Pular para o conteúdo principal

Ossos do ofício!

O prefácio de Elísio Sobreira.

Quando me foi solicitado pelo autor Inácio Gonçalves de Souza em uma conversa informal o prefácio de seu novo livro – Coronel Elísio Sobreira: do heroísmo ao patronato – foram necessárias apenas duas horas para entrega-lo a professora Marilda Coêlho, responsável pela digitação e editoração desta obra.
Não tinha dúvidas de que este seria um bom exercício. Foi prazeroso e oportuno expor os meus conhecimentos acerca deste ilustre esperancense.
Imaginei-o na pequena Vila Banabuyê em companhia de seus pais Juviniano e Maria Augusta Sobreira, com quem aprendera as primeiras letras; o ingresso na academia policial onde sobressaiu os seus dotes musicais, e sua ascenção ao posto de alferes. Suas lutas armadas, combatendo os inimigos da pátria republicana, a sua feliz administração nas interventorias das cidades de Alagoa Grande e Pombal. E até mesmo dirigindo a corporação que serviu por longos 35 anos.
Considerei ainda a sua atuação como ordenança do governador João Pessoa Cavalcanti, encerrando sua carreira no mais alto posto da polícia paraibana e fundando, em 1936, a Caixa Beneficenete de Oficiais e Praças da PMPB. Para enfim, assumir na Capital a pasta de abastecimento quando, acometido de uma apendicite aguda entrega a sua vida ao Senhor no dia 30 de maio de 1942.
Elísio foi para muitos um ícone de destreza e força, coragem e determinação. Que outro comandante poderia assumir o patronato da nossa briosa Polícia Militar?
Em Inácio encontrei ainda a disposição para publicar um artigo que se encontra às folhas 91 – O funeral de um comandante – que neste ínterim compus.
Duas horas foram suficientes para mim. Mas a pesquisa que ousei prefaciar vai além desta biografia e os senhores poderão conferir em breve. A obra discorre sobre a sua carreira militar, as lutas armadas, as interventorias em Alagoa Grande e Pombal e as principais condecorações.
Brinda-nos o seu autor com o seu belíssimo trabalho de pesquisa que registra os fatos históricos vivenciados pelo Coronel Elísio Sobreira e que é também uma homenagem a sua cidade natal – Esperança – terra do saudoso poeta Silvino Olavo, do historiador Epaminondas Câmara, de Gemy Cândido, o crítico literário, e do benemérito Monsenhor José Coutinho entre outros nomes igualmente ilustres.

Rau Ferreira

Comentários

  1. Caro Rau,
    Realmente me surpreendeu a presteza e atenção com que você em 2 horas fez o prefácio do livro de Inácio Gonçalves: CORONEL ELÍSIO SOBREIRA: DO HEROÍSMO AO PATRONATO,e fez isso muito bem e com muita propriedade. Isso demonstrou o seu compromisso com a nossa cultura.
    Parabéns Rau, é de gente como você que precisamos para resgastar a cultura esperancense.

    ResponderExcluir
  2. Caro Rau,
    Realmente me surpreendeu a presteza e atenção com que você em 2 horas fez o prefácio do livro de Inácio Gonçalves: CORONEL ELÍSIO SOBREIRA: DO HEROÍSMO AO PATRONATO,e fez isso muito bem e com muita propriedade. Isso demonstrou o seu compromisso com a nossa cultura.
    Parabéns Rau, é de gente como você que precisamos para resgastar a cultura esperancense.
    Abraço.
    Profª Marilda

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

Zé-Poema

  No último sábado, por volta das 20 horas, folheando um dos livros de José Bezerra Cavalcante (Baú de Lavras: 2009) me veio a inspiração para compor um poema. É simplório como a maioria dos que escrevo, porém cheio de emoção. O sentimento aflora nos meus versos. Peguei a caneta e me pus a compor. De início, seria uma homenagem àquele autor; mas no meio do caminho, foram três os homenageados: Padre Zé Coutinho, o escritor José Bezerra (Geração ’59) e José Américo (Sem me rir, sem chorar). E outros Zés que são uma raridade. Eis o poema que produzi naquela noite. Zé-Poema Há Zé pra todo lado (dizer me convém) Zé de cima, Zé de baixo, Zé do Prado...   Zé de Tica, Zé de Lica Zé de Licinho! Zé, de Pedro e Rita, Zé Coitinho!   Esse foi grande padre Falava mansinho: Uma esmola, esmola Para os meus filhinhos!   Bezerra foi outro Zé Poeta também; Como todo Zé Um entre cem.   Zé da velha geração Dos poetas de 59’ Esse “Z...

A minha infância, por Glória Ferreira

Nasci numa fazenda (Cabeço), casa boa, curral ao lado; lembro-me de ao levantar - eu e minha irmã Marizé -, ficávamos no paredão do curral olhando o meu pai e o vaqueiro Zacarias tirar o leite das vacas. Depois de beber o leite tomávamos banho na Lagoa de Nana. Ao lado tinham treze tanques, lembro de alguns: tanque da chave, do café etc. E uma cachoeira formada pelo rio do Cabeço, sempre bonito, que nas cheias tomava-se banho. A caieira onde brincávamos, perto de casa, também tinha um tanque onde eu, Chico e Marizé costumávamos tomar banho, perto de uma baraúna. O roçado quando o inverno era bom garantia a fartura. Tudo era a vontade, muito leite, queijo, milho, tudo em quantidade. Minha mãe criava muito peru, galinha, porco, cabra, ovelha. Quanto fazia uma festa matava um boi, bode para os moradores. Havia muitos umbuzeiros. Subia no galho mais alto, fazia apostas com os meninos. Andava de cabalo, de burro. Marizé andava numa vaca (Negrinha) que era muito mansinha. Quando ...

Esperança, por Maria Violeta Silva Pessoa

  Por Maria Violeta da Silva Pessoa O texto a seguir me foi encaminhado pelo Professor Ângelo Emílio da Silva Pessoa, que guarda com muito carinho a publicação, escrita pela Sra. Maria Violeta. É o próprio neto – Ângelo Emílio – quem escreve uns poucos dados biográfico sobre a esperancense: “ Maria Violeta da Silva Pessoa (Professora), nascida em Esperança, em 18/07/1930 e falecida em João Pessoa, em 25/10/2019. Era filha de Joaquim Virgolino da Silva (Comerciante e político) e Maria Emília Christo da Silva (Professora). Casou com o comerciante Jayme Pessoa (1924-2014), se radicando em João Pessoa, onde teve 5 filhos (Maria de Fátima, Joaquim Neto, Jayme Filho, Ângelo Emílio e Salvina Helena). Após à aposentadoria, tornou-se Comerciante e Artesã. Nos anos 90 publicou uma série de artigos e crônicas na imprensa paraibana, parte das quais abordando a sua memória dos tempos de infância e juventude em e Esperança ” (via WhatsApp em 17/01/2025). Devido a importância histór...

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele...

História de Massabielle

Capela de Massabiele Massabielle fica a cerca de 12 Km do centro de Esperança, sendo uma das comunidades mais afastadas da nossa zona urbana. Na sua história há duas pessoas de suma importância: José Vieira e Padre Palmeira. José Vieira foi um dos primeiros moradores a residir na localidade e durante muitos anos constituiu a força política da região. Vereador por seis legislaturas (1963, 1968, 1972, 1976, 1982 e 1988) e duas suplências, foi ele quem cedeu um terreno para a construção da Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Padre Palmeira dispensa qualquer apresentação. Foi o vigário que administrou por mais tempo a nossa paróquia (1951-1980), sendo responsável pela construção de escolas, capelas, conclusão dos trabalhos do Ginásio Diocesano e fundação da Maternidade, além de diversas obras sociais. Conta a tradição que Monsenhor Palmeira celebrou uma missa campal no Sítio Benefício, com a colaboração de seu Zé Vieira, que era Irmão do Santíssimo. O encontro religioso reuniu muitas...