No tempo em que o
Município não tinha água encanada, era comum os entregadores de porta em porta,
com seus baldes e carroças fazendo a distribuição do líquido precioso para os
mais abastados. A rua principal – Manoel Rodrigues – a do Sertão e a rua do Boi
eram beneficiadas por esses prestadores de serviço. A água provinha do
Banabuyé, do poço da igreja ou dos Tanques do Araçá e do Governo. Na década de
70 houve o saneamento, chegando a encanação da companhia de água nos grotões de
Esperança.
Mas o que pouca gente
lembra, apesar de ser um fato bastante comum, era que alguns comerciantes
dispunham do chamado “banho de rua”. Naquela época, quando a seca imperava, se
improvisava os banhos públicos em bares e casas com uma caixa d´água e chuveiro
feito de funil ou, em determinados lugares, com um balde perfurado para que a
água fluísse pela gravidade, dando um banho em quem pretendia gastar alguns
tostões.
Assim ficaram famosos os
banhos de Severino Pareia, na rua Matias Fernandes; de Guarabira, na rua João
Mendes; de seu Dedé da Sorveteria, na Manoel Rodrigues; de Eduardo Taxista, na
rua José de Andrade.
Mas a molecada tomava
banho mesmo no Banabuyé, disputando o açude com as senhoras que lavavam roupa. De
vem em quanto, saiu um menino pelado do açude, para a graça de algumas
donzelas.
Essas velhas tradições
esperancenses se perderam na modernidade, e nos chegam em registro com um pouco
de atraso. Contudo, não podia deixar de relatar esses fatos, pois lembro que
na minha juventude, ainda alcancei uns
banhos que existiam perto dos quartos de Tenório, na Manichula.
Rau Ferreira
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