A Comunidade Católica em nosso município
ainda engatinhava. A Paróquia recém-criada por ato de Dom Aurélio Miranda
(1908), lutava para adornar o seu templo, adquirindo imagens dos santos
venerados.
Há muito custo havia construído a Casa
Paroquial (1916), mas em 1923 encomendara uma réplica do “Senhor Morto”. A relíquia
lembra o corpo de Jesus pós-crucificação, mencionada nos evangelhos.
O Padre José Borges de Carvalho,
vigário paroquial de 1922 à 1929, convidou os esperancenses a irem até Campina
Grande, para receberem a imagem, trazendo-a em procissão para Esperança. O povo
logo acorreu a solicitação, somando-se cerca de três mil católicos.
Padre Zé Borges era forte opositor da
doutrina protestante, para quem dirigia fortes críticas. Ao tomarem
conhecimento da recente aquisição para a igreja, dois evangélicos campinenses afrontaram
aquela multidão, insultando o vigário e pretendendo falar à porta da Igreja de
N. S. da Conceição.
Populares, indignados com aquela
situação, vieram em defesa do religioso, formando-se um tumulto em praça
pública que pretendia linchar os acusadores, não alcançando este intento graças
à intervenção do delegado que conseguiu acalmar os ânimos em boa hora.
Após aquele incidente, o “Senhor
Morto” foi conduzido até um veículo, de onde foi transladado para a Capela do
Bom Conselho.
Rau Ferreira
Referências:
- PARÓQUIA, Revista
Centenário (da). Ed. Jacinto Barbosa. Esperança/PB: 2008.
- O ESTADO, Jornal. Ano IX,
Nº 2.807. Ed. 07 de novembro. Florianópolis/SC: 1923.
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