Hoje
se comemora o centenário de Francisco Souto Neto, ex-Deputado Estadual de
Esperança, no Estado da Paraíba, filho de José Souto e Dona Olímpia. Se vivo
estivesse Chico Souto completaria 100 anos de idade.
Quem
nos lembrou foi o confrade do IHGE – Instituto Histórico e Geográfico de
Esperança, Adeilson dos Santos, seguindo-se do seguinte comentários:
“O centenário deste homem deve ser lembrado
em Esperança, pois foi um dos maiores benfeitores do município, teve atuação
política de destaque no estado, é mais um dos grandes homens que fazem parte da
nossa história”.
Foi
a perseguição que lhe fez entrar para a política, trazendo inúmeros benefícios
para esta terra de Esperança. Chico era muito popular e isto de certa forma
ameaçava os udenistas liderados por Joaquim Virgolino, ele até já estava pensando
em comprar uma propriedade em Guarabira, com vistas a se mudar de Esperança,
quando resolveu aceitar o desafio proposto por Chico Avelino de derrotar
Joaquim nas urnas.
Eleito
pela 1ª vez em 1958 nas fileiras do PSD – Partido da Social Democracia, foi reconduzido
em 1962 pelo PDC – Partido Democrático Cristão. Reelegendo-se em 1966, desta
feita pela ARENA – Aliança Renovadora Nacional, foi cassado pela “ditadura
militar”, três anos depois.
As
razões de sua cassação não são objeto deste artigo, as quais ficarão relegadas
as próximas publicações, nesta data que se comemora o seu centenário, vamos apenas
lembrar um “causo” noticiado n’A Carta (1990), narrado por Gonzaga Rodrigues.
Numa
das eleições de Luiz Martins de Oliveira os correligionários elaboraram uma
lista de demissões, opondo-se Chico Souto aquela derrocada:
- O meu apoio serviu para lhe
eleger? Então não vou lhe pedir nada, nem uma nomeação sequer, só não demita ninguém.
- Mas nem Piaba? - , replicou
Luiz.
João
Laureano – conhecido pela alcunha de “Piaba” –, era um exaltador eleitor do
partido contrário ao de Chico e Luiz, mas o seu irmão Zé Beque era forte aliado
político.
-
Olha Chico, até o irmão dele é a favor da
sua demissão!
- Zé quer que você demita-o agora,
mas quando o irmão não tiver o que comer, e for buscar ajuda no prato dele, que
já é escasso, vai dizer que você errou, jogando-lhe a culpa daquela situação.
Souto
fazia política assim, sem saber fazer política, como costumava dizer. Escrivão
do registro imobiliário de Esperança, nomeado no Século passado, recebia no seu
tabelionato os sitiantes e era o intermediário das cartas que vinham do Sul do
país; tratava de questões de terras e ajudava a pobreza daquele tempo.
Luiz
Martins aprendera a lição. Na eleição de Zeca Torres vieram pedir para demitir
a esposa de Beinha, funcionário da Viação S. José.
Glória
era uma simples professora do município e nunca se envolvera com nada; o seu
esposo porém era fanático pelo PDS – Partido Democrático Social, responsável
por confeccionar as famosas “Bandeiras brancas dos amuados”.
Luiz
em resposta disse que não demitia Glória, apesar da exaltação do marido, já
que Dogival e Nevinha eram seus aliados. Estes por coincidência são os meus
pais e meus avós.
Rau Ferreira
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