A
doze golpes de faca
(Considerando a
condenação no “Crime do Cajueiro”)
I
A Beleza e a Fraqueza
Numa via se encontraram
Chocaram a comunidade
E nos registros
entraram
Pra uma, foi
derradeiro,
Pra outra, sem
paradeiro,
Nunca mais se
retrataram.
II
Nos idos de oitenta e
sete
Uma morte prenunciada
Uma jovem de dezessete
Vinha sendo assediada
Resistira até sua morte
Perante uma triste
sorte
Eis Maria Imaculada.
III
O algoz foi o cunhado,
Compulsivo ou
pervertido,
Quem, de tão agoniado,
Condenou-se no ocorrido
Partindo pra vilania
Tentado no que se via
Por instinto mal
contido.
IV
Embora negue a desgraça
Nas buscas participando
Seu comportamento traça
Perfil para, em
suspeitando,
Por fala dos depoentes
Em nada condescendentes
Sua prisão teve mando.
V
A comoção foi tão
grande
Que a população tocada
Perante a Delegacia
Tentaria uma estocada
Linchar o assassino
frio
Pelo caráter em desvio
Ao matar sua cunhada.
VI
Lá se foram muitos anos
E por falha no processo
Foi posto em liberdade
E partiu sem ter
regresso
Dos demais nada se sabe
Mas uma nota nos cabe
A despeito do possesso.
VII
Há de sofrer até hoje
Por não se firmar
estaca
Pelo fraquejar da alma
Perante o que se
destaca
Sem conseguir o intento
Só piorou seu tormento
A doze golpes de faca!
Evaldo Pedro da Costa
Brasil
(Esperança/PB, em 23 de
setembro de 2019)
(FONTE:
https://historiaesperancense.blogspot.com/2019/09/o-crime-do-cajueiro.html)
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