alice Costa
Cavalcante, que agradeceu a homenagem feita a seu irmão – que há muito tempo
vivia em completo anonimato.
A palestra ressuscitou o maior vulto da história do município, o que foi
bastante justo, pois Silvino Olavo teve muita importância na vida desta cidade.
Quando se diplomou em Direito, Esperança vivia sob o julgo de Alagoa
Nova. Ele iniciou uma campanha para torna-la cidade, conseguindo isso em 1925
com a ajuda de outro esperancense, o Cel. Elísio Sobreira e alguns amigos não esperancenses.
Em maio daquele ano, na festa de inauguração da luz elétrica de Esperança,
Silvino Olavo pronunciou um dos seus mais belos discursos, no qual denomina
Esperança “Lírio Verde da Borborema”.
Como literato, foi o primeiro esperancense a mostrar lá fora as suas
obras literárias: uma poesia que tornou-se destaque como a de outros poetas e
na qual se encontram características, como:
CORREÇÃO: Respeito às leis gramaticais.
PUREZA: Uso bem empregado de palavras cultas.
PROPRIEDADE: Expressões sem cacofonismo nem ecos.
NATURALIDADE: Expressar-se naturalmente sem bajulações e sem
puxa-saquismo.
CONCISÃO: Característica na qual com poucas palavras se diz tudo, sem
arrodeios e nem emprego de palavras desnecessárias.
NOBREZA: Abundância de palavras, de ideias.
Silvino Olavo escreveu para jornais e revistas como Era Nova, A União,
Província do Rio de Janeiro e O Jornal. E deixou vários livros publicados:
VERSO: Cysnes – 1924 – Rio de Janeiro.
Sombra Iluminada – 1927 – Rio de Janeiro.
PROSA: Estética do Direito – 1924 – Rio de Janeiro.
Esperança, Lyrio Verde da Borborema – 1925 – Paraíba
Cordialidade, Estudo Literário – 1927 – Nova York.
Conhecedores da belíssima obra de Silvino Olavo, alguns historiadores
paraibanos estão empenhados em fazer que seja conhecido nacionalmente o nome do
poeta, colocando-o junto aos nomes de outros eminentes poetas brasileiros:
Castro Alves, Olavo Bilac e Cruz e Souza.
Eis aqui uma de suas obras:
RETORNO
Revejo a terra onde vivi criança
Onde joguei meus jogos pueris
A encantadora Villa de Esperança
Cuja recordação me faz feliz.
Meu castanheiro e sua sombra mansa
Minha casinha perto da matriz
Meus pais e meus irmãos, quanta lembrança!
A minha menina – a que mais bem me quis!
Beiral de casas brancas e baixinhas
Onde se agitam quando a gente dorme
Num festivo rumor, as andorinhas.
Ó vida boa de ócio ingênuo e lindo
Ao recordar-te vem-me agora um enorme
Desejo alegre de chorar sorrindo
(Silvino Olavo)
Referência:
Jornal Estudantil (JENT). 1ª Edição, 24 de agosto. Colégio Estadual de
Esperança. Esperança/PB: 1984.
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