Pular para o conteúdo principal

Seu Zé

Zé Lyra e Padre Palmeira
Seu Zé se foi, mas não é um Zé qualquer de que estou falando: é Seu Zé Lyra, homem probo e vocacionado, verdadeiro ícone de Esperança. Frequentou o seminário com Padre Palmeira, de quem viria a ser o seu fiel escudeiro anos mais tarde na Paróquia de Esperança.
O diácono ajudava no serviço da igreja: fazia viagens, casamentos e batizados; administrou a paróquia por quase um ano, quando Dom Palmeira viajou para estudar em Roma.
Casado com dona Iracema Paiva constituiu família, sendo os seus filhos Ônio e Zeppe Lyra exemplos e seguidores do velho pai.
Em dois momentos pelo menos a nossa história se cruza: foi Zé Lyra que celebrou o casamento de meus pais e foi ele quem me batizou na capelinha das Umburanas.
Há algum tempo vinha enfrentando problemas de saúde, contudo enfrentava isto com uma fé inabalável. Essa mesma fé o conduziu por toda a sua vida, e lhe preparou para uma passagem feliz com seu Deus. Como ele sempre nos dizia: “Troquemos orações!”.
A Diocese campinense emitiu a seguinte nota de falecimento:
A Diocese de Campina Grande comunica, com profundo pesar, o falecimento do seu primeiro Diácono Permanente, José Lyra de Souza. Ele faleceu na noite desta segunda-feira, dia 18, no Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, em consequência de uma parada cardiorrespiratória.
O Velório acontece na Capela de Santa Clara, localizada na rua Antenor Navarro, na cidade de Esperança. Às 15h será celebrada as exéquias e o sepultamento será logo em seguida no cemitério da cidade. O Diácono deixa a esposa, Dona Iracema, e três filhos: Ônio, Giuseppe e Anunciata.Natural de Alagoa Nova, o Clérigo nasceu em 25 de outubro de 1931, aos 9 anos foi para o Pré-seminário em Esperança, mas saiu para repensar sua vocação. Casou-se e constituiu família, com o passar dos anos foi convidado pelo então Pároco de Esperança, Manuel Palmeira para ser Diácono Permanente, sendo um dos primeiros à serem ordenados, pós-concílio Vaticano II pela imposição das mãos de Dom Manuel Pereira da Costa em 16 de Dezembro  de 1969. E desde então, exerceu seu ministério na Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho, São José em Areial e em João Pessoa, onde passou alguns anos.  Regressando à sua Diocese de origem, o município de Esperança o acolheu, passando assim a integrar mais uma vez no seu ministério pastoral” (Pascom Bom Conselho/http://diocesedecampinagrande.org/).

O texto acima é assinado por está assinado por Márcia Marques e Rodolpho Raphael.
Nesta singela homenagem, registro os meus sentimentos à família enlutada, porém na certeza de que seu Zé Lyra está sendo bem acolhido na morada eterna no último dia 18. Banabuyé, 19/01/2015.

Rau Ferreira

Postagens mais visitadas deste blog

A Energia no Município de Esperança

A energia elétrica gerada pela CHESF chegou na Paraíba em 1956, sendo beneficiadas, inicialmente, João Pessoa, Campina Grande e Itabaiana. As linhas e subestações de 69 KV eram construídas e operadas pela companhia. No município de Esperança, este benefício chegou em 1959. Nessa mesma época, também foram contempladas Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira, Mamanguape e Remígio. Não podemos nos esquecer que, antes da chegada das linhas elétrica existia motores que produziam energia, estes porém eram de propriedade particular. Uma dessas estações funcionava em um galpão-garagem por trás do Banco do Brasil. O sistema consistia em um motor a óleo que fornecia luz para as principais ruas. As empresas de “força e luz” recebiam contrapartida do município para funcionar até às 22 horas e só veio atender o horário integral a partir de setembro de 1949. Um novo motor elétrico com potência de 200 HP foi instalado em 1952, por iniciativa do prefeito Francisco Bezerra, destinado a melhorar o ...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

Magna Celi, escritora e poetisa

Esperança pode não ser uma cidade de leitores, mas certamente é um município de grandes escritores. Na velha guarda, encontra-se o poeta Silvino Olavo, e mais recente, a escritora e poetisa Magna Celi. Filha do casal Maria Duarte e José Meira Barbosa; irmã do Dr. João Bosco, Benigna, Graça Meira e Paula Francinete. Casada com o eminente Professor Francelino Soares de Souza, que assina uma coluna nesse jornal aos domingos; ela tem se destacado com inúmeras publicações. Graduada em letras pela UPFB, Mestra em Literatura Brasileira e com especialização em língua vernácula inglesa. Estreou nas letras em 1982, com “Caminhos e Descaminhos”. Desde então têm inscrito o seu nome entre os grandes nomes da poesia paraibana. É ela mesma quem nos fala sobre as suas origens: “Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom ...

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...