Pular para o conteúdo principal

Postagens

Família Souto

  Vitoriaregia me instigou a escrever sobre a família Souto, questionando-me sobre as suas origens. Com o pouco material que disponho, resolvi fazer algumas anotações. José de Araújo Souto e Olímpia de Souza Souto eram os pais do Deputado Chico Souto. José de Araújo Souto era filho de Francisco de Araújo Souto (1864-1948) e Josefa Cavalcante Souto (1860-1897). Nasceu em 1895. Não se tem a data de sua morte. Olímpia de Souza Souto era filha de Antônio Barbosa de Souza (1879) e Bernardina Barbosa de Souza. Eles se cararam em 07 de fevereiro de 1905. Olímpia nasceu em 1901, e faleceu em 1951. José Souto era comerciante e exerceu esse ofício até o ano de 1937. A sua loja se chamava CASA SOUTO. O seu empório foi fundado em 1912 e se localizava na antiga Avenida Senador Epitácio nº 50, hoje esquina das ruas Juviniano Sobreira com a rua Manoel Rodrigues. É uma casa de esquina, onde hoje ainda funciona comércio, sendo um dos prédios antigos mais conservados do município. O “Anuár...

O homem da vaca

  Altimar de Alencar Pimentel (1936-2008) foi professor, jornalista e dramaturgo. Em sua carreira reuniu várias estórias que foram publicadas em livros. O folclorista era muito festejado na Paraíba, onde se radicou em 1952, destacando-se junto ao Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular/NUPPO. No livro “ Paraíba ”, da coleção Contos Populares Brasileiros, produzido pela Fundação Joaquim Nabuco, e editado pela Massangana, há um relato bem interessante fornecido pela Sra. Maria José da Silva , residente em Esperança-PB, no dia 27 de novembro de 1979. Dada a importância deste conto, reproduzirei aqui com minhas palavras essa estória, aproveitando também, em razão da identidade com o texto, o cordel “ O homem da vaca e o poder da fortuna ” escrito por Francisco de Sales Arêda (1916-2005). Diz-se que haviam dois compadres, um rico e um pobre cujo único recurso era uma vaquinha. Certa feita, disse para a mulher que iria vender o animal. Dirigindo-se à cidade, não enco...

Monsenhor Palmeira: Luz et vitas

  Luz et vitas (Luz e Vida) foi o tema escolhido pelo Padre Manoel Palmeira da Rocha quando fora nomeado pelo Papa João Paulo II para assumir o bispado em Pesqueira-PB. O Pároco do Bom Conselho, neste Município de Esperança-PB, desde o ano de 1951, quando chegou aqui, ainda jovem, deixava a cidade pesarosa com a sua escolha, conquanto por cerca de 29 anos era pastor dos católicos esperancenses. O tema escolhido refletia a sua missão: ser luz do mundo e sal da terra, como Cristo nos ensinou (João 8:12; Mateus 5:13-14). Por suas próprias palavras: “ Jesus Cristo é a luz do mundo, Jesus veio trazer a vida nova ao mundo paganizado e na escolha dos apóstolos, foi o seu plano que eles continuassem no mundo até o fim como portadores de luz e vida para o povo de Deus, Luz pelo anúncio do evangelho e vida como dispensados dos sagrados mistérios ”. “ Em Esperança, estagiei para o novo ministério ”, disse o Padre. De fato, o padre vivenciou em nossa terra tudo o que um clérigo necessit...

A mulher e o rei (conto popular)

  Conto popular é um gênero literário que tem origem na oralidade; são tradições contadas e recontadas pelo povo ao longo do tempo, de cunho filosófico ou recreativo. O Brasil possui diversos contistas que narram estórias encantadas, lendas e “causos”. Por anos a fio os folcloristas recolhem em textos, e publicam em livro o resultado de suas pesquisas. Proeminentes estudiosos do tipo popular são o potiguar Câmara Cascudo (1898-1986) e o alagoano – radicado paraibano – Altimar de Alencar Pimentel (1936-2008). Por aqui notabiliza-se o Sr. Vicente Simão. Funcionário público estadual, que trabalhou muito tempo na Escola “Irineo Joffily” com o professor José Coelho; é um importante contador de histórias tanto que muitos estudantes o procuram para realizar seus trabalhos sobre a cidade de Esperança. Há outros, porém, mas por ora esse não é o objetivo deste trabalho. A narrativa que hoje trago faz parte da minha infância. Minha mãe costumava falar de lendas e coisas do tipo, às vezes ...

Padre Zé e suas esmolas

  Como não lembrar do Padre Zé? Benemérito da ação social na Paraíba, fundou um instituto e um hospital que leva seu nome, ambas as instituições de ajuda aos mais necessitados. Também era músico, escritor e professor. Devoto incondicional de Nossa Senhora do Carmo, participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres junto ao Seminário da Parahyba. Apesar de radicado na Capital paraibana, nunca esqueceu o seu torrão: “ Nasci no dia 18 de novembro de 1897, num dia de quinta-feira, às três horas da tarde, no povoado de Esperança ”. Caridoso, nunca se descuidou de seu rebanho e fazia de um tudo para angariar fundos para as suas obras assistenciais. Quem é que não se lembra de suas investidas pelas ruas de João Pessoa em sua cadeira de rodas cutucando um e outro transeunte por uma contribuição? Conta-se que certa feita estava o Padre Zé na entrada do cinema junto às catracas, e batendo d...

Voto de divergência

  Situação e oposição vivem em acirrada briga, cada um querendo defender as cores do seu partido. Nas ruas, nas praças e nos “mourões” o termômetro da política pode ser sentido, mas o palco onde essas experiências se notabilizam é o legislativo-mirim. Esperança (PB) como em todo lugar há sempre aquele político que fica “em cima do muro”. Essa é mais uma história sobre um daqueles que não querem “se comprometer”. Nos anos 60, um liturgo esperancense enviou para a Câmara um projeto de lei instituindo o “voto-misto”. A justificativa dizia o edil, muitas vezes o vereador se vê numa posição melindrosa. É que em certos casos – justifica-se – o prefeito envia para a Câmara um projeto que em princípio pode beneficiar a população, mas as circunstâncias também favorecerem o pretenso candidato numa campanha próxima. Neste caso, “ a consciência parlamentar não quer votar contra, por reconhecer virtudes, nem quer votar a favor, pela existência dos defeitos. E sempre há matéria em que as...

Frei Caneca pernoitou em Esperança-PB ?

  Frei Caneca (1779-1825) em seu “Itinerário do Ceará” descreve com maestria os dias que se seguiram à sua prisão, até bem pouco antes da sua execução. Em seu diário, narra a passagem por Campina Grande-PB e a impressão que ficou daquele 12 de dezembro de 1824. No seu trajeto, o clérigo antes de aportar à “Rainha da Borborema”, passou por “Bonaboiú”, onde pernoitou próximo à cachoeira de João Saraiva, como o próprio frade descreve: “ Despois de passarmos ao través do rio das Piranhas, tomamos a travessa para o riacho dos Porcos, e passando pelas fazendas Lagoa Rachaça e Poço do Cruz, viemos dormir à cachoeira de João Saraiva, morador em Bonaboiú . Pouco antes de aqui chegarmos, um soldado, desacauteladamente batendo com o coice da granadeira no chão, e esta disparando-se, feriu um dos camaradas, passando-o de parte a parte e matou o cavalo de José da Cruz Gouveia, conselheiro do governo temporário da Paraíba. Neste dia vencemos cinco léguas de caminho. Na manhã do dia 5 saímos do a...

Prédica de Dom Palmeira - Quaresma de 1976

  Prédica é um discurso ou sermão redigido pelo religioso, que se diferencia da homilia porque essa é dirigida às celebrações sacramentais. A peça que temos em mãos é uma prédica escrita pelo Monsenhor Manoel Palmeira da Rocha por ocasião de seu curso de Teologia em Roma, escrita na quaresma de 1976. Esta nos foi doada por Ônio Emmanuel Lyra, Oficial do Registro Civil, filho de José Lyra de Souza, que foi colega de seminário do Monsenhor Palmeira. Devido a sua importância histórica, resolvemos reproduzir, ipsi litteris este discurso do Monsenhor Palmeira. Nos reservamos, porém, sobre certos aspectos da doutrina católica, já que confesso a fé protestante, que considera a salvação como graça de Deus, que independe das obras, e que é dom de Deus, concedida aos seus eleitos desde o princípio dos tempos. Pois bem. Vamos ao texto produzido pelo Monsenhor Palmeira para a “Università Pontificia Salesiana”, da ordem de S. J. Dom Bosco, sediada em Roma: “ O Mistério Pascal, a Vitória...