Pular para o conteúdo principal

SOL: Na imprensa pernambucana

Reportagem especial

O esteta da poesia Silvino Olavo da Costa colaborou durante algum tempo com a imprensa pernambucana escrevendo para jornais, revistas e boletins. Destacamos aqui as suas principais atuações nesses periódicos.

Estrellas de Junho – revista familiar de sortes editada pelo Diário de Pernambuco, dedicada “as noites de Santo Antônio, São João e São Pedro”. Surgida em 1915, registrava fatos, coisas de época e literatura, dirigidas às famílias e em especial crianças.

Brasil-Portugal – revista mensal de intercâmbio luso-brasileira, dirigida por Nelson Firmo e Souza Barros. Trabalho gráfico da oficina do jornal Diário da Manhã e colaboração escolhida. Silvino Olavo integrava o número de colaboradores ao lado de figuras como Eudes Barros, Álvaro Lins, Baltazar da Câmara e outros.

Pé de Moleque – Livro de sortes e revista de Fortunato Sapeca que circulou em junho de 1933, com 100 páginas no formato 21 x 15 cm, impressa em papel cuchê e ilustrada à caráter com o fim de “reavivar o fogo sagrado da tradição e do regionalismo das festividades sanjuanescas”. A publicação trazia anedotas, curiosidades, sortes e trabalhos literários assinados por Silvino Olavo, Leopoldo Lins, Jaime de Santiago, J. A. da Silveira, dentre outros.

Diário da Manhã - Em artigo especialmente publicado no Diário da Manhã, Silvino Olavo põe em choque o regime atual da política no país diante das eleições presidenciais que se aproximava. E fazendo referência aos Estados de Minas e Rio Grande do Sul, que juntamente com a Paraíba, caminhavam num mesmo sentido, considera que estes seriam capazes de romper com o sistema vigente à época.

Jornal do Commercio – diário “dedicado aos interesses das classes conservadoras e do Estado em geral". De propriedade de João Pessoa de Queiroz, iniciou sua circulação em 3 de abril de 1919, fazendo, realizando a propaganda da candidatura Epitácio Pessoa à Presidência da Republica. A edição de aniversário de 1928 contou 48 paginas da qual incluía a colaboração especial dos intelecutais Silvino Olavo, Afranio Peixoto, Costa Rego, Amélia de Freitas Bevilaqua, Clovis Bevilaqua e outros, afora a "Pagina de Portugal", "Jornal das Crianças", "Mundo das Letras", "Hortas e Campos", "Cruzada Contra a Verminose", etc.

Diário da Tarde – possuía aspecto moderno e iniciou circulação em 17 de dezembro de 1928, sendo chefe de redação José Campelo. A edição de 6.° aniversario contendo 24 paginas apresentou alegorias de Manuel Bandeira, na primeira e na ultima, com colaboração especial de Silvino Olavo, Origenes Lessa, Abelardo Araújo Jurema e outros escritores de renome.

Revista Pernambucana – publicação quinzenal de literatura surgida em 1920. Ilustrada, bem trabalhada e com clichês e vinhetas em papel em cor, onde “figuram os nomes de conceituados beletristas do norte, destacando-se as seguintes colaborações: Bailado rubro das chamas, Joaquim Inojosa; Nocturno brasileiro, Silvino Olavo; Clarões e sombras da cidade do oiro, Geraldo de Andrade; e a Bailarina perdia dos céus, Emydio Miranda” (A União: 1926)
Eis aqui um breve apanhado das participações de SOL na imprensa pernambucana.

Rau Ferreira

Fonte:
- A UNIÃO, Jornal. Órgão Oficial do Estado da Paraíba. Ed. De 23/02/1926. João Pessoa/PB: 1926;
- A UNIÃO, Jornal. Órgão Oficial do Estado da Paraíba. Ed. 17/09/1929. João Pessoa/PB: 1929;
- COSTA, Austro. Austro-Costa - Poeta da Província. Ed. Universidade Federal da Paraíba: 1970;
- FERREIRA, Rau. Silvino Olavo. Esperança/PB: 2010.
- NASCIMENTO, Luiz do. História da Imprensa de Pernambuco (1821-1954). Vol. VII, VIII e IX. Periódicos do Recife: 1901-1915. Recife/PE. Ed. Universitária: 1975.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Severino Costa e sua harpa "pianeira"

Severino Cândido Costa era “carapina”, e exercia esse ofício na pequena cidade de Esperança, porém sua grande paixão era a música. Conta-se que nas horas de folga dedilhava a sua viola com o pensamento distante, pensando em inventar um instrumento que, nem ele mesmo, sabia que existia. Certo dia, deparou-se com a gravura de uma harpa e, a partir de então, tudo passou a fazer sentido, pois era este instrumento que imaginara. Porém, o moço tinha um espírito inventivo e decidiu reinventá-la. Passou a procurar no comércio local as peças para a sua construção, porém não as encontrando fez uso do que encontrava. Com os “cobrinhos do minguado salário” foi adquirindo peças velhas de carro, de bicicleta e tudo o mais que poderia ser aproveitado. Juntou tudo e criou a sua “harpa pianeira”, como fora batizada. A coisa ficou meia esquisita, mas era funcional, como registrou a Revista do Globo: “Era um instrumento híbrido, meio veículo, meio arco de índio: uma chapa de ferro em forma de arc...

Capelinha N. S. do Perpétuo Socorro

Capelinha (2012) Um dos lugares mais belos e importantes do nosso município é a “Capelinha” dedicada a Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro. Este obelisco fica sob um imenso lagedo de pedras, localizado no bairro “Beleza dos Campos”, cuja entrada se dá pela Rua Barão do Rio Branco. A pequena capela está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa “ lugar onde primeiro se avista o sol ”. O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Consta que na década de 20 houve um grande surto de cólera, causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira, teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal.  Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à ...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

A Energia no Município de Esperança

A energia elétrica gerada pela CHESF chegou na Paraíba em 1956, sendo beneficiadas, inicialmente, João Pessoa, Campina Grande e Itabaiana. As linhas e subestações de 69 KV eram construídas e operadas pela companhia. No município de Esperança, este benefício chegou em 1959. Nessa mesma época, também foram contempladas Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira, Mamanguape e Remígio. Não podemos nos esquecer que, antes da chegada das linhas elétrica existia motores que produziam energia, estes porém eram de propriedade particular. Uma dessas estações funcionava em um galpão-garagem por trás do Banco do Brasil. O sistema consistia em um motor a óleo que fornecia luz para as principais ruas. As empresas de “força e luz” recebiam contrapartida do município para funcionar até às 22 horas e só veio atender o horário integral a partir de setembro de 1949. Um novo motor elétrico com potência de 200 HP foi instalado em 1952, por iniciativa do prefeito Francisco Bezerra, destinado a melhorar o ...

Magna Celi, escritora e poetisa

Esperança pode não ser uma cidade de leitores, mas certamente é um município de grandes escritores. Na velha guarda, encontra-se o poeta Silvino Olavo, e mais recente, a escritora e poetisa Magna Celi. Filha do casal Maria Duarte e José Meira Barbosa; irmã do Dr. João Bosco, Benigna, Graça Meira e Paula Francinete. Casada com o eminente Professor Francelino Soares de Souza, que assina uma coluna nesse jornal aos domingos; ela tem se destacado com inúmeras publicações. Graduada em letras pela UPFB, Mestra em Literatura Brasileira e com especialização em língua vernácula inglesa. Estreou nas letras em 1982, com “Caminhos e Descaminhos”. Desde então têm inscrito o seu nome entre os grandes nomes da poesia paraibana. É ela mesma quem nos fala sobre as suas origens: “Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom ...