Transcrevo
a seguir, texto do confrade Josemir Camilo de Melo, atual presidente
da Academia de Letras de Campina Grande, que trás um antigo relato
sobre o CRUZEIRO DE LAGOA DE PEDRA.
“Lá pra dentro do município de Esperança, em direção a Areal, no lugar Lagoa de Pedra tem um imenso lajedo, atraente por suas formas, volume e altura. encimado o lajedo tem um pequeno cruzeiro de madeira em cima de uma base de alvenaria. Chama a atenção de muita gente num raio de muitos quilômetros. É um marco de informação, mas para os mais velhos guarda um certo ar de mistério.
Há pelo menos um homem, conhecido na região, antigo agricultor, hoje com 70 anos, que conhece a origem daquele cruzeiro. Está ali na região desde a limpeza da lagoa de pedra, uma lagoa formada num outro lajedo, limpeza esta que foi mandada pelo governador Argemiro de Figueiredo, em 1938. E conta como os caboclos de então se espantavam com os ossos gigantescos que tiravam de dentro daquele tanque e jogavam tudo no mato.
Há pelo menos um homem, conhecido na região, antigo agricultor, hoje com 70 anos, que conhece a origem daquele cruzeiro. Está ali na região desde a limpeza da lagoa de pedra, uma lagoa formada num outro lajedo, limpeza esta que foi mandada pelo governador Argemiro de Figueiredo, em 1938. E conta como os caboclos de então se espantavam com os ossos gigantescos que tiravam de dentro daquele tanque e jogavam tudo no mato.
Contou
que conheceu o homem que teve aquela ideia. Chegava a ser seu
parente, mas vinha das bandas de Taperoá. Era um Diniz. E então ele
começou a tarefa muito dura que era a de transportar tijolo, areia e
cimento lá pra cima, que é muito complicado. Mas foi levantando a
base de alvenaria.
Antes
de terminar a base, ele estava deixando um lugar no meio do cruzeiro.
O que é que ele fez? Pegou um papel, escreveu lá o nome de todos os
antigos proprietários e pegou uma garrafa e botou aquele papel lá
dentro, dizendo que era pra quando fosse lá pelos mil anos, alguém
encontrasse aquela garrafa ali dentro ia ficar sabendo de quem foram
essas terras. Até hoje o cruzeiro está lá intacto, apesar de todo
o lajedo já ter sofrido um fogo que tocaram nas macambiras,
destruindo tudo, mas sem atingir o cruzeiro” (Publicado em sua
Coluna de Jornal, no ano de 1999).
O
cruzeiro foi construído no alto de um lajedo de difícil acesso e se
supõe que tenha sido levantado em 1930 por um proprietário da
região conhecido por Pedro Pimenta, em razão de uma graça
alcançada, o que ressalta a religiosidade do nosso povo.
Além
de suas belezas naturais, lá existe inscrições rupestres gravadas
em um grande paredão de pedra. O painel mede 1,28 x 1,29 cm e é
composto de formas esquemáticas de possíveis zoomorfos em tom de
vermelho.
Há notícias de ossadas consideradas pré-históricas que foram encontradas na lagoa nos anos 90, fósseis de animais pleistocênicos foram retirados por pesquisadores da UFPB no sopé daquele lajedo.
Há notícias de ossadas consideradas pré-históricas que foram encontradas na lagoa nos anos 90, fósseis de animais pleistocênicos foram retirados por pesquisadores da UFPB no sopé daquele lajedo.
Dizem os
pesquisadores que era comum os animais irem beber água em qualquer
nascente, muitos deles perecendo naquela aguada para somente serem
descobertos pelos paleontólogos anos mais tarde. A vegetação
nativa encontra-se preservada, talvez pelo acesso que se mostra muito
dificultoso ao visitante.
Fala-se,
ainda, de uma orquídea que nasce nas proximidades daquela lagoa,
cuja florescer coincide com a Sexta-feira da Paixão de Cristo.
Alguns estudiosos já demonstraram interesse em desvendar os
mistérios do lugar, que pode muito bem ser considerado um sítio
arqueológico.
Rau
Ferreira
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