A Capela do Bom Conselho foi iniciada em 1860 por Frei Venâncio. Em 1892 se dizia que era a “uma espaçosa e bonita igreja, a melhor da freguesia (...)” (JOFFILY, p. 208).
Contudo, hoje um dado novo se nos apresenta. Pesquisando no livro “A Diocese da Parahyba” (1906) encontramos referência à antiga capela descritas pelo Monsenhor Francisco Severiano de Figueiredo, que escreve:
“N. S. do Bom-conselho, 3 lcguas, na povoação Esperança — outr'ora Banabugé. É esta última capela bem confortavel e elegante se bem que não se ache de todo concluída.” (FIGUEIREDO, p. )
O termo “concluída” nos parece um pouco impreciso. É que o “Livro do Município de Esperança” nos dá conta que esta edificação foi terminada em 1862 (p. 33). Talvez aquele pároco, com sua visão empreendedora, pretendesse acrescentar outras benfeitorias à edificação.
De fato, o Monsenhor Severiano, quando de sua administração paroquial em Esperança (julho/1929 à março/1930), construiu a Gruta de N. S. de Lourdes e reformou a Igreja Matriz, incluindo os mosaicos.
Nossa tese se apoia ainda nos escritos de Coriolano de Medeiros, o qual registra que em 1914 esta povoação tinha “boa edificação, bem construida egreja de NS do Bom Conselho(....)” (MEDEIROS, p. 35).
Não fosse assim, teria este historiador feito menção ao fato de sua inconclusa obra. E sequer teria alcançado o status de paróquia em maio de 1908.
Em última análise, necessitasse a Capela Bom Conselho um acabamento digno de sua importância na região, realizada anos depois pelo próprio Monsenhor Severiano.
A fachada desse templo foi alterada por João Honório quando administrou a paróquia (1937-1951). Os trabalhos tiveram início no dia 08 de novembro de 1939, retirando as antigas torres e deixando apenas uma central, com aproximadamente 14 metros. Na parte interna, foram feitos “consertos no forro de toda a nave e corredores, limpeza e pintura geral e nova instalação elétrica” (Livro Tombo I: 03/02/40).
A inauguração se deu em 14 de abril de 1940, “Em homenagem à data gloriosa da Ressureição de Jesus Cristo” (Livro Tombo I: 14/04/40). Na oportunidade, foram concedidas as bençãos e entronização do salão superior da efigie da Sasgrada Família.
“A referida parte nova é um complemento a nossa Igreja Matriz que se compõe de um pavimento térreo, onde funcionam sacristia, secretaria e sala de alfaias, e um andar superior de um só salão, destinado as reuniões das associações religiosas e a sede da ação Católica”, escreveu o paroco.
O trabalho orçou em 27.500$000, em moeda corrente da época. Em seu interior existia um imponente altar no melhor estilo barroco, com diversas imagens. Coube ao Monsenhor Palmeira a sua derrubada, seguindo orientanção do Concílio Vaticano II pois os padres não podiam mais celebrar de costas para os fiéis.
Ainda na década de 40 foram retiradas as escadas que ficavam a frente da Matriz, na gestão do prefeito Sebastião Vital Duarte.
De lá para cá muitas a igreja sofreu diversas reformas, mas nada que alterasse demais a sua arquitetura, acrescendo apenas em formosura. Mudou o piso, por exemplo que passou a ser de granito, mas manteve-se intocável a estrutura principal da nave.
No detalhe da foto, observamos a antiga capela com toda a sua formosura e sua forma atual.
Rau Ferreira
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