ALGUMAS NOTAS
Açude Banabuyé - vista aérea: 1970 |
A primeira entrada que se
tem notícia na região brejeira foi capitaneada por um bandeirante em 1625. A
expedição partira de Mamanguape até o Brejo de Areia, acompanhando o traçado do
Araçagi. Voltara com a intenção de atrair algumas famílias do Pernambuco para
esta terra promissora, mas a invasão Holandesa pôs fim ao sonho da colonização.
Em 03 de setembro de 1641,
por ordens do governador da Capitania, percorreu Elias Herckman o interior,
aportando em Banabuyé. Certo, porém, que o povoamento avançou do Litoral para a
Caatinga e Brejo, enquanto Antônio de Oliveira Ledo fixava-se no Boqueirão de
Cabaceiras.
A principal via de
comunicação era a estrada que vinha de Areia e seguia para Campina via
Pocinhos, pernoitando os tropeiros embaixo das castanholas que depois receberia
o nome de “rua do sertão”, seguindo o originário caminho dos índios.
Horácio de Almeida em
“Brejo de Areia: Memórias de um município”, nos conta que as habitações
acompanhavam o relevo. Com o passar do tempo e a circulação de riqueza, foi que
as construções toscas deram lugar as casas de taipas, que depois seriam
substituídas pelas moradas de alvenaria dos mais abastados.
Os primeiros colonizadores
vieram da Fazenda Santa Rosa de Boa Vista, pertencente aos Oliveira Ledo; do
Mamanguape, de Goiana e dos agregados fazendeiros do sertão fugidos das secas
intermitentes.
Daí a origem das famílias
tradicionais: Pereira Costa, Silva Coutinho, Sales Borges, Belarmino, Freire,
Dias e Barbosa.
Os providos com terras
foram Domingos da Rocha e Matheus de Araújo Rocha (1713), através das Sesmarias
concedidas pela coroa portuguesa.
Os sítios eram formados
próximo aos regatos pela comodidade de água, razão pela qual a propriedade em
sua maioria tem nomes de lagoas (Lagoa de Pedra, Lagoa Rasa, etc). O próprio
Irineu Jóffily em seu livro (1824) afirma que a região onde se assentava o
atual município de Esperança era constituído de várias lagoas.
O escravo era escasso e
mal dava para ajudar na plantação. Também a cria de pequenos animais era difícil,
pela inexistência ou incerteza dos limites, provocando quase sempre desavenças
entre os vizinhos, como aquele que ficou conhecida por “Rabo da Ovelha”, de
cujo livro já demos conhecimento.
Mas o comércio, principal
mola precursora, impulsionou o crescimento da vila, chamando a atenção da
igreja que logo cuidou de construir uma capela.
A devoção a N. S. do Bom
Conselho, é tão antiga que os registros paroquiais nos dizem que os colonos ao
chegar nessas paragens já veneravam a santa padroeira.
Foi assim o nascedouro de
Banabuyé que permaneceu conhecida até que um missionário resolveu denomina-la
de “Esperança” em alusão às virtudes teologais. Hoje não mais se cogita o nome
indígena nem a sua origem, permanecendo gravada na memória apenas na voz dos
historiadores.
Os Índios Banabuyés eram tapuias,
também conhecidos como “Caboclos bravos”, inimigos dos Bruxaxás de Areia.
Rau Ferreira
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