Ontem me encontrei com um colega, o fisioterapeuta
Jean. Falávamos de como Esperança mudou e que há poucas referências para a
nossa geração. Alguns prédios antigos por nós conhecidos foram substituídos por
lojas comerciais e até mesmo a Praça da Cultura tão frequentada em nossa época,
com o seu desenho mais recente, não nos parece atrativa. Também os amigos se
foram, cada qual procurando a sua estabilidade financeira fugindo da
"seca" de ideias que nos rodeava. Alçaram outros horizontes e
conquistaram um espaço profissional.
Dizíamos da feira - que à época funcionava na rua do
Sertão -, dos vendedores de frutas, dos mangalhos e do Parque Maia. Lamentamos
que não havia registro fotográfico.
Falávamos da Loja de Seu Patrício, de Joca Aciole, Duda do Bar, Vicentão...
assim nos localizávamos.
A roda da vida girava mais devagar, fazia um friozinho
no início e no final de cada dia (o calor atual é novidade para todos nós).
Eram outros tempos, dificuldades não vivenciadas hoje em dia.
Agora é comum ter um celular com câmera integrado à
internet e postar simultaneamente as imagens. Antes dependíamos de uma Kodak
qualquer, esperando a revelação quando o dinheiro desse. Isso para quem podia
se dar o luxo de ter uma máquina fotográfica, pois a maioria apenas
"batia" aquela foto para documento no início de cada ano letivo,
quando não a foto de anos atrás serviria para ilustrar a ficha do aluno por
muitos anos.
Hoje para quem vêm de fora é difícil se situar, exceto
por alguns pontos referenciais como a Igreja Matriz que desde os anos 40 não se
tem grandes modificações. Também o antigo Ginásio Diocesano se mantém firme
desde o início de sua construção, por volta de 1953. Afora esses casos, para
nós fica difícil dizer onde um fulano morava, já que as casas ao longo da
Avenida Manoel Rodrigues ganharam na maioria portas de rolo, fachadas e letreiros.
Outros tempos, posso dizer.
O fato é que uma geração antes está passando e nós
chegamos ao nível de nossos pais. Essa geração que aí está vivencia uma outra
Esperança e têm suas referências próprias: o mercadinho tal, a loja de fulano,
o condomínio de cicrano... O município expandiu para além das fronteiras que
conhecíamos, pois cá para o Forum tudo era sítio; descendo no Araçá, era sítio;
partindo para a antiga rua do Baixo Meretrício, era sítio e, descaindo para os
lados do Britador, era sítio. Mas a urbanização chegou a todos esses pontos,
tudo é rua, praça e logradouro público. De fato, uma nova Esperança.
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Rau Ferreira
LOUVADO SEJA! CARO RAU, QUANDO ME DIRIJO A ANTIGA VILLA DE SÃO THOMÉ DO SUCURÚ (SUMÉ) TAMBÉM FICO MATUTANDO SOBRE ISTO. O QUE NÃO DIZER DE CAMPINA GRANDE? QUE FAÇAMOS OS REGISTROS ENQUANTO AINDA EXISTE A LEMBRANÇA.
ResponderExcluirAté já fiz um poema dedicado a Pedro Paulo de Medeiros, que não encontrou suas referências por aqui: Andanças para onde nem sei. Lamento que a urbanização não considerou Praças Azul, Praças Verdes, nem a descentralização desses espaços para que os futuros bairros (atuais) mantivessem seus moradores felizes em seu território com esses serviços os acolhendo.
ResponderExcluirNossa cidade era pequenina, rodeada de lagos e pequenos barreiros que foram aterrados, alguns elementos ficaram perdidos com a loja de seu "Pedim" que vendiam queijos, a de seu Patrício onde eu comprava aviamentos para as costuras de minha mãe. O bom é que cada geração tem as suas próprias referências.
ResponderExcluirBelas lembranças Rau e Jean.