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Escola Cantório (2a. Parte)

Nos anos 50 a Escola Cantório foi convidada pela madre superiora para participar de uma apresentação na cidade de Areia. De Início D. Hilda Batista relutou em aceitar, mas acabou cedendo ao pedido da religiosa.
O coral era composto por 25 moças e 15 rapazes da sociedade esperancense, e costumava se apresentar nas missas e solenidades da cidade. A sua especialidade era o cântico orfeônico e litúrgico, muitas vezes acompanhado pela serafina tocada por dona Júlia Santiago.
Dona Hilda, que havia aprendido noções de música quando estudou no Colégio das Damas, em Campina Grande, partilhava os seus conhecimentos com estes jovens, exigindo deles apenas muito empenho e dedicação.
Sem conhecer partitura, esta senhora “dirigia o coral com o dedão do pé, fazendo o compasso”. Contudo, sua técnica vocal era reconhecida por quem entendia de música. Esse diferencial fizera a fama do seu coro e o tornara bastante requisitado na região. E era isso o que ela procurava passar para os seus alunos.
Na época não existia apoio financeiro, e as viagens a serem empreendidas recebiam uma ajuda de custo da prefeitura local.
Em Areia, a escola disputou com outros seis corais, entre eles o “Uirapurú”, da cidade de Campina Grande.
A madre superiora, Maestra Violeta, que era uma estrangeira, apresentou o coral esperancense como sendo “de uma regente que não sabia uma nota sequer” mas que demonstrava uma boa prática.
Para a admiração dos espectadores, a Escola Cantório de Esperança tirou o 2 lugar naquela apresentação, arrebatando muitos aplausos. O que não foi nenhuma surpresa para dona Hilda, que conhecia o potencial de seus pupilos.
O coral teve uma duração de 12 anos, participando ativamente das festividades promovidas pela paróquia de Esperança, chegando a cantar inclusive no vizinho Estado de Pernambuco

Rau Ferreira

Fonte:
- Entrevista: Maria Hilda Batista, concedida a Martinho Júnior em 20/07/2007;
- Revista Centenário da Paróquia de Esperança, Ed. Jacinto Barbosa: 2008 .

Comentários

  1. ilustre amigo Dr. rau, fiquei emocionado com a sua homennagem aos meus queridos pais, responsáveis por tudo de bom que aconteceu e acontece em minha vida.Eu estava recordando como o meu pai se referia a sua pessoa,ele admirava muito o seu conceito de bom rapaz e de estudioso e inteligente.é incrível a reciprocidade das pessoas que possuem carater inquestionavel como vocês dois por exmplo.Parabéns pela sua louvável iniciativa de resgatar a memória social para que os esperancençes possam conhecer os que foram amigos cidade de Esperança, pois uma cidade sem história é uma cidade sem passado e sem capacidade de discernir melhor os que tiveram visão de sociabilidade saudável e amizade ao ambiente no qual viveram.
    Martinho Júnior (via e-mail, 25/05/2010, 11h14m)

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  2. Prezado amigo de Esperança, a minha mãe é daí, ela ´tem 80 anos, foi amiga até seus 20 anos de Dona Hilda Batista, o meu avô brigou na guerra de Princesa, não sei se jagunço ou das tropas regulares. Hoje, mamãe reside em Preopriá-SE........vc podia postar fotos antigas prá eu mostrar a ela(anos 30, 40 e 50).

    saudações Paulo Fraga

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