O texto a seguir faz parte do livro “A Influência Nordestina nas Letras Brasileiras” e foi publicado em 1961, que retrata Silvino Olavo e sua poesia:
“Silvino Olavo era uma inteligência muitiforme. Poeta, jornalista, orador e político.
Ainda vive na capital paraibana, já quase velho, internado numa colônia de psicopatas.
Como Odilon Nestor, Rodrigues de Carvalho, Aderbal Piragibe, Osório Páis, Silvino é também paraibano, de Esperança, a vila branca da serra, pátria de Samuel Duarte, ex-Deputado Federal e ex-Presidente da Câmara dos Deputados. Experimentemos o seu verso, o sabor das suas estrofes:
Revejo a terra onde vivi criança
E onde joguei meus jogos pueris –
A encantadora vila de Esperança,
Cuja recordação me faz feliz...
- Meu castanheiro e sua sombra mansa
minha vivenda perto da Matriz,
meus pais e meus irmãos (quanta lembrança)
minha menina – a que mais bem me quis!
Beiral de casas brancas e baixinhas,
Onde se agitam, quando a gente dorme,
Num festivo rumor, as andorinhas!
Ó vida boa de ócio ingênuo e lindo,
Ao recordar-te vem-me agora um enorme
Desejo alegre de chorar sorrindo...
Silvino Olavo”
O detalhe fica por conta da antepenúltima estrofe, em que ele escreve "minha vivenda" ao invés de minha casinha, em que encontramos em outros livros.
Rau Ferreira
Fonte:
- A influência do Nordeste nas letras brasileiras, Luiz Pinto, Ed. J. Olympio: 1961, p. 142.
Genial, meu amigo. Vc caminha pela genética da poesia. Acho q já te disse que, até ser publicado, o poema permanece vivo dentro do poeta e, a cada leitura quer dizer mais... encontrar a perfeiçao. E no caso de Silvino, a parnasiana. Acostumado ao poema final em Cysne & Sombra Iluminada, tinha a "casinha" na memória. Vc, como bom memorialista, nos deu o dna do poema. Minha casinha é a vivenda, onde vivo.
ResponderExcluirObrigado.