Esperança, na
concepção do historiador Irineu Joffily, encontrava-se em um ponto estratégico
e, por sua feliz situação, fora escolhida para o estabelecimento de uma feira
de gêneros alimentícios que era “bastante frequentada” (Notas sobre a Paraíba:
1892, p. 208).
A feira sempre
representou um marco do comércio. Muito bem frequentada, agrupa pessoas vindas
de várias cidades da região, a exemplo de Areial, Montadas, Lagoa de Roça,
Remígio, Algodão de Jandaíra, além de diversas localidades rurais e distritos.
Pode-se dizer que a cidade se desenvolveu a base do comércio, há muito
promissor.
A presença de
mascates foi crucial para o desenvolvimento do município. Esperança então se
tornou entreposto de ligação entre o Brejo e o Sertão, fazendo a
comercialização de mercadorias onde era comum a troca de produtos
industrializados (ferramentas e utensílios domésticos) por alimentos. Em dias
atuais, estes seriam os representantes comerciais que hoje assistem as diversas
empresas.
Em Esperança, muitas
vezes, a figura do comerciante se confundia com a do produtor rural. Assim é
que alguns proprietários de terras e criadores de gado estabeleceram-se nesta
povoação, abrindo suas lojas comerciais. Theotônio Tertuliano da Costa, da Loja
das Noivas (1897) e Manuel Rodrigues de Oliveira, da Loja Ideal (1911) são
exemplos dessa versatilidade.
Os mananciais
Banabuyé e Lagoa da Porta, localizados na entrada da cidade, nas proximidades
da Rua de Baixo (Silvino Olavo) e tomando parte da Rua José Ramalho, ambos
pertencentes à Paróquia, serviram de atrativo para habitações e atividades
comerciais. Não é demais relatar a importância que a feira sempre representou
para a vida econômica do município.
Em 1860 com a
construção da Capela de Nossa Senhora do Bom Conselho, o povoamento ganhou
força e foi erigido à condição de Vila (1908). Nos anos 20, passa a ser
distrito, beneficiando-se de certos tributos e da construção de prédios
públicos. Já nos idos de 1925, estabelecida nos pilares comércio-agricultura e
com o apoio de alguns abnegados, esta progressista Vila foi emancipada,
ganhando assim a sua independência política e financeira. Ainda no início do
Século XX, a cultura da batatinha fomentou uma considerável movimentação
financeira, assim como o algodão –considerado o “ouro branco”– e o sisal,
comparando-se a sua hegemonia a dos produtores de cana-de-açúcar das cidades
brejeiras.
No livro A Paraíba
(1909) no tópico relacionado ao Município de Alagoa Nova – esta elevada à
condição de Vila pela Lei Provincial nº 10, de 5 de setembro de 1850,
desmembrada de Campina Grande/PB– encontra-se a seguinte citação: “Existem,
além da feira da Vila, as de Esperança, S. Sebastião e Matinhas. A feira de
Esperança é quase igual a da vila, no seu movimento mercantil, apesar de ter
menor número de casas comerciais”.
Nesses 95 anos de
fundação, completados em 2015, a feira já mudou algumas vezes de endereço.
Funcionou inicialmente na Rua Grande (Manuel Rodrigues de Oliveira), próximo a
Igreja Matriz. Depois foi relocada para a Rua do Sertão (Solon de Lucena) e
atualmente encontra-se nas ruas José Ramalho da Costa, José Andrade, João
Cabugá e Floriano Peixoto, que convergem para o Mercado Público Municipal. A
pujança das atividades comerciais e industriais faz de Esperança um dos
municípios mais prósperos do interior paraibano.
Rau Ferreira
Uma boa lembrança dos velhos tempos da nossa cidade. A rua do Sertão, como ainda hoje é conhecida - vale salientar que todas as ruas principais e mais antigas de Esperança, teem apelido. A feira da cidade, que abrangia uma região do Brejo paraibano, era conhecida como uma das feiras mais frequentadas, tomando espaço da rua Manoel Rodrigues, estendendo-se pela rua Solon de Lucena. isso , na época que existia carne de sol legítima, gostosa, sem igual. Parabéns ao historiador Rau Ferreira.
ResponderExcluirMuito bom. A feira, com a Pandemia, se espalhou por diversos cantos da cidade, inclusive com feira de carnes e outras coisas de volta para a Rua do Sertão, além de funcionar na quarta e na sexta-feira, especialmente de frutas, entre a Floriano Peixoto e a Praça de Esportes José Ramalho da Costa. A título de ilustração, na nossa postagem dedicado à paisagem urbana, temos foto desse mesmo ângulo (na postagem deste HE) sendo de 1974: Segue o link: https://www.xn--esperanareeditada-gsb.com/2021/01/logradouros-ruas-da-feira-ffs.html
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