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O craque Gilvan Gonçalves de Lima

Gilvan Gonçalves de Lima
Hoje prestamos homenagem a um dos maiores craques da bola de Esperança, o Sr. Gilvan Gonçalves de Lima. Natural de Santa Luzia/PB, nasceu em 02 de julho de 1928 e veio residir, ainda jovem, em nossa cidade, onde casou-se com a Sra. Porfíria Ferreira de Lima, conhecida por “Lourdes”, com quem teve dez filhos.
Aos 23 anos, seu Gilvan foi um dos sócios fundadores do América, ao lado de José Ramalho da Costa. E reconhecidamente, um dos maiores jogadores do esporte amador local.
Vestiu pela primeira vez a camisa do “Mequinha” em 1948. Foi capitão da agremiação, atuando com muita garra e dedicação ao clube, até os idos de 1980, quando, por complicações de saúde, abandonou os campos.
Em uma partida memorável que disputou vestindo a camisa do América contra o Botafogo de João Pessoa, tomou uma atitude ousada. Segurou a bola para evitar que o adversário cobrasse um pênalti. Este fato foi narrado pelo escritor Walfredo Marques, que dá uma versão diferente da que conhecemos.
Segundo a crônica local, a penalidade era injusta e o time pessoense queria valer-se daquela falta para sobressair sobre o nosso América, o que revoltou vários jogadores, especialmente seu Gilvan.
Na opinião de Francisco Cláudio (Chico de Pitiu), “Este sem sombra de dúvida o maior de todos os tempos. Era um craque, temido pelos adversários e admirado pelos seus inúmeros fãs. Era um ídolo. Quando ele jogava, havia gol, vitória, alegria e festa”.
Ele participou da partida de inauguração do Estádio do América contra o Treze de  Campina Grande. O galo contava com jogadores experientes, a exemplo de Urai, Mário e Zezinho, enquanto que o “Mequinha” tinha nomes de peso como Manoelzinho (goleiro), Edmilson Gilvan e Adauto. A equipe da Borborema levou a melhor, mas em outras disputas o América conseguiu dar o troco.
Consta ainda que o craque esperancense foi convocado para jogar integrando a seleção da Paraíba, que faria frente ao selecionado de Pernambuco. No primeiro tempo da partida, permaneceu no banco e só entrou na segunda etapa do jogo, fazendo os três gols da virada paraibana.
Lembro de seu Gilvan residindo próximo a minha casa, na rua do Sertão, com sua mãe Regina. Era uma pessoa bastante tranquila e todos diziam que foi um grande futebolista, talvez o maior atleta do “Mequinha”. Isreael Galdino, em sua monografia, lembra que Gilvan “foi admirado por grandes clubes do Nordeste”.
O centroavante faleceu em 04 de agosto de 2000, devido a complicações de apêndice. Deixou muitos amigos e saudades, especialmente entre os amantes do futebol esperancense. O craque está no rol da “Seleção de todos os tempos” proposta por Chico de Pitiu, com muito mérito e louvor.

Rau Ferreira      

Referência:
- ANDRDE, Jailson de. Depoimento em 05 de janeiro. Esperança/PB: 2012.
- GALDINO, Israel. A importância da Educação Física para os jovens da cidade de Esperança/PB. Especialização em práticas pedagógicas. UEPB. Campina Grande/PB: 2014.
- LIMA, Francisco Cláudio de. 50 Anos de Futebol e etc. Ed. Rivaísa: 1994.

- MARQUES, Walfredo. História do Futebol Paraibano. União Editora. João Pessoa/PB: 1975.

- MEDEIROS, Jailton. História de Esperança. s/d. Trabalho escolar. Produção do corpo docente.

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