Esperança se desenvolvia a passos largos. O comércio
promissor trazia consigo grandes desafios, que um povoado pacato não estava
acostumado. Aumentando-se a renda, propiciava também a elevação dos ânimos que
resultavam em conflitos.
Não se sabe se o povo inculto confundia os
eventos mundiais ou se os sabichões procuravam mantê-la na mídia, fazendo-se
uma propaganda reversa, chamando a atenção para aquela povoação.
O certo é que uma turba fora confundida
com a “Conflagração Europeia”, pois naquela mesma época irrompia na Europa que
derrubou a monarquia russa e elevou Vladmir Lênin do Partido Bolchevista ao
poder.
Assim é que três praças e um anspeçada
destacavam em Esperança, ocasião em que este fora agredido chegando a sofrer um
ferimento na cabeça. Os companheiros de farda resolveram repelir a agressão,
iniciando-se uma grande pancadaria. Ao final os contendores foram presos, porém
o resultado fora diverso do pretendido: os soldados foram recolhidos à sede do
comando pelo Sargento Moeda.
O delegado local abriu inquérito para
apurar os fatos, fazendo o mesmo o comandante da polícia que enviou para este
fim um sargento destacado em Campina Grande.
Vários telegramas foram enviados alarmando
a Capital noticiando de que “em Esperança
tinha rebentado a conflagração europeia...”. Com isto, as atenções estavam
voltadas para a localidade, que aparecia nas páginas de jornais.
O conflito não trouxe graves
consequências, mas a repercussão transformou o incidente violento em cômico
arrefecendo os negócios.
Rau Ferreira
Referências:
- O NORTE, Jornal. Edição de 03 de abril. Parahyba do Norte:
1917.
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