O Coronel Elysio Sobreira sempre teve uma forte inclinação
para a música. Aliás, essa foi a sua porta de entrada na Polícia Militar da
Paraíba, quando ainda muito jovem.
A sua vocação, porém, já era percebida pelo
Professor Juviniano Sobreira, o seu progenitor que possuía um externato em Esperança
com “uma aula de música”, da qual também fora aluno o poeta Silvino Olavo da
Costa.
O escritor Inácio Gonçalves nos informa que ele
“tinha a música como um dom e exemplo de abnegação e louvável sapiência. O
Coronel Elísio Sobreira, antes mesmo de incorporar-se na nossa então Força
Policial, como Alfares, já tinha exercido o cargo de Mestre de Música, das
Filarmônicas de Alagoa Grande e de Campina Grande” (Inácio Gonçalves).
A prática habitual deste dom lhe valera o ingresso
ainda jovem na carreira militar, por volta de 1907.
Elysio Sobreira não apenas demonstrava talento musical,
como também organizava e dirigia conjuntos em Campina Grande e, aproveitando-se
a passagem do professor Tonheca Dantas por Alagoa Grande, com quem fez grande
amizade, aproveitou para aprender flauta, com os conhecimentos já adquiridos, por
volta de 1911.
Em Alagoa Grande, Sobreira comandou a banda de
música do Grêmio Literário Recreativo “Peregrino de Carvalho”, apresentando-se
já no ano de 1910 como “Alferes” da antiga Polícia da Parahyba, atual Polícia
Militar. Alagoa Grande ainda viria o velho coronel dirigindo-lhe os destinos na
qualidade de interventor.
Pouco tempo depois, assumiria o comandante do
Batalhão de Segurança, galgando a sua carreira militar no posto de major fiscal
13 de novembro de 1924 e, assumindo o Comando da PMPB em 14 do mesmo mês e ano,
através do Decreto nº 3.918 do Presidente João Suassuna, no posto de
Tenente-coronel.
A Banda de Música do Batalhão de Segurança do Estado
da Paraíba era formada por 40 integrantes: 13 músicos de 1ª Classe, treze se 2ª
Classe e catorze de 3ª Classe.
Com a morte do Presidente João Pessoa no Hotel
Glória do Recife, ocorrida em 26 de julho de 1930, houve uma grande revolta. A
cidade de Princesa Isabel chegou a ser declarada território livre da Paraíba,
chegando a ser sitiada pela Polícia Militar, dando-se sangrentos conflitos
liderados por Elysio Sobreira.
Na noite de 17 para 18 de agosto daquele ano, tropas
do Exército fortaleceram as colunas da PMPB, sagrando-se as forças militares vencedoras
no confronto contra José Pereira.
Após a intentona de ’30, Elysio fora afastado do
comando da PMB, pois atuava como Assistente Militar do Interventor Federal no
Estado.
Elysio Sobreira faleceu em João Pessoa, no dia 13 de
maio de 1942, aos 64 anos de idade, após ter assumido o Comando da Polícia por
duas vezes, no período de 1924 à 1928, e de 1930 à 1931.
Por sua força
e bravura foi escolhido “Patrono da Polícia Militar da Paraíba” pelo Governador
Flávio Ribeiro (Decreto nº 1.238/57), sendo-lhe dedicado o dia 20 de agosto
para as comemorações da Corporação a que serviu por 35 anos.
Rau Ferreira
Referências:
-
GALVÃO, Cláudio Augusto Pinto. A desfolhar saudades: uma biografia de Tonheca
Dantas. Editora Santa Maria. Departamento Estadual de Imprensa: 1998.
-
O DEMOCRÁTA, Jornal. Areia, 14 de novembro. Parahyba do Norte: 1894.
-
O MALHO, Revista. Ano IX, N° 384. Rio de Janeiro/RJ: 1910.
-
PARAHYBA, Diário Oficial do Estado. Edição de 15 de novembro. Parahyba do
Norte: 1924.
-
SERTÃO, Gazeta do. Órgão democrático. Campina Grande, 31 de Janeiro. Parahyba
do Norte: 1890.
-
SOUZA, Inácio Gonçalves de. Coronel Elísio Sobreira: do heroísmo ao patronato.
Idealgraf: 2010.
PARABENS PELO EXCELENTE COMENTARIO !
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