Pular para o conteúdo principal

Severino Medeiros

Severino e sua inseparável sanfona
Severino Medeiros é Cantor, compositor, arranjador e produtor, natural de Esperança, filho de Dona Olegária e irmão de Dedé do “Terraço de Som”.
Passou a infância em Lagoa de Pedra, onde aprendeu a tocar sanfona aos 17 anos, presenteado que fora pela sua mãe com este instrumento musical.
Seus primeiros acordes foram tangendo gado e, a partir do conhecimento musical adquirido, passou a cantar nas festas de casamento e animando quadrilhas, ganhando notoriedade em toda a Paraíba por dominar a sanfona de 140 baixos.
Radicado em Campina Grande, no bairro do Alto Branco, onde montou um estúdio com a sua família, cultiva o forró de raiz no seu estilo mais autêntico.
O sanfoneiro já se apresentou com diversos artistas de renome e produziu alguns álbuns para outros artistas, a exemplo de Zé Calixto, Biliu de Campina, Capilé e Geovane Júnior. E tocou com grandes nomes da música, como Dominguinhos, Elba Ramalho, Antônio Barros e Cecéu, Marinês, Anastácia, Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda.
A sanfona lhe deu tudo na vida, por isso nunca precisou trabalhar noutra coisa, e com esse instrumento conseguiu garantir o sustento da família. Mas o homem de chapéu branco – utensílio que se tornou sua marca – também tocava violão, cavaquinho e pandeiro.
Compositor de mão cheia e presença obrigatória no maior São João do Mundo, tem registrada as composições: “De enrolar os dedos”, “Camucá” e “Dengoso”, em parceria com Zé Calixto; “Nordeste meu torrão” e “Rodapé” (solo), influenciando as novas gerações como a cantora Verônica Ryos.
Severino Medeiros recebeu o título de cidadão campinense neste ano (2017), através de propositura do Vereador Lula Cabral.
Severino Medeiros faleceu em sua residência no dia 26/10/2017, aos 74 anos de idade. O corpo foi velado na rua Dr. Vasconcelos, no Alto Branco. 
A TV Paraíba relembrou as parcerias importantes que o sanfoneiro fez com Rosil Cavalcante e Dominguinhos. A Pró-Reitoria de Cultura da UEPB igualmente lamentou o falecimento do músico, enaltecendo a sua importância para a cultura nordestina.
Em respeito ao seu grande talento, Severino merece o reconhecimento de toda a sociedade esperancense. Fica aqui registrada a nossa singela homenagem.

Rau Ferreira

Fonte:
- FESTAR MUITO, Correio da Paraíba. Site. Texto de Henriqueta Santiago e José Carlos dos Anjos. Disponível em http://festarmuito.com/cla-dos-medeiros-canta-e-encanta-dedilhando-a-sanfona/, acesso em 02/05/2017.
- INVENTÁRIO, Paraíba Criativa. Disponível em http://www.paraibacriativa.com.br/artista/severino-medeiros/, acesso em 02/05/2017.
- PMCG, Prefeitura Municipal. Site. Disponível em http://pmcg.org.br/inaudete-homenagem-ao-sanfoneiro-severino-medeiros/, acesso em 02/05/2017.
- http://www.renatodiniz.com/2017/10/luto-na-musica-nordestina-morre-o.html, em 26/10/2017.
- FOLHA DE ESPERANÇA, Jornal. Edição nº 04, Fevereiro. Texto: Severino de Esperança, de Inácio Gonçalves de Souza. Esperança/PB: 2011.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

A minha infância, por Glória Ferreira

Nasci numa fazenda (Cabeço), casa boa, curral ao lado; lembro-me de ao levantar - eu e minha irmã Marizé -, ficávamos no paredão do curral olhando o meu pai e o vaqueiro Zacarias tirar o leite das vacas. Depois de beber o leite tomávamos banho na Lagoa de Nana. Ao lado tinham treze tanques, lembro de alguns: tanque da chave, do café etc. E uma cachoeira formada pelo rio do Cabeço, sempre bonito, que nas cheias tomava-se banho. A caieira onde brincávamos, perto de casa, também tinha um tanque onde eu, Chico e Marizé costumávamos tomar banho, perto de uma baraúna. O roçado quando o inverno era bom garantia a fartura. Tudo era a vontade, muito leite, queijo, milho, tudo em quantidade. Minha mãe criava muito peru, galinha, porco, cabra, ovelha. Quanto fazia uma festa matava um boi, bode para os moradores. Havia muitos umbuzeiros. Subia no galho mais alto, fazia apostas com os meninos. Andava de cabalo, de burro. Marizé andava numa vaca (Negrinha) que era muito mansinha. Quando ...

Esperança, por Maria Violeta Silva Pessoa

  Por Maria Violeta da Silva Pessoa O texto a seguir me foi encaminhado pelo Professor Ângelo Emílio da Silva Pessoa, que guarda com muito carinho a publicação, escrita pela Sra. Maria Violeta. É o próprio neto – Ângelo Emílio – quem escreve uns poucos dados biográfico sobre a esperancense: “ Maria Violeta da Silva Pessoa (Professora), nascida em Esperança, em 18/07/1930 e falecida em João Pessoa, em 25/10/2019. Era filha de Joaquim Virgolino da Silva (Comerciante e político) e Maria Emília Christo da Silva (Professora). Casou com o comerciante Jayme Pessoa (1924-2014), se radicando em João Pessoa, onde teve 5 filhos (Maria de Fátima, Joaquim Neto, Jayme Filho, Ângelo Emílio e Salvina Helena). Após à aposentadoria, tornou-se Comerciante e Artesã. Nos anos 90 publicou uma série de artigos e crônicas na imprensa paraibana, parte das quais abordando a sua memória dos tempos de infância e juventude em e Esperança ” (via WhatsApp em 17/01/2025). Devido a importância histór...

Luiz Pichaco

Por esses dias publiquei um texto de Maria Violeta Pessoa que me foi enviado por seu neto Ângelo Emílio. A cronista se esmerou por escrever as suas memórias, de um tempo em que o nosso município “ onde o amanhecer era uma festa e o anoitecer uma esperança ”. Lembrou de muitas figuras do passado, de Pichaco e seu tabuleiro: “vendia guloseimas” – escreve – “tinha uma voz bonita e cantava nas festas da igreja, outro era proprietário de um carro de aluguel. Família numerosa, voz de ébano.”. Pedro Dias fez o seguinte comentário: imagino que o Pichaco em referência era o pai dos “Pichacos” que conheci. Honório, Adauto (o doido), Zé Luís da sorda e Pedro Pichaco (o mandrião). Lembrei-me do livro de João Thomas Pereira (Memórias de uma infância) onde há um capítulo inteiro dedicado aos “Pichacos”. Vamos aos fatos! Luiz era um retirante. Veio do Sertão carregado de filhos, rapazes e garotinhas de tenra idade. Aportou em Esperança, como muitos que fugiam das agruras da seca. Tratou de co...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...