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Cultura em Esperança, 4ª Parte

Cultura & Arte: síntese de uma estória sem começo nem fim

Por Evaldo Brasil

ARQUITETURA: A cultura em Esperança tamém se destacaria pelo patrimônio arquitetônico, com pelo menos 20 itens, destacando-se a igreja Matriz Católica, com seus 36m desde a reforma promovida por Mons. João Honório a partir de 1938. O casarão construído por Theotonio Tertuliano da Costa, onde funcionou a Sec. Mun. de Edu. e Cultura. A Villa Santa Maria, a Caza Paroquial, as capelas, o cemitério, a Casa Grande da fazenda Bela Vista, onde vivera o poeta Silvino Olavo, a antiga sede da Cidagro, atualmente Almeida Construções; e o sobrado de Didi de Lita, na esquina da Manoel Rodrigues com a Solon de Lucena, rua onde padece uma das mais engenhosas soluções arquitetônicas da nossa cultura: a Balaustrada.

PASTORIL: Ainda ocorre, esporadicamente, a disputa entre cordões, vermelho e azul, do pastoril, uma disputa pelo título de rainha da festa, ou mesmo pelo cordão de garçonetes que mais arrecadar recursos para as obras paroquiais. A animação, de longa data, registra até apresentações de jovens da sociedade tocando jazz, bem como a participação de Celina Coelho, Corina Cabugá, Vitória Régia, Hilda Batista e Fátima Costa, coordenando o Pastoril.

MÚSICA: A Filarmônica 1º de Dezembro, hoje denominada “Luiz Martins de Oliveira”, 25, na gestão Manoel Rodrigues, foi e é palco para destacar músicos como Basto de Tino, Zé Boneco, Severino Nicolau, Pedro Lúcio, Louro Passos, Titi Jesuino e Titico Celestino. Os de hoje, Angelo Rock, Karla Danniely, Junior d’Lima, Mitta Costa, Ronny; Sandro Show & Lima Jr e tantos outros ficam para a próxima edição.

ARTESANATO: Desde 56, o Serviço de Extensão Rural da ANCAR, atual Emater, e a Escola de Agronomia do Nordeste, atual UFPB Areia, exerciam influência em diversas cidades, o que permitiu a implantação da Escola Doméstica em Esperança. Em 65, a escola passa e se denominar Centro Artesanal Rural Feminino/Carfe, ficando a partir de então subordinada à UFPB. Em 74 se torna NARF, em 79, se torna Oficina de Artesanato de Esperança. Em 84, a cidade passa a polarizar a região, sediando a Unidade de Supervisão Artesanal. Com o advento do Polonordeste, a Oficina passou a promover cursos especializados de acordo cm a demanda, a exemplo de Produção e Conservação de Alimentos.

Evaldo Brasil

Fonte:
  • Revista Comercial de Esperança, Ano V. Esperança/Pb, dezembro de 2008. Editor Fernando Rocha;
  • Manuscrito: Evaldo Brasil, que foi ator neste cenário (Panela de Barro, Tupiniquim, Semap etc.) e hoje tem a sala de aula como palco no teatro da vida.

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