Pular para o conteúdo principal

As freiras em Esperança.

O final da década de 50 foi marcado por um acontecimento muito especial. Foi a chegada das Irmãs Franciscanas de Santo Antônio para a Paróquia de Esperança.
Conforme registra o segundo livro tombo da paróquia, tudo começou no dia 29 de junho de 1959, quando duas irmãs de Caridade de Campina Grande, Irmã Porto e Irmã Oliveira, desembarcaram em Esperança. Elas atenderam ao convite do então pároco, Padre Manuel Palmeira, para conhecerem o terreno da construção da futura Casa de Saúde da cidade, além das instalações do Ginásio Diocesano.
As duas Irmãs prometeram contactar com a superiora regional e dar uma resposta sobre a possibilidade da vinda das Irmãs de São Vicente para Esperança.
O livro de registro da Paróquia não relata qual a decisão daquela Congregação, mas entende-se que deve ter sido negativa.
No dia 19 de julho do mesmo ano foi assentada a pedra fundamental da Casa de Saúde e Maternidade “São Francisco de Assis”. A solenidade foi prestigiada pelo então governador Pedro Gondim, Cônego José Coutinho, Padre Manuel Palmeira e uma grande multidão.
Segundo o livro paroquial, dia 28 de setembro de 1960, o deputado Francisco Souto entregou ao vigário as escrituras legais do terreno, registradas para o patrimônio paroquial e a importância de cem mil cruzeiros, além de se comprometer a entregar mensalmente uma nova quantia em dinheiro.
No dia seguinte foram iniciados os trabalhos de construção da maternidade.
E no dia 16 de maio de 1961, chegaram três irmãs holandesas: Madre Hermenegilda, Irmã Teresiana e Irmã Batista, que a princípio ficaram hospedadas no Colégio das Damas, em Campina Grande, até que no dia 29 de junho chegaram definitivamente a esta cidade.
Dona Júlia Santiago cedeu sua casa para residência provisória das freiras.
Em janeiro de 1962 vieram da Holanda duas novas irmãs: Irmã Carmela e Irmã Bernadete. As freiras, agora em número de cinco, ficaram a serviço da saúde e da educação do povo esperancense.
E no dia 16 de setembro chegaram as Irmãs Lúcia, Everdina e Irmã Redenpta para o serviço social da Paróquia.
A primeira missa na capela de Santo Antônio foi no dia 15 de setembro de 1963.
No dia 27 de novembro daquele ano, as irmãs deixaram a casa em que estavam e passaram a residir definitivamente no seu convento, quase concluído.
Além do trabalho no campo da saúde, as Irmãs também assumiram a educação das crianças mais pobres do município, com escolas organizadas em alguns sítios e sobretudo na área urbana.
O noviciado das Irmãs foi instalado no dia 8 de dezembro de 1967, com a participação de cinco candidatas à vida religiosa, sendo quatro de Esperança e uma de Bayeux.
No detalhe da foto, as freiras prestigiam uma solenidade no centro da cidade.

Rau Ferreira

Fonte:
- Revista Centenário da Paróquia de Esperança, Ed. Jacinto Barbosa, 30 de maio de 2008.

Postagens mais visitadas deste blog

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

A origem...

DE BANABUYU À ESPERANÇA Esperança foi habitada em eras primitivas pelos Índios Cariris, nas proximidades do Tanque do Araçá. Sua colonização teve início com a chegada do português Marinheiro Barbosa, que se instalou em torno daquele reservatório. Posteriormente fixaram residência os irmãos portugueses Antônio, Laureano e Francisco Diniz, os quais construíram três casas no local onde hoje se verifica a Avenida Manoel Rodrigues de Oliveira. Não se sabe ao certo a origem da sua denominação. Mas Esperança outrora fora chamada de Banabuié1, Boa Esperança (1872) e Esperança (1908), e pertenceu ao município de Alagoa Nova. Segundo L. F. R. Clerot, citado por João de Deus Maurício, em seu livro intitulado “A Vida Dramática de Silvino Olavo”, banauié é um “nome de origem indígena, PANA-BEBUI – borboletas fervilhando, dados aos lugares arenosos, e as borboletas ali acodem, para beber água”. Narra a história que o nome Banabuié, “pasta verde”, numa melhor tradução do tupi-guarani, ...

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

Magna Celi, escritora e poetisa

Esperança pode não ser uma cidade de leitores, mas certamente é um município de grandes escritores. Na velha guarda, encontra-se o poeta Silvino Olavo, e mais recente, a escritora e poetisa Magna Celi. Filha do casal Maria Duarte e José Meira Barbosa; irmã do Dr. João Bosco, Benigna, Graça Meira e Paula Francinete. Casada com o eminente Professor Francelino Soares de Souza, que assina uma coluna nesse jornal aos domingos; ela tem se destacado com inúmeras publicações. Graduada em letras pela UPFB, Mestra em Literatura Brasileira e com especialização em língua vernácula inglesa. Estreou nas letras em 1982, com “Caminhos e Descaminhos”. Desde então têm inscrito o seu nome entre os grandes nomes da poesia paraibana. É ela mesma quem nos fala sobre as suas origens: “Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom ...