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Arte Déco no Município de Esperança

O Art Déco é um estilo arquitetônico surgido na Europa nos anos 20 do Século passado caracterizado pelo uso de formas geométricas, ornamento e design abstrato. Ele possui linhas retas e poucas curvas, com exclusão de entalhes e motivos orgânicos. As cidades de Campina Grande (PB) e Goiânia (GO) possui um rico acervo destas construções. No município de Esperança, poucos quilômetros da “Rainha da Borborema”, não poderia ser diferente, devido a uma forte influência exercida por aquela cidade, a exemplo da imagem coletada por Evaldo Brasil (Blog Reeditadas) de um imóvel situado na rua Barão do Rio Branco, como ele mesmo dispôs na legenda: “traço arquitetônico típico dos pontos comerciais do centro da cidade, nos anos 70 do Século passado”.   Rau Ferreira   Fonte: - BRASIL, Evaldo. Reeditadas . Post: Arquitetura – Art Déco Poular – BBC. Blog disponível em: https://www.xn--esperanareeditada-gsb.com/ , acesso em 17/09/2025. - ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna . Editora ...
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Maria Emília de Christo

Maria Emília de Christo nasceu em 25 de agosto de 1896, em Alagoa Nova (PB). Era filha de José de Christo Pereira da Costa e Emiliana Maria Collaço. Era irmã do Cônego Emiliano de Christo. Casou-se com Joaquim Virgolino da Silva em 9 de julho de 1928. Eles tiveram pelo menos 2 filhos e 1 filha (Herênio, Herder Paulo e Maria Violeta). Esta senhora, conforme pesquisas do Prof. Radamés Rocha, foi uma das primeiras a lecionarem na Escola “Irineu Jòffily”, nomeada juntamente com o decreto de criação daquele grupo (Decreto nº 288/1932). O quadro deste educandário, para o ano de 1941, estava assim constituído: Professores Esdras Urbano da Silva, Severina Souto, Cecília Sobreira Cavalcanti, Severina Sobreira Cavalcanti, Adiles Urbano da Silva, Hosana Lopes Martins, Maria Emília de Cristo, Lídia Fernandes da Rocha e Celina Coelho de Carvalho (Escola Noturna Feminina). Em seu dinamismo, dona Emília organizava os alunos para encenarem peças dramáticas juntamente com as professoras Maria H...

Irineu Jóffily, por Hortênsio de Souza Ribeiro

NO HISTORIADOR IRINEU JÓFFILY SE RESUMEM  AS QUALIDADES CULMINANTES DA NOSSA APTIDÃO Hortênsio de Souza Ribeiro (Discurso pronunciado na Academia Paraibana de Letras, por ocasião da posse do Acadêmico Epaminondas Câmara no dia 21 de julho de 1945).   “[...]. falar de I. Jóffily é falar da inteligência paraibana. Nele se resumem, como num brilhante compêndio, as qualidades culminantes da nossa aptidão intelectual. Jóffily está para o domínio da nossa antro-geografia como Arruda Câmara está ara a nossa ciência botânica. Mais do que qualquer outro, ele nos revelou ao Brasil, sob o ponto de vista cultural. Historiógrafo, jornalista, e advogado, quer como homem político, quer como cidadão, Jóffily exercitou a sua inteligência em domínios dir-se-ia que inacessíveis à preparação de um advogado provinciano. À extensão do que era capaz o seu cérebro privilegiado, a profundeza do seu gênio, permitam-nos a expressão, poderão ser atestados, como o recipiendário já salientou, pelas...

Sol: comentário elegante

Na minha última publicação, nesse centenário jornal “A União”, em 25 de setembro do corrente ano, escrevi sobre Silvino Olavo da Costa (1897-1969), poeta paraibano, maior representante do Simbolismo em nosso Estado, o qual é patrono da Cadeira nº 35 da Academia de Letras de Campina Grande (além de outros sodalícios), e da qual me ocupo atualmente, tendo recebido do confrade José Mário da Silva Branco um elogio no mínimo elegante (pra não dizer elogioso). Disse o ilustre professor da Universidade Federal de Campina Grande, que também é sócio da Academia Paraibana de Letras, na cadeira que tem por patrono Raul Campelo Machado (1891-1954): “Aplausos para a sua contribuição, mais uma, sobre a exponencial figura do poeta Silvino Olavo”. Ao que lhe respondi: “Agradeço as palavras de elogio do confrade José Mário da Silva Branco, tenho primado pela defesa do poeta, patrono da Cadeira que ocupo neste sodalício”. E ele em réplica ponderou: “Gesto em tudo coadunável com uma das noss...

Correios: análise arquitetônica

O prédio dos Correios e Telégrafos do Município de Esperança foi construído na década de 50 do Século passado e sua inauguração aconteceu no dia 25 de junho de 1950, quando era Diretor-geral o Dr. José Régis. A sua arquitetura é moderna, também chamada de “Protomoderna”, deriva da Escola de Bauhaus. A “Staatliches Bauhaus” (1919-1933) foi uma influente escola alemã de artes, arquitetura e design , que revolucionou o pensamento arquitetônico e estético do Século XX. Ela valorizava a funcionalidade e simplicidade, tendo como característica principal a ausência de ornamentos. Os seus projetos eram focados nas linhas e formas geométricas com o uso de materiais que refletiam a era industrial (aço, vidro e concreto). Não obstante, enfatizava a criação de modelos que pudessem ser reproduzidos em massa. O icônico edifício da Bauhaus em Dessau (1926) é um exemplo germinal desta arquitetura moderna que incorpora os princípios deste movimento, a partir do projeto de Walter Gropius. Tanto es...

O prédio da Secretaria de Educação

O prédio da atual (2025) Secretaria Municipal de Educação foi construído por Theotônio Tertuliano da Costa (1876-1959). Este cidadão se estabeleceu em Esperança por volta de 1898, tendo fundado a “Loja das Noivas” neste ano. O empório fornecia aviamento para sapateiros e negociava com miudezas, chapéus e tecidos. Também era correspondente do Banco do Brasil. A arquitetura do prédio, com suas características ornamentais, janelas altas com persianas de madeira e detalhes artísticos, sugere uma construção de estilo eclético ou neocolonial, muito popular no Brasil entre o final do século XIX e meados do século XX. Essas linhas arquitetônicas foram adotadas no Brasil como fruto da imigração europeia que trouxe para o país um aspecto de modernidade e progresso que eram difundidos na Europa. Era o panteão burguês da época que traduzia não apenas um estilo de vida como o poder econômico de sua época. O ecletismo também impactou a construção em si, pois muitos de seus elementos eram pré-m...

Magna Celi, por ela mesma

Nasci na cidade de Esperança, brejo paraibano, de clima frio, chamada, no princípio de sua fundação, de Banabuié. Aconteceu na rua da Areia, nº 70. Fui batizada pelo Padre João Honório, na Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, recebendo, na pia batismal, o nome de Miriam Celi. Meu pai queria colocar Magna Celi, como ele já havia registrado, mas o padre não aceitou. E assim fiquei com dois nomes, sendo que o do registro é o que acompanha até hoje. Somente, na ocasião do meu matrimônio, o padre me chamou de Miriam Coeli. Para os estudos iniciais, meu pai me matriculou no Externato São José, cuja diretora e proprietária era a professora renomada Donatila Melo, de didática rígida, usando a palmatória para que os alunos apresentassem sempre os deveres feitos, além de aprenderem a obedecer aos mais velhos e a respeitá-los. [...] Meu pai, José Meira Barbosa, era comerciante de classe média, com loja de tecido colchões, chapéus, sombrinhas, capotes (capas grosseiras de chuva) e roupas de...

Silvino Olavo e Mário de Andrade no interior da Paraíba (1929)

“O Turista Aprendiz” é um dos mais importantes livros de Mário de Andrade, há muito esgotado e reeditado em 2015, através do Projeto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. Os relatos de viagens registram manifestações culturais e religiosas coletadas pelo folclorista em todo o Brasil. Este “diário” escrito com humor elevado e recurso prosaico narra as inusitadas visitas de Mário ao Nordeste brasileiro. O seu iter inclui Estados como Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Paraíba. Mário havia deixado o Rio em 3 dezembro de 1928. Embarcou no vapor “Manaus”, com destino ao Recife, onde permaneceu dois dias; e dali seguiu de trem para o Rio Grande do Norte, chegando dia 14 ao Tirol, bairro onde residia Câmara Cascudo (1898-1986), que foi um de seus companheiros de viagem nesse Estado, junto com o jornalista, poeta e crítico de arte Antônio Bento de Araújo Lima (1902-1988). O Álbum de Fotografias (Viagem ao Nordeste Brasileiro 1928-29), pertencen...

José Régis, por Martinho Júnior (2ª Parte)

Por Martinho Júnior Dr. José Régis, conhecido por sua carreira exemplar e por sua postura firme no exercício da magistratura, carregava também a fama de ser alvo de críticas por parte de pessoas ligadas ao PT, aos socialistas e a ideologias de esquerda. Ele tinha plena consciência desse fato e, em conversas mais descontraídas, fazia questão de justificar sua atuação com uma simplicidade contundente: “Juiz apenas segue o que diz a lei. Se a lei na época dissesse que era para absolver o pessoal, da mesma maneira eu cumpriria. Essa declaração que desmistificava qualquer percepção de parcialidade política, evidenciava sua fidelidade aos princípios do direito e à imparcialidade que a função exige. Para Dr. José Régis, a lei era soberana, e sua aplicação deveria transcender ideologias ou convicções pessoais. O apelido jocoso de “o juiz que julgava os comunistas”, embora polêmico, nunca refletiu sua verdadeira conduta, mas sim a interpretação de um cenário político polarizado em que...

Rádio Cidade Esperança - 1310 AM

Lembro-me quando entrou no ar a Rádio Cidade de Esperança. Passei a tarde sintonizando a sua frequência em uma rádio-vitrola, na expectativa de ouvir a primeira estação do município. Foi por volta das 18 horas que consegui identificar a modulação 1.310 Khz, tendo aumentado o volume para registrar aquele momento histórico. A sua inauguração se deu em janeiro de 1989, fundada que foi pelo médico Dr. Armando Abílio Vieira e pelos irmãos Gadelha. A Rádio Cidade Esperança AM Ltda exibia 10 KW a partir de um transmissor TEEL instalado no Sítio Cruz Queimada, potência essa considerada alta para os padrões da época, irradiando o seu sinal para todo o compartimento da Borborema. A cidade estava em festa ao som da A ZYI-691, com grandes nomes da radiofonia como Cleude Lima, Nando Fernandes, Barbosa Santos e Jota Júnior. Alguns eram egressos da Rádio Clube Pernambuco ou Jornal do Comércio do Recife, a exemplo de Rudy Barbosa, os quais estavam sob a Direção Artística de Germano Ramalho. Os e...

A Villa Maria Cecília e seus mistérios

A “Villa Maria Cecília” foi um marco em nosso Município. A antiga morada pertenceu a André Rodrigues de Oliveira (1852-1939), que segundo se comenta, era um Judeu natural de Setúbal, cidade da região metropolitana de Lisboa (Portugal). Chegando à Paraíba casou-se com uma senhora chamada Maria Cecília do Amor Divino (1851-1925), nascida em Alagoa Nova (PB). Tendo adquirido uma propriedade, próximo ao Riacho Amarelo, de aproximadamente 26 hectares, fixou residência em Esperança (PB). Havia água perene e a terra era fértil, estando localizado num dos pontos altos do Município, há poucos quilômetros da sua sede. Nesse sítio construiu uma belíssima casa para abrigar a sua família, chamando-a de “Vila Santa Cecília” em homenagem a sua esposa, denotando assim o amor por sua consorte. A “Villa” era constituída de pequenas moradas e da casa grande. Esta, por sua vez, possuía parte do piso em madeira e um porão. Por lá passava a antiga estrada para Campina Grande que com o asfalto construí...