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José Régis, por Martinho Júnior (2ª Parte)

Por Martinho Júnior Dr. José Régis, conhecido por sua carreira exemplar e por sua postura firme no exercício da magistratura, carregava também a fama de ser alvo de críticas por parte de pessoas ligadas ao PT, aos socialistas e a ideologias de esquerda. Ele tinha plena consciência desse fato e, em conversas mais descontraídas, fazia questão de justificar sua atuação com uma simplicidade contundente: “Juiz apenas segue o que diz a lei. Se a lei na época dissesse que era para absolver o pessoal, da mesma maneira eu cumpriria. Essa declaração que desmistificava qualquer percepção de parcialidade política, evidenciava sua fidelidade aos princípios do direito e à imparcialidade que a função exige. Para Dr. José Régis, a lei era soberana, e sua aplicação deveria transcender ideologias ou convicções pessoais. O apelido jocoso de “o juiz que julgava os comunistas”, embora polêmico, nunca refletiu sua verdadeira conduta, mas sim a interpretação de um cenário político polarizado em que...
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Rádio Cidade Esperança - 1310 AM

Lembro-me quando entrou no ar a Rádio Cidade de Esperança. Passei a tarde sintonizando a sua frequência em uma rádio-vitrola, na expectativa de ouvir a primeira estação do município. Foi por volta das 18 horas que consegui identificar a modulação 1.310 Khz, tendo aumentado o volume para registrar aquele momento histórico. A sua inauguração se deu em janeiro de 1989, fundada que foi pelo médico Dr. Armando Abílio Vieira e pelos irmãos Gadelha. A Rádio Cidade Esperança AM Ltda exibia 10 KW a partir de um transmissor TEEL instalado no Sítio Cruz Queimada, potência essa considerada alta para os padrões da época, irradiando o seu sinal para todo o compartimento da Borborema. A cidade estava em festa ao som da A ZYI-691, com grandes nomes da radiofonia como Cleude Lima, Nando Fernandes, Barbosa Santos e Jota Júnior. Alguns eram egressos da Rádio Clube Pernambuco ou Jornal do Comércio do Recife, a exemplo de Rudy Barbosa, os quais estavam sob a Direção Artística de Germano Ramalho. Os e...

A Villa Maria Cecília e seus mistérios

A “Villa Maria Cecília” foi um marco em nosso Município. A antiga morada pertenceu a André Rodrigues de Oliveira (1852-1939), que segundo se comenta, era um Judeu natural de Setúbal, cidade da região metropolitana de Lisboa (Portugal). Chegando à Paraíba casou-se com uma senhora chamada Maria Cecília do Amor Divino (1851-1925), nascida em Alagoa Nova (PB). Tendo adquirido uma propriedade, próximo ao Riacho Amarelo, de aproximadamente 26 hectares, fixou residência em Esperança (PB). Havia água perene e a terra era fértil, estando localizado num dos pontos altos do Município, há poucos quilômetros da sua sede. Nesse sítio construiu uma belíssima casa para abrigar a sua família, chamando-a de “Vila Santa Cecília” em homenagem a sua esposa, denotando assim o amor por sua consorte. A “Villa” era constituída de pequenas moradas e da casa grande. Esta, por sua vez, possuía parte do piso em madeira e um porão. Por lá passava a antiga estrada para Campina Grande que com o asfalto construí...

Monsenhor Geraldo Ribeiro de Almeida

A cidade de Esperança possui uma grande vocação religiosa, não podemos negar; muitos ministros tem surgido em sua história, abraçando a fé católica e fazendo seus votos à igreja de Roma, a exemplo do Padre Geraldo Ribeiro de Almeida. Ele nasceu nesta cidade em 28 de junho de 1922. Viveu com seus pais aqui até os sete anos de idade, quando eles se mudaram para Nova Cruz, no Rio Grande do Norte. De lá só saiu para ingressar no Seminário de São Pedro, no ano de 1939, sendo muito influenciado pelo professor Monsenhor Calazans Pinheiro. Nem concluiu os estudos, e foi transferido para Fortaleza para estudar filosofia. Ordenou-se Presbítero em dois de dezembro de 1951, pelo Bispo D. Marcolino Dantas, e celebrou a primeira missa na Matriz da Imaculada Conceição em 08 de dezembro daquele ano. No dia 10 do mesmo mês, foi nomeado vigário paroquial do Monsenhor Pedro Moura, ficando no cargo até 1º de janeiro de 1952. Com a criação da Paróquia de São José do Campestre, desmembrada de Nova C...

Bom dia (Ginásio Diocesano)

Em conversa com Lúcia Martins, filha de seu Luiz, que também foi minha colega de trabalho, ela lembrou-me da música que era cantada no antigo Ginásio Diocesano quando se recebia algum visitante. A colega analista guardou na memória esta canção, que agora reproduzo:   BOM DIA!   Alô, bom dia Oh como vai você Um olhar sempre amigo Um claro sorriso Um aperto de mão Bom dia nada custa ao nosso coração É bom saber dar bom dia ao nosso irmão Se Deus tiver de amar com distinção Alô, bom dia irmão!   Já nos meus tempos de criança, no mesmo prédio, só que agora com a denominação de Escola Paroquial, entoávamos este canto de entrada, em recepção dos visitantes:   Bom dia, visitante Bom dia! A sua companhia nos atrai Faremos o possível Para sermos bons amigos Obrigado, visitante Obrigado!   Fatos da nossa infância/adolescência que marcaram as nossas vidas.   Rau Ferreira     Fonte: - Entrevista Lúcia ...

A inauguração da Luz Elétrica em Esperança

A inauguração da Luz Elétrica em Esperança foi um dos eventos mais concorridos de nossa municipalidade, à época uma pequena vila pertencente à Alagoa Nova, que ansiava por uma independência política, já que demonstrava, no seu aspecto comercial e tributário, superioridade àquela Edilidade. Para a imprensa oficial, o povoado de Esperança era um centro comercial e agrícola por excelência, com população relativamente densa e que se caracterizava pelo seu espírito de iniciativa e laboriosidade. Assim é que, a pretexto de se inaugurar a luz elétrica, foi João Suassuna convidado para comparecer às festividades, que aconteceriam no dia 24 de maio de 1925, aguardando-o, em Campina Grande, o Sr. Silvino Olavo e seus conterrâneos Leonel Leitão e Theotonio rocha, que regressaram até Esperança na sua companhia e de seus colaboradores. Desembarcando por volta das 18 horas, na residência do Sr. Manuel Rodrigues de Oliveira, o governador foi recebido pela comitiva, ao som do hino da Paraíba, en...

Algumas histórias de Esperança, por Odaildo Taveira

“Existia em Esperança – uma coisa muito interessante, pra juventude tomar conhecimento – aqui em frente, onde havia uma loja, morava seu Joaquim Soldado; ele tem um filho que é seu Zé Soldado, ele tá com 95 anos. E seu Joaquim tinha um jumento, e ele ia sempre aqui para o Cabeço, no nosso município, vizinho a Pocinhos, e seu Joaquim vendia pão, vendia aliado, que eram uns biscoitos grandes assim, que as padarias não vendem mais, e seu Joaquim vendia um bocado de coias. Ele chegava nos trabalhadores do sítio e aí encostava a jumenta e os cabras só comendo, os trabalhadores, comendo, comendo e daí a pouco um pedaço, na hora de pagar, aí seu Joaquim, calado perguntou: - Tu comeu, quanto? E o cabra respondeu: - Eu comi dois. - E você? Dizendo com outro. - Eu só comi um, respondeu. Aí seu Joaquim escutava tudinho e puxava um crucifico assim de uns 40 cm e dizia: tu jura? Tu jura? Eu sei que eles tinham que dizer a verdade. São algumas figuras folclóricas da cidade de Esperan...

Esperança: fatos da política em 1933

1933 : 04 de janeiro, o juiz preparador das eleições envia ao TRE telegrama informando o recebimento da circular sobre a consulta se deveria aceitar títulos eleitorais do antigo alistamento como prova de idade.   1933 : 31 de maio, O desembargador Souto Maior, com a palavra, declara que lhe fora distribuído um recurso referente à secção de Esperança e, como a lista dos eleitores está omissa, pede para que seja requisitado o livro de inscrição dos eleitores daquele termo, a fim de relatar o processo. O Tribunal resolve, por unanimidade, requisitar, ao respectivo cartório, o aludido livro. 1933 : 03 de junho, o sr. Presidente comunica aos seus pares que o livro de inscrição dos eleitores do município de Esperança, requisitado, por solicitação do desembargador Souto Maior, ainda não foi remetido, pelo respectivo cartório. 1933 : 07 de junho, o sr. Presidente comunica aos seus pares haver a Secretaria recebido o livro de inscrição de eleitores do município de Esperança, há dias r...

Severino Costa e sua harpa "pianeira"

Severino Cândido Costa era “carapina”, e exercia esse ofício na pequena cidade de Esperança, porém sua grande paixão era a música. Conta-se que nas horas de folga dedilhava a sua viola com o pensamento distante, pensando em inventar um instrumento que, nem ele mesmo, sabia que existia. Certo dia, deparou-se com a gravura de uma harpa e, a partir de então, tudo passou a fazer sentido, pois era este instrumento que imaginara. Porém, o moço tinha um espírito inventivo e decidiu reinventá-la. Passou a procurar no comércio local as peças para a sua construção, porém não as encontrando fez uso do que encontrava. Com os “cobrinhos do minguado salário” foi adquirindo peças velhas de carro, de bicicleta e tudo o mais que poderia ser aproveitado. Juntou tudo e criou a sua “harpa pianeira”, como fora batizada. A coisa ficou meia esquisita, mas era funcional, como registrou a Revista do Globo: “Era um instrumento híbrido, meio veículo, meio arco de índio: uma chapa de ferro em forma de arc...

A Energia no Município de Esperança

A energia elétrica gerada pela CHESF chegou na Paraíba em 1956, sendo beneficiadas, inicialmente, João Pessoa, Campina Grande e Itabaiana. As linhas e subestações de 69 KV eram construídas e operadas pela companhia. No município de Esperança, este benefício chegou em 1959. Nessa mesma época, também foram contempladas Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira, Mamanguape e Remígio. Não podemos nos esquecer que, antes da chegada das linhas elétrica existia motores que produziam energia, estes porém eram de propriedade particular. Uma dessas estações funcionava em um galpão-garagem por trás do Banco do Brasil. O sistema consistia em um motor a óleo que fornecia luz para as principais ruas. As empresas de “força e luz” recebiam contrapartida do município para funcionar até às 22 horas e só veio atender o horário integral a partir de setembro de 1949. Um novo motor elétrico com potência de 200 HP foi instalado em 1952, por iniciativa do prefeito Francisco Bezerra, destinado a melhorar o ...