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Evaldo, o anônimo

Alguém já disse no passado que Esperança era um deserto de homens e idéias. Contudo, mesmo no deserto encontramos uma nascente, uma fonte. E é desta água que nasce Evaldo Brasil, o grande ícone "oculto" da nossa cultura. Digo-o assim, pois ele prefere a solidão do anonimato aos holofotes ofuscantes da glória. Bom prá ele! Às vezes as luzes encandeiam e a gente não enxerga como deve. E em nossa cidade existem muitas pessoas assim, deslumbradas com o brilho de algo que é passageiro.
Mas Evaldo faz o seu trabalho e muito bem. Desde que nasceu para a vida tem participado de todos os movimentos culturais. Lançou livros, revolucionou idéias, plantou árvores e fez despontar uma centena de artistas, crias suas ou não, que hoje se apresentam nos palcos improvisados das praças de nossa cidade.
Quem não lembra do Jornal Estudantil? Do Novo Tempo e outros fanzines que marcaram os anos 80/90... E Evaldo ainda é fotógrafo, videomaker, jornalista, poeta, cantor, declamador, escritor, pintor, professor, ensaísta, jurado, apresentador, locutor, cordelista, editor, desenhista, blogueiro... Ufa! Porém a maior de suas qualidades é a simplicidade, a doação.
Certa vez este amigo me disse que não queria ser o santo, tão pouco gostaria de carregar o andor sozinho, mas preferia estar na multidão acompanhando a procissão. Por um tempo fiquei sem entender, mas pensando em sua simplicidade, achei a resposta.
Parabéns Evaldo, por ser esta figura participativa e ao mesmo tempo tão anônima.

Rau Ferreira

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