A energia elétrica gerada pela CHESF chegou na Paraíba em 1956, sendo
beneficiadas, inicialmente, João Pessoa, Campina Grande e Itabaiana. As linhas
e subestações de 69 KV eram construídas e operadas pela companhia. No município
de Esperança, este benefício chegou em 1959. Nessa mesma época, também foram contempladas
Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira, Mamanguape e Remígio.
Não podemos nos esquecer que, antes da chegada das linhas elétrica
existia motores que produziam energia, estes porém eram de propriedade
particular. Uma dessas estações funcionava em um galpão-garagem por trás do
Banco do Brasil. O sistema consistia em um motor a óleo que fornecia luz para
as principais ruas.
As empresas de “força e luz” recebiam contrapartida do município para
funcionar até às 22 horas e só veio atender o horário integral a partir de
setembro de 1949. Um novo motor elétrico com potência de 200 HP foi instalado
em 1952, por iniciativa do prefeito Francisco Bezerra, destinado a melhorar o
serviço de iluminação.
A Companhia Distribuidora de Eletricidade do Brejo Paraibano (CODEBRO)
chegou em nossa cidade na gestão de Sebastião Vital Duarte (1940-1944) e, em 10
de fevereiro de 1958, foi inaugurado o sistema de Paulo Afonso-BA.
A Codebro, instalada em Areia, designou no dia 25 de setembro de 1957 uma
comissão de peritos para realizar “in loco” a avaliação dos bens pertencentes
às empresas municipais, oferecidas pelas mesmas para integralização das ações
subscritas no município de Esperança e outras cidades próximas. Esperança
entrou com os seguintes bens:
“[...] um terreno
medindo aproximadamente 700 metros quadrados, no valor de Cr$ 49.000,00; um
prédio de construção sólida-alvenaria, com uma área coberta de 136,50 metros
quadrados, no valor de Cr$ 109.200,00 onde funciona a casa de fôrça e outro
prédio, também de construção sólida com uma área coberta de 66,20 metros
quadrados, no valor de Cr$ 52.960,00, onde funciona o almoxarifado; rêde
elétrica constando de fios de cobre nú, colunas de ferro, postes de cimento,
cantoneiras, isoladores e roldanas, no valor global de Cr$ 142.200,00; casa de
fôrça, compondo-se de 2 motores marcas Internacional e S.L.M., gerador,
refrigeração, quadro, pertences e acessórios, no valor de Cr$ 2.829.000,00.
Conforme exposição acima, estimamos o valor da Empresa Elétrica em Cr$
3.182.360,00”.
As primeiras cidades a serem eletrificadas pela Codebro foram Esperança,
Alagoa Nova, Alagoinha, Areia, Guarabira e Remígio. Por essa época, participava
do Conselho Consultivo e do Conselho Fiscal “o sr. Francisco Souto Neto,
brasileiro, casado, residente em Esperança”. O Sr. Manoel Cassimiro da Silva
(Bila), percorria as linhas de distribuição montado em um jumento de nome
“Roquete” para fins de manutenção e poda das árvores. Ele tinha um ajudante de
topógrafo que fez o levantamento do projeto de linhas e depois foi contratado
como fiscal de linhas.
Encerradas as atividades da Codebro esta passou a integrar a Sociedade
Anônima da Paraíba – SAELPA, a partir de 14 de fevereiro de 1964, tendo o
prefeito Luiz Martins de Oliveira participado da reunião deliberativa.
Rau Ferreira
Referências:
-
ASPECTO, Revista. Pasp nº 2. Edição Especial. 50º de Esperança. Grafset Ltda.
Esperança/PB: 1975.
-
ESPERANÇA, Livro do Município (de). Ed. Unigraf. Esperança/PB: 1985.
-
ESPERANÇA, Revista 60 Anos (de). Editor Assis Diniz. G.G.S. Gráfica.
Esperança/PB: 1985.
-
PAES, Marcelo Renato de Cerqueira. Anotações para uma História da Energia
Elétrica na Paraíba. 2ª edição. João Pessoa/PB: 1994.