Era
Branca Dias linda donzela filha de Judeus imigrados na Parahyba no início de
XVII. O Brasil desconhecida até aquela data o Tribunal do Santo Ofício que
impiedoso se levantava contra os heréticos.
Certa
feita, um frade da Ordem de S. Francisco, foi benzer gente do Engenho Gramame,
apaixonando-se pela virgem que tinha o coração preso a um israelita. Ardendo-se
de amores pela jovem e repelido em seu afeto, o frei denuncia Branca dizendo-a
fiel aos preceitos da religião judaica.
A
moça então presa foi levada para Lisboa no porão do brigue Aurora, sofrendo na
fogueira as duras penas do inquisidor. A execução foi pranteada por toda a
cidade e comoveu o povo lisboeta.
O
religioso cá na Parahyba definhava os primeiros sintomas da tuberculose quando
recebeu da progenitora de Branca a notícia fúnebre, vindo a falecer pouco tempo
depois, beijando nos últimos instantes, o quadro de Branca Dias telado por Frei
Eduardo.
Rau Ferreira
Referências:
-
FERNANDES, Carlos Dias. O Algoz de Branca Dias. Edição Filipéa. Parahyba do
Norte: 1922.
-
AMÉRICA BRASILEIRA, Revista. Resenha de Atividade Nacional. Ano II, Nº 13.
Direção Elysio de Carvalho. Rio de Janeiro: 1923.
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