A solidão é uma megera
Sorve a alegria interior
Desfaz o brilho
O sol se apaga,
E jaz o amor.
Estou só
Cá com os meus livros
Não há lyrios ou encantos
Não há...
Tarde demais.
E a vida se desfaz
E o brilho se apaga
E a alegria se vai
E se vão os anos de uma vida.
A solidão me distrai
Vejo as imagens passando
Num vai-vai contingente
Não vejo gente, nem almas
Vejo apenas as palmas
Das mãos esbranquiçadas.
E os cabelos brancos
De tantos e tantos
Desenganos...
Volvem-me os panos
Nesta caixa de madeira
E os sonhos de uma vida inteira
Se vão...
Ah! Solidão ingrata
Que ti fiz, velha amiga?
Será que não se afasta
Será que não te agrada
Viver assim ou morrer
Uma morte desalmada.
Volvo-me nas flores
As flores brancas
A tristeza retrata
E uma senhora
Chora a minha farsa
Que nada mais é do que a taça
De uma vida sem graça.
O pó em que me transformei
Mistura homogenia da terra
E uma vida se encerra
E nunca mais voltarei.
Banabuyé, 03/03/2019.
Rau Ferreira
Nota: A letra "E" do início do último verso (E nunca mais voltarei) foi por sugestão do escritor/poeta Hildeberto Barbosa Filho.
Nota: A letra "E" do início do último verso (E nunca mais voltarei) foi por sugestão do escritor/poeta Hildeberto Barbosa Filho.
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