Ben Sirá
considerava o amigo uma fiel e poderosa proteção, um tesouro inestimável a ser
encontrado pelos que temem o Senhor, e um remédio para todos os males (Eclesiástico
6:14-17). Com muita propriedade, o poeta Silvino Olavo dispôs sobre a amizade
em um de seus poemas, dedicado a J. Tolentino Filho:
Dizem todos “amigos verdadeiros!...
Somente os temos da prosperidade
que na hora amarga da necessidade,
como pássaros voam, bandoleios”
Em nome dos meus dias mal fagueiros,
de provações e de intranqüilidade,
das minhas horas más de realidade,
digo que mentem ditos tão grosseiros.
Embora seja o número bem pouco
é certo, entanto, que encontrei na
luta –
de cães famintos e de aventureiros.
Em que arremete o instinto como um
louco,
- esse amparo que tanto se disputa,
de amigos certos, leais e
verdadeiros.
Silvino Olavo
In: Cysns, 1924
Escreve
assim, em Cysnes Fluctuantes, na sua serenidade e, lembrado por João de Deus
Maurício (A vida Dramática de Silvino Olavo: Unigraf, 1992), o episódio do qual
um estudante de direito, vendo-o taciturno em suas lembranças, na praça do “Mantegueiro”,
em frente à Igreja Matriz de sua terra natal, qual metralhadora em tempos de
guerra, lhe faz diversos questionamentos sobre este ou aquele instituto
jurídico. Ao ser insultado (“ensina-me
seu doutor burro”), aflora à realidade pra responder àquele acadêmico: “não admiro um doutor burro. Admiro um burro
querer ser doutor”.
Rau Ferreira
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