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Mostrando postagens de junho, 2020

Esperança: topônimo e registros documentais

O vocábulo “Topônimo” designa o nome próprio ou geográfico de uma região, é seu nome de origem na geografia territorial. Irineu Jóffily em seu livro “Notas sobre a Parahyba” (1892) nos informa que Banabuyé sempre foi o nome deste Município, e acrescenta que este era mais auspicioso do que a sua atual denominação. A história registra que o povoado se desenvolveu no entorno do açude de mesmo nome, nas proximidades do Tanque do Araçá. A palavra indígena sofreu mudanças: Boa Esperança (1872) e, finalmente Esperança (1908). Porém, quais seriam essas fontes? Debrucei-me e, em vista de alguns elementos coletados, me propus a fazer um breve estudo sobre os termos empregados desde a sua origem em relação ao Município de Esperança. Assim, consultei não apenas as leis provinciais, como também livros, revistas, cartas, notas em jornais pois, não podemos dispensar a documentação existente à época, que igualmente menciona este topônimo e que nos dá uma ideia de sua evolução ao longo dos anos.

A tragédia do Sítio Velho, por José Américo de Almeida

O texto a seguir é de autoria do escritor José Américo de Almeida, cuja obra-prima é “A Bagaceira” (1928), que inaugurou um regionalismo paraibano nunca antes visto, cidadão de Areia que chegou a ocupar a cadeira de governante da Paraíba:   “A igreja não se reduzia a um lugar de devoção e de festas. Servia de depósito de defunto. Chegava a rede e era largada no chão com o corpo dentro. A tragédia do Sítio Velho avermelhou esse ambiente. Foi o seguinte: tornaram-se inimigos membros de uma mesma família que moravam em sítios vizinhos. Sobreveio uma questão de limites, responsável em todo o interior por violentos conflitos. Como protesto, pelo dano sofrido em sua lavoura, um cortou a cauda de uma ovelha do outro. Foi o bastante. Utilizando as armas e todo o material agrícola, passaram a matar-se e o resultado da luta estava exposto neste lugar sagrado. Deixaram-me ir ver aquele horror. Era nove, se bem me lembro, entre mortos e feridos. Um quadro que para sempre se gravou na mi

Projeto de Lei nº 13 - Criação do Município de Esperança

Reuniu-se a Assembleia Legislativa do Estado para discutir e votar proposta dos deputados no dia 23 de novembro de 1925. Constava do expediente um abaixo-assinado dos habitantes de Esperança solicitando a sua emancipação política. De fato, desde que o governador houvera comparecido a essa localidade em maio daquele ano, a pretexto de inaugurar o sistema de luz elétrica, havia sido eleita uma comissão que tinha a frente Manuel Rodrigues, Teotônio Costa e Elísio Sobreira, sendo porta-vozes Silvino Olavo e Severino Irineu Diniz que, com inflamados discursos, arrebataram para essa localidade os anseios emancipatórios de João Suassuna. Naquela sessão legislativa, ocorrida seis meses depois do levante, propôs o deputado Antônio Guedes o Projeto de Lei nº 13, que criava o Município de Esperança, e que tinha o seguinte teor: “ A Assembleia Legislativa da Parahyba RESOLVE: Art. 1º.   – Fica constituído o município de Esperança tendo por sede a atual povoação do mesmo nome. Art. 2º –

Campo Santo de Esperança

Até meados do Século XIX, a povoação de Esperança não tinha onde sepultar os seus mortos. Era preciso se deslocar às cidades mais próximas: Areia e Alagoa Nova. Esta última tinha o percurso de 12 Km em linha reta, mas poderia distar cerca de 18 Km de veículo. Os defuntos eram carregados em padiolas ou redes, não haviam estradas situação que dificultava o translado, de maneira que muitos deles eram enterrados nos sítios, a exemplo de um antigo cemitério que existia no Distrito de São Miguel. Os mais abastados entretanto, eram enterrados nas igrejas mediante vultosas doações à paróquia. Segundo a tradição, foi o Padre José Antônio de Maria Ibiapina o construtor do cemitério público de Esperança, motivado pelo surto de “ Cholera Morbidus ”. A obra teria sido empreendida em 1862, sob a denominação de “Campo Santo”, na mesma época em que foi erguida a “Casa de Caridade” de Alagoa Nova (R.IHGP: 1974). O Padre Ibiapina ao chegar numa localidade pregava a palavra de Deus e, em seguida, f