I
Uns quatro abraços já
dei
Em pleno caos, pandemia
Eu, um caseiro por
opção
Eu, obrigado, não
queria...
Mas o caso exige
esforço
Sem precisar de
alvoroço
Mas ter ciência como
guia.
II
Não resistindo à
tentação
Nossa consciência pesa
Se até quem não gostava
Já sente falta dessa
reza
Imaginem eu,
beijoqueiro,
Um abraçador primevo,
Encontrando quem
preza?!
III
Quebrei minha
quarentena
E fiquei todo embolado
Abraços de estima plena
Teve até rosto
colado...
Saiu de mim algo e
assim
Delas algo veio pra mim
Fiquei até perfumado!
IV
Não, eu não uso perfume
Não me habituei assim
Não é do meu costume
Essa essência sobre mim
Mas não me faço de
rogado
Já me sentiram
perfumado
Causando até burburin’
V
Experimentei em você
E fica como sendo sua
Essência, nem sei de
quê
De flor, quiçá, de pele
nua
Que me fez um
perseguido
Enquanto era percebido
Em mim, o que era tua
VI
E, o resto do tempo,
sigo
Até banhar o meu corpo
Foi contigo aqui comigo
Me sentindo meio louco
O cheiro trazia imagem
E eu diante da miragem
Como santo do pau oco
VII
Ah, espírito fraco
diante
Da carne forte elevada
Cedendo como hidrante
Ao impulso da manada
De hormônios agitados
Pelo instinto domados
Na lembrança irradiada!
Evaldo Pedro Brasil da Costa
Esperança, 08 de maio
de 2020.
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